PF só espera renúncia para indiciar Jader
PF só espera renúncia para indiciar Jader
Ministério Público deve chamar senador para depor sobre fraudes na Sudam
BRASÍLIA - Assim que renunciar, o ex-presidente do Senado Jader Barbalho (PMDB-PA) será indiciado pela Polícia Federal por suspeita de envolvimento nas fraudes da extinta Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam). Além disso, o Ministério Público Federal centralizará em Jader as apurações do caso. O senador será chamado a depor e poderá ser denunciado pelos procuradores federais - a decretação de prisão preventiva, ainda fora de questão, dependerá de novas investigações.
As apurações indicam o envolvimento do senador paraense em pelo menos cinco fraudes na superintendência. O caso mais grave envolve o empresário José Osmar Borges, dono de seis projetos financiados pela Sudam: todos fraudados, segundo os procuradores.
Ao quebrarem o sigilo telefônico do empresário, os procuradores encontraram 700 ligações para os gabinetes da liderança do PMDB no Senado, de Jader e de seu primo, o deputado José Priante (PMDB-PA). Havia telefonemas, também, para a fazenda do senador. Foram detectados outros 131 telefonemas da casa de Jader, no Lago Sul de Brasília, para o empresário.
Extratos bancários de Borges comprovaram que o empresário - ex-sócio da mulher de Jader, Márcia Cristina Zaluth Centeno - depositou, em 1996, R$ 400 mil na conta do Diário do Pará, pertencente ao senador. "Descobrimos o depósito na conta da empresa, mas temos fortes indícios de que há também dinheiro de Osmar Borges para conta de Jader. Isso será comprovado depois de concluirmos a análise do sigilo", diz um procurador.
O Ministério Público Federal negou, no entanto, que tenha descoberto contas do senador no exterior. "Se isso é fato ou não, ainda não temos conhecimento", informou o procurador da República em Mato Grosso, José Pedro Taques.
Indiciamento - Após a renúncia de Jader, os inquéritos que estão no Supremo Tribunal Federal (STF) serão enviados para a Justiça Federal no Tocantins e Pará. O primeiro passo será tomado pela PF na próxima semana.
O delegado Hélbio Dias Leite vai indiciar o ex-presidente do Senado a partir do depoimento de quatro empresários de Altamira - reduto eleitoral de Jader -, que acusaram o senador de ter recebido dinheiro da Sudam. Um deles, Danny Gutzeit, afirmou ter depositado R$ 70 mil na conta do ranário Touro Gigante, pertencente a Márcia Cristina.
Os procuradores federais do Tocantins, Pará, Amazonas e de Mato Grosso só esperam a renúncia de Jader para denunciá-lo - fase em que começa a ação penal. Sem a renúncia, essa atitude só poderia ser tomada pelo procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, por causa da imunidade parlamentar e do direito ao foro privilegiado. Antes, o senador será ouvido juntamente com os demais investigados pelas fraudes.
Jader poderá ser processado por peculato e formação de quadrilha, mas os procuradores federais descartam qualquer "armação" para prendê-lo após a renúncia. Eles querem evitar um episódio semelhante ao do ex-senador Luiz Estevão, que teve sua prisão preventiva decretada dois dias depois de deixar o cargo.
Segundo suplente já comunicou que vai assumir vaga
BRASÍLIA - O lugar de Jader Barbalho (PMDB-PA) no Senado será ocupado pelo segundo suplente Fernando de Castro Ribeiro. Ex-deputado estadual e amigo de longa data de Jader, Ribeiro comunicou à Secretaria-Geral do Senado que assumirá os 16 meses restantes do mandato segunda-feira. Quer dizer que até lá o ex-presidente do Senado terá formalizado sua renúncia. O dia, a hora e a forma como pretende fazer isso, se por carta ou discurso da tribuna, permanecia em suspense até a noite de ontem.
A vaga deveria ser ocupada pelo primeiro suplente e pai de Jader, Laércio Barbalho, mas aos 83 anos e com a saúde debilitada, ele preferiu se resguardar, até porque é citado pelo Ministério Público como um dos beneficiários de recursos desviados do Banpará.
As acusações contra Ribeiro são mais graves, mas a idéia de rejeitar o mandato - segundo seus amigos - jamais lhe passou pela cabeça. Além de que, fora o pai, ele é a única pessoa em quem Jader demonstra confiar plenamente.
