MOZARILDO QUER BNDES INVESTINDO MAIS NAS REGIÕES POBRES



O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) não investe mais que um quarto de seu orçamento nas Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Esse dado aponta, na opinião do senador Mozarildo Cavalcanti (PFL-RR), que o banco tem falhado no fomento do desenvolvimento das regiões mais pobres do país.
- O BNDES tem contribuído para alargar o fosso entre as regiões mais ricas e as mais pobres, na medida em que direciona seus investimentos para o Sudeste e o Sul. Pior ainda: a escassa destinação de recursos para as áreas menos desenvolvidas do país tem encolhido ainda mais nos últimos anos. É um absurdo que assim seja - declarou Mozarildo da tribuna do Senado nesta sexta-feira (dia 14).
O senador quer que o governo federal utilize o BNDES, principal instrumento indutor de desenvolvimento pelo estado, para minorar a profunda desigualdade regional existente no país.
- A existência de dois "brasis", um com economia pujante e moderna, outro com o seu potencial ainda a explorar, representa uma seriíssima desarmonia, com potencial para colocar em risco a estabilidade federativa e as instituições políticas - alertou o senador.
Assim, Mozarildo quer que o BNDES seja, "urgentemente, colocado a serviço de um desenvolvimento mais equilibrado". Para que mais investimentos sejam feitos no Norte, Nordeste e Centro-Oeste, o senador considera que o banco deve criar mecanismos que viabilizem mais operações com pequenas e médias empresas, predominantes nessas regiões.
O senador Tião Viana (PT-AC), em aparte, apoiou as colocações de Mozarildo e pediu que o governo olhe com maior interesse para o desenvolvimento do ecoturismo na Amazônia, que pode receber investimentos do BNDES. Na opinião do senador Carlos Patrocínio (PFL-TO), que também aparteou Mozarildo, deve ser formada uma comissão suprapartidária para lutar pela uma divisão mais equilibrada dos financiamentos do BNDES
A senadora Heloísa Helena (PT-AL) solidarizou-se com o pronunciamento de Mozarildo e condenou "as brutais desigualdades na liberação de recursos do BNDES". Ela associou-se ainda à preocupação de Patrocínio de que as bancadas das regiões desatendidas pelo BNDES, maioria no Senado, formem um movimento para que o BNDES esteja a serviço da superação das desigualdades regionais.
O senador Jefferson Péres (PDT-AM) também identificou uma "política de financiamento discriminatória" por parte do BNDES, que movimenta cerca de R$ 18 bilhões por ano. Ele anunciou que reapresentou projeto de autoria do ex-senador Beni Veras que estabelece percentuais obrigatórios para o BNDES financiar as regiões Norte e Nordeste. Segundo ele, o governo não tem interesse que o projeto seja aprovado.
- Isso precisa ser denunciado por muitos parlamentares; deveria haver uma onda avassaladora aqui contra isso - declarou Péres.

14/01/2000

Agência Senado


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