Mozarildo discorda de fechar fronteiras na Amazônia



Não pode ser encarada sequer como alternativa para o Brasil a idéia defendida pelo candidato José Serra de fechar fronteiras na Amazônia, caso se intensifique o crime de tráfico de drogas na região. A afirmação é do senador Mozarildo Cavalcanti (PFL-RR), para quem isso significaria que o país está em estado de deflagração de conflito, o que traduziria uma instabilidade comprometedora do equilíbrio do país e da América do Sul.

- Mesmo sabendo que o peso eleitoral da região amazônica não se compara com o das outras regiões do país, urge que os candidatos se manifestem de modo conseqüente sobre o que pretendem fazer para assegurar a estabilidade e o desenvolvimento desta vasta parcela do território nacional - argumentou o parlamentar.

Na opinião de Mozarildo, cabe ao atual governo definir desde já programas de capacitação da Polícia Federal para ação na região. Ele considera um risco esperar-se que a Amazônia chegue ao estado em que se encontram as principais regiões metropolitanas do país, -nas quais se estabeleceram estados ilegais paralelos ao estado legal-.

No entender do parlamentar, é chegada a hora de o Brasil encetar as ações e políticas necessárias à plena incorporação da Amazônia ao processo de desenvolvimento nacional. Ele disse que o caso é particularmente importante em face da nova postura do governo colombiano no combate à guerrilha e ao narcotráfico.

Mozarildo Cavalcanti avalia que as ações militares na Amazônia colombiana poderão resultar em passagem para o território brasileiro de pelo menos uma parte dos que fugirem da repressão do exército daquele país. Ele também observou que a Amazônia é uma zona altamente permeável à circulação ilegal de bens e pessoas, se o Estado brasileiro não se fizer presente ali de modo eficaz e contínuo. Para que o Brasil se torne atuante na manutenção da ordem e da paz interna, ele considera fundamental não deixar que a Amazônia brasileira se torne um caldeirão de guerrilha e narcotráfico, como já são as Amazônias boliviana e colombiana.



28/08/2002

Agência Senado


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