Ribeiro é citado 17 vezes no relatório do Banco Central sobre o desfalque do Banpará. A soma do dinheiro que ele teria recebido é de R$ 447 mil. O Ministério Público suspeita que o sucessor de Jader seja um de seus "laranjas".
Expectativa - Senadores do PMDB mais ligados a Jader pediram que ele renunciasse na última quarta-feira, após se defender na Comissão de Constituição e Justiça. Seria uma forma de encurtar o desgaste do partido. Jader alegou que não poderia antecipar a decisão, enquanto houvesse a mínima chance de salvar seu mandato.
Outra alegação do ex-presidente do Senado aceita pela bancada foi a de que seria mais fácil para ele atrair novos filiados para o PMDB - o prazo de filiação termina sábado - sem abrir mão do cargo de senador.
Enquanto ele não se decide, o senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE) disse que vai preparar o parecer sobre a abertura do processo por quebra de decoro "como se estivesse tudo normal". Valadares recebeu ontem os 16 volumes do dossiê de denúncias contra Jader. O material será encaminhado ao Ministério Público se a renúncia suspender as investigações do Conselho de Ética.
Senador diz que vai decidir futuro político na 5.º-feira
Ele insinuou que poderá enfrentar processo se perícia for concluída durante tramitação
BELÉM – O senador Jader Barbalho (PMDB-PA) desembarca amanhã em Brasília e vai direto para o Senado, anunciar se renuncia ou não ao mandato parlamentar. “Só vou tomar uma decisão sobre isso na quinta-feira, pela manhã, em Brasília”, disse o senador ao Estado, ontem à noite, após deixar a sede de sua emissora de tevê em Belém, a Rede Brasil Amazônia, retransmissora da Bandeirantes.
Jader voltou a insinuar que poderá enfrentar o processo de cassação no Conselho de Ética do Senado, caso tenha certeza de que a perícia judicial requisitada no caso dos desvios no Banco do Estado do Pará (Banpará) ficará pronta durante a tramitação do processo.
Segundo o senador, a perícia sobre o relatório do Banco Central que apontou desvios no Banpará, em 1984, mostrará que ele não se beneficiou de dinheiro da instituição. “Espero ter, até amanhã (quarta-feira) à noite, a avaliação do tempo que levará para a perícia ficar pronta.”
Se optar pela renúncia antes da abertura do processo, o que impediria o prosseguimento da ação e possível perda de direitos políticos, Jader concorrerá nas eleições de 2002. Ontem, ele reafirmou essa disposição, evitando apenas especificar se, nesse caso, disputaria o governo do Estado do Pará ou tentaria uma vaga no Senado.
Acompanhado por assessores e seguranças, ele esteve duas vezes na sede da emissora, pela manhã e à noite. Durante a tarde, permaneceu em sua residência, num apartamento na região central da capital paraense, onde recebeu a visita do seu segundo suplente, Fernando Ribeiro, e do ex-titular da Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam) no Pará, Arthur Guedes Tourinho, nomeado por ele para o cargo.
Em entrevista a uma emissora de tevê, o pai de Jader, Laércio Barbalho, defendeu a renúncia do filho. Aos 83 anos, ele é o primeiro suplente do senador, mas reafirmou sua intenção de não assumir a vaga. Segundo Laércio, a cassação já foi decidida pelos demais parlamentares. “Se isso já está acordado, está certo para tirá-lo, então por que ele vai ficar? Para cassarem ele?”
O pai e suplente, também implicado nas denúncias de irregularidades envolvendo a aplicação de recursos do Banpará, atribuiu ao PFL, ao ex-senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) e ao PT o movimento pela cassação do filho. Ele afirmou que Jader juntou documentos nos últimos dias para repassar aos advogados.
Hoje, o senador deve permanecer em Belém, mantendo encontros com aliados e preparando os passos para amanhã, tão logo pise no Senado.
Suassuna é nome mais cotado para assumir ministério
BRASÍLIA – O senador Ney Suassuna (PMDB-PB) recebeu apoio da maioria de sua bancada e de assessores do presidente Fernando Henrique Cardoso, tornando-se o mais forte candidato a ministro da Integração Nacional. Há, porém, uma pendência a ser resolvida com os peemedebistas do Norte, que querem destinar o cargo a um representante dessa região. Ele já havia sido cotado para o posto quando a vaga foi destinada aos senadores Fernando Bezerra (RN) e Ramez Tebet (MS), ambos do PMDB.
