Mozarildo quer que CRE investigue avião francês no Brasil



O senador Mozarildo Cavalcanti (PPS-RR) protestou nesta terça-feira (29) contra a -fraca reação- do governo brasileiro frente ao ingresso em território nacional de um avião militar francês que, segundo publicou a imprensa, veio com militares, diplomatas e agentes secretos daquele país para negociar a libertação da ex-senadora e ex-candidata a Presidência da Colômbia, Ingrid Betancourt. A ex-senadora, que tem nacionalidades francesa e colombiana, foi seqüestrada em fevereiro do ano passado pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), grupo armado que detém o controle parcial do território colombiano. Mozarildo sugeriu que o caso seja investigado pela Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE).

O parlamentar por Roraima leu a nota divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores, na qual o governo brasileiro -lamenta os acontecimentos que envolveram a presença de avião e cidadãos franceses em território brasileiro- e também -manifesta sua surpresa por não ter sido previamente consultado e por não ter sido informado de forma tempestiva e precisa das circunstâncias que cercaram sua presença-.

- Com todo o respeito ao Ministério das Relações Exteriores, considero que a nota é muito fraca diante da seriedade do que aconteceu. Acho que não podemos aceitar de maneira tão diplomática, tão amena, um incidente dessa natureza - afirmou o senador, acrescentando que a diplomacia brasileira deve exigir uma -explicação cabal- da França a respeito do episódio, -que até desmoraliza o Brasil no concerto das nações-.

O representante roraimense defendeu o aprofundamento da investigação deste episódio pela CRE. Para ele, a comissão -deve tomar para si uma posição de maior defesa da soberania e do território brasileiros, e exigir um maior respeito para com o país-.

- Estou indignado, como representante de um estado da Amazônia, mas também como senador da República, de ver a tibieza de nossas autoridades diante de um acontecimento dessa magnitude - afirmou.

O senador chamou a atenção para o fato de os franceses não terem permitido a vistoria, pelas autoridades brasileiras, do avião, um Hércules C-130. Também ressaltou que o argumento usado pelos franceses para solicitar o pouso em Manaus, que era o abastecimento para seguir até Caiena (capital da Guiana Francesa), subestima a inteligência dos brasileiros, já que Manaus fica além daquela cidade, para uma aeronave que veio da França. O Hércules ainda permaneceu por dez dias na capital amazonense.

Mozarildo Cavalcanti parabenizou a revista Carta Capital, que destacou o episódio em duas edições seguidas. O senador também citou reportagens publicadas pelos jornais Correio Braziliense, Jornal do Brasil, O Estado de S. Paulo e O Globo. Em aparte, a senadora Iris de Araújo (PMDB-GO) afirmou que o caso, ao ser levado à tribuna por um senador da região, -certamente terá um eco maior-.



29/07/2003

Agência Senado


Artigos Relacionados


Mozarildo comenta novos detalhes do caso do avião francês

Mozarildo quer que Subcomissão da Amazônia investigue denúncias de conflitos na região

Ministro da Defesa fala à CRE sobre avião francês

Ministro vai explicar pouso de avião francês no aeroporto de Manaus

CRE vai ouvir embaixadores e ministros sobre avião francês na Amazônia

Jader recebe grupo francês que quer investir no Brasil