Mozarildo pede reformulação da Funai
O senador Mozarildo Cavalcanti (PPS-RR) voltou a pedir nesta sexta-feira (16) uma ampla reforma na Fundação Nacional do Índio (Funai), destinada a nacionalizar a política indigenista e dar aos mais de 410 mil índios espalhados por todo o país dignidade e oportunidade de acesso à educação e à saúde.
Para Mozarildo, a Funai "não comanda" mais a política indigenista brasileira. Quem dá as cartas, conforme observou, é o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), organismo vinculado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), "que vem fazendo uma pregação de violência e sublevando a ordem em várias áreas", principalmente com relação à demarcação de terras.
O senador por Roraima chegou a comparar o trabalho do Cimi às Cruzadas, movimento organizado na Idade Média que, notou, maculou a Igreja Católica, já que foi o responsável pela morte de milhares de pessoas. Mas disse acreditar que o Cimi não representa o pensamento da Igreja.
- A questão indígena tem que ficar nas mãos do governo e não atrelada a organismos da Igreja ou organizações não-governamentais (ONGs) - muitas das quais picaretas - porque envolve questões de interesse nacional, como terras e áreas de fronteiras, regiões onde existem grande biodiversidade e minérios estratégicos -alertou o senador.
Mozarildo Cavalcanti disse ser chegado o momento de o índio ser tratado como pessoa humana, e não como era tratado há 500 anos, como alguns antropólogos, a seu ver, teimam em fazer. E fez votos para que, na próxima segunda-feira (19), data em que é comemorado o Dia do Índio, todas as pessoas que se preocupam com a questão possam fazer uma reflexão sobre os novos caminhos a serem seguidos para que o país tenha, de fato, uma política séria para os índios.
16/04/2004
Agência Senado
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