Mozarildo quer posição firme do governo contra plano Colômbia



O senador Mozarildo Cavalcanti (PFL-RR) pediu, em discurso no Plenário nesta segunda-feira (dia 25), que o governo brasileiro tome posição mais firme contra a implementação do plano Colômbia - de intervenção norte-americana em território colombiano para combater o narcotráfico. Para Mozarildo, por detrás do plano esconde-se uma bem articulada ameaça dos Estados Unidos à soberania da Amazônia. Na opinião do senador, o plano representa uma bomba-relógio, em tempo de detonação.

Mozarildo afirmou que o estado colombiano está sendo dirigido como um quartel-general das drogas e mais de um milhão de colombianos já abandonaram sua pátria em virtude da guerra civil que se arrasta há anos no país. Com a iniciativa dos Estados Unidos, o Brasil fica extremamente vulnerável às ações militares e paramilitares na região. De acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados, será inevitável a ocorrência de uma onda de refugiados colombianos para territórios limítrofes uma vez que o plano militar estiver em ação.

O plano Colômbia consiste, informou Mozarildo, no treinamento das tropas colombianas por instrutores do Pentágono para combater o tráfico e seus agentes diretos. O governo destinou US$ 8 bilhões para a iniciativa e o prazo de efetivação é de cinco anos. O plano Colômbia, ressaltou o senador, destina-se a recuperar todos os espaços do país perdidos para a máfia e para os guerrilheiros. "As duas organizações terroristas juntas já controlam quase metade de todo o território colombiano", disse.

Mozarildo perguntou por que o presidente norte-americano não experimenta atacar o problema na outra ponta, no eixo do suprimento de insumo para o refino da coca. Os produtos usados para isso são importados, inclusive dos Estados Unidos.

25/06/2001

Agência Senado


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