MP pode indiciar presidentes de federações do Rio, São Paulo e Minas



Os presidentes das federações de futebol de São Paulo, Eduardo José Farah; do Rio de Janeiro, Eduardo Viana, e de Minas Gerais, Elmer Guilherme, poderão ser indiciados por crimes de falso testemunho e gestão temerária dos recursos das entidades, entre outros delitos, caso o Ministério Público acolha sugestões contidas no relatório da CPI do Futebol, apresentado nesta terça-feira (4).

Farah pode ser indiciado por crime de apropriação indébita e evasão de US$ 1,2 milhão do caixa da federação, referentes à venda do passe do jogador Piekarski (pertencente à federação) ao clube francês Bastia, e cujo valor só entrou na contabilidade da entidade dois meses depois de instalada a CPI e dois anos depois da transação. Há também outras suspeitas de apropriação de recursos da federação e de crime de lavagem de dinheiro. O relator da CPI, Geraldo Althoff (PFL-SC), pede ao Ministério Público que aprofunde as investigações sobre as relações entre Farah e empresas que teriam emitido notas frias para justificar pagamentos feitos ao próprio dirigente.

Althoff (PFL-SC) também ressaltou a existência de fortes indícios de irregularidades na Federação do Rio de Janeiro. Na avaliação dele, a entidade vem sendo administrada de forma imprudente e temerária pelo presidente Eduardo Viana, "lesando o patrimônio dos seus filiados e dos milhões de torcedores dos clubes cariocas".

Depois de ter encontrado indícios de sonegação fiscal e má-versação dos recursos da Federação Mineira de Futebol, Althoff resolveu pedir ao MP o indiciamento de Elmer Guilherme, que comanda a entidade há 35 anos. Chamaram a atenção dos senadores as incontestáveis provas de nepotismo - admitido pelo próprio Guilherme. Dos 66 funcionários da Federação Mineira, 33 são parentes do presidente da entidade.

- Há elementos para que o Ministério Público proceda aos indiciamentos cabíveis de Elmer Guilherme e das demais pessoas envolvidas na administração da federação, por falso testemunho e por gestão temerária da entidade - disse Althoff.

04/12/2001

Agência Senado


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