Mozarildo Cavalcanti denuncia ONG por exploração irregular de terras em Roraima
Providências já foram solicitadas à Procuradoria da República e à Polícia Federal em Roraima, mas Mozarildo voltou a defender a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar o trabalho das ONGs no país. Ele informou que, sob a direção de um argentino e um italiano, a Associação Amazônia teria comprado 172 mil hectares de terra da população ribeirinha, que estaria sendo forçada a deixar a área.
Ainda segundo relato do senador, o episódio motivou a abertura de uma CPI na Assembléia Legislativa de Roraima, mas as providências recomendadas para coibir a exploração irregular das reservas ambientais não foram implementadas. Mozarildo também revelou outra denúncia do Ministério Público de Roraima contra um turista francês que, com o apoio da ONG, estaria realizando filmagens profissionais, sem autorização legal, na região do rio Juaperi.
"Não queremos fazer a prévia condenação das ONGs, mas é preciso haver uma investigação profunda para separar as entidades sérias daquelas que querem apenas explorar nossos recursos naturais", declarou. O senador cobrou do governo a fixação de limites de atuação e a concessão de prioridade às instituições nacionais, diante de casos já comprovados de biopirataria praticados por estrangeiros no país.
Mozarildo Cavalcanti mostrou desconfiança quanto aos interesses "preservacionistas" de entidades patrocinadas por países ricos, como os Estados Unidos, que degradaram seu próprio meio ambiente e se recusaram a assinar a Convenção de Kyoto, acordo para coibir o lançamento de poluentes no mundo. "Como países que poluem podem se transformar em zelosos guardiões de florestas, minerais e índios?", questionou. Essa interferência estrangeira na região amazônica preocupa o senador, que adverte para os riscos de se repetir no Brasil a intervenção observada na Amazônia colombiana.
02/02/2001
Agência Senado
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