Ex-presidente da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) e atual presidente da Comissão de Fiscalização e Controle, Suassuna é um dos parlamentares mais afinados com a equipe econômica do governo. Ele assumiu o primeiro mandato em 1991, como suplente, e em 1998 voltou ao Senado, eleito com 42% dos votos válidos.
O ministério da Integração Nacional substituiu a Secretaria de Políticas Regionais na reforma política feita por Fernando Henrique. Seu papel tem sido compensar o PMDB pela saída de Renan Calheiros (AL) do Ministério da Justiça, após suas desavenças com tucanos.
Além da extinção da Sudene e da Sudam, a pasta perdeu as ações de combate à seca e parte das ações de infra-estrutura hídirca. Bezerra pediu demissão, em junho, após descoberta de negócios de uma de suas empresas com a Sudene. Tebet saiu do ministério para substituir o senador Jader Barbalho (PMDB-PA) na presidência do Senado.
Brasil pede bloqueio de bens de Maluf em paraíso fiscal
Gregori solicita a Itamaraty envio de requerimento de cooperação judicial à Suíça e ao Reino Unido
O Ministério da Justiça enviou ontem ao Itamaraty pedido - em nome do governo brasileiro - de formal cooperação judicial com o Reino Unido e a Suíça para obter o imediato bloqueio de ativos e a quebra do sigilo do ex-prefeito Paulo Maluf (PPB) e de seis familiares dele. O documento, expondo os motivos oficiais sobre a necessidade da adoção de tais medidas, foi preparado pelo chefe do Departamento de Estrangeiros do ministério, Luiz Paulo Telles Barreto. Na noite de segunda-feira, um agente da Polícia Federal viajou a São Paulo e encontrou-se com o ministro José Gregori, que assinou o ofício - traduzido para o inglês e o francês.
O Brasil tem acordo de cooperação com a Suíça, mas não tem com a Ilha de Jersey. Mesmo assim, Gregori acredita que o pedido também será atendido pelas autoridades do paraíso fiscal do Canal da Mancha. Antes de enviar a documentação ao Itamaraty, o ministro solicitou parecer de sua Consultoria Jurídica.
O pedido de colaboração foi feito pelo juiz Fernando Moreira Gonçalves, da 8.ª Vara da Justiça Federal, que conduz ação penal contra Maluf por suposto envolvimento em esquema de fraudes na emissão de Letras Financeiras do Tesouro Municipal para pagamento de precatórios, entre agosto e novembro de 1994. As transações com títulos públicos teriam provocado desvio no montante equivalente a US$ 600 milhões, segundo a Procuradoria da República. Na mesma ação, está sendo apurada existência de contas em nome do ex-prefeito em Genebra e em Jersey.
Por meio da formal cooperação - de acordo com o Ministério Público Federal em petição à Justiça Federal -, o Brasil está pedindo a "imobilização dos bens e valores existentes em nome dos investigados (Maluf e família), a fim de evitar que os recursos desviados dos cofres públicos brasileiros sejam dilapidados ou desviados para nomes e contas de outras pessoas, situação que impediria a restituição ao erário".
Também está sendo requerida às autoridades da Suíça e do paraíso fiscal do Canal da Mancha "a restituição de tais recursos e bens ao erário brasileiro, já que constituem produto de crime e estão sujeitos a confisco". A Procuradoria da Repúbluca considera essencial às investigações ter acesso "aos registros de movimentações, valores, aplicações e investimentos das contas que sejam titularizadas ou tenham como beneficiários os investigados, além da relação de pessoas físicas e jurídicas que funcionaram como intermediários financeiros".
Parecer - Hoje, os advogados de Maluf vão juntar ao processo parecer do jurista Damásio de Jesus reforçando a tese sobre a prescrição dos delitos atribuídos ao ex-prefeito - falsidade ideológica e crime de responsabilidade. A Procuradoria da República manifestou-se contra o pedido da defesa, sustentando que não houve prescrição. Em sua manifestação, a procuradoria cita obra do jurista. Segundo os advogados, o parecer "vai desmontar" a manifestação da procuradoria.
‘Namoro’ com PL deixa petistas assustados
Moderados e radicais criticam articulações da cúpula da legenda para alianças políticas
O namoro do PT com o PL provoca reações de surpresa e irritação tanto de radicais como de moderados petistas. Até o senador Eduardo Suplicy (SP), do grupo light, disse ver com “bastante preocupação” a possibilidade de uma aliança política entre os dois partidos, como defendeu Luiz Inácio Lula da Silva, virtual candidato do PT à Presidência da República.
“Este assunto precisa ser analisado sem precipitação”, afirmou Suplicy. A direção do PT decidiu intensificar as articulações para que o senador José Alencar (MG), ex-PMDB e de malas prontas para o PL, seja vice na provável chapa liderada por Lula em 2002.
O deputado José Dirceu (SP), presidente do PT, tem encontro marcado para hoje com Alencar, em Brasília. Mas nega que vá lhe fazer um convite formal. Na prática, a cúpula petista sabe que uma coligação nacional com o PL é difícil e ainda tem esperança de ressuscitar a frente com o PSB e o PDT. Tenta, porém, montar uma estratégia que, se não garantir o vice, pelo menos assegure palanques estaduais mais espaçosos para Lula. Na outra ponta, Suplicy faz coro com os radicais do PT para defender mais cautela. O senador insiste em disputar com Lula a indicação de candidato ao Planalto.
“Desde o início, a história do PT e do PL foi marcada por comportamentos muito diferentes”, argumentou Suplicy, que, apesar de não integrar nenhuma facção na seara ideológica do partido, é da ala moderada. Mais contundente, o ex-prefeito de Porto Alegre Raul Pont, considerado radical, cobrou coerência do PT.
“Está bem que tivemos de agüentar o presidente Fernando Henrique sob o rótulo de social-democrata, mas aturar uma aliança do PT com os liberais já é demais”, reclamou Pont, um dos líderes da tendência Democracia Socialista. “Alguma coerência a gente precisa manifestar, até para não confundir o eleitor”, completou o ex-prefeito, segundo colocado na disputa pela presidência do PT.
Na correlação de forças petistas, as facções radicais conquistaram pouco mais de um terço do diretório nacional, ou 32,49%. Pont não admite nem mesmo que seu partido apóie uma eventual candidatura de Alencar ao governo de Minas Gerais. “Este cidadão pode ser honesto e bem-intencionado, mas, por sua trajetória, não tem nada a ver com o PT”, disse o gaúcho. Qualquer decisão sobre aliança para as eleições de 2002 têm de passar pelo crivo do 12.º encontro do PT, em dezembro, e por uma convenção em abril.
Só Deus – Alencar deve filiar-se amanhã ao PL, em Belo Horizonte (MG). “Não exigirei do partido escolhido por mim nenhum compromisso para que eu seja candidato”, avisou o senador. Sobre uma eventual composição com o PT, o mineiro Alencar faz questão de manter o suspense. “Não falo que serei nem que não serei vice, ou mesmo candidato ao governo, porque o futuro a Deus pertence”, desconversou.
O deputado Valdemar Costa Neto (SP), presidente do PL, confessa estar atuando como cupido nesta história. “Hoje o Lula tem grande simpatia entre os liberais”, notou. E concluiu: “É um namoro que pode terminar em casamento.”
Brizola briga com Ciro e enterra aliança
Crise começou após reclamações de Brizola sobre filiação de Britto ao partido de Ciro
RIO - Uma troca de cartas entre o pré-candidato do PPS à Presidência, Ciro Gomes, e o presidente nacional do PDT, Leonel Brizola, praticamente sepultou as articulações visando à formação de uma "terceira via" de centro-esquerda nas eleições presidenciais de 2002. O rompimento foi causado pela filiação ao PPS do ex-governador do Rio Grande do Sul Antonio Britto, responsável por várias privatizações no Estado-berço do trabalhismo.
O relacionamento PDT-PPS, já tenso, azedou de vez com a confirmação da presença de Ciro na solenidade de filiação de Britto, possível candidato ao governo gaúcho. Brizola reclamou com Ciro e manifestou em público seu desagrado. "Ninguém pode deixar de considerar que, a partir dessa aliança com Britto, haverá um deslocamento do PPS para o campo conservador, neoliberal." O pedetista confirmou que estão suspensos os entendimentos com o PPS e o apoio a Ciro. Disse ainda ter conversado mais de uma vez com o pré-candidato sobre os problemas que seriam criados pela entrada de Britto, mas negou ter feito algum tipo de exigência.
Não foi o que Ciro insinuou no fax que enviou, anteontem, a Brizola. No texto, Ciro acusa Brizola de sempre ter preferido o governador de Minas, Itamar Franco, como candidato a presidente, e avisa não poder aceitar a "última exigência" do pedetista, referindo-se à entrada de Britto no PPS.
"Não quero ser um problema para o senhor e para a sábia condução que sempre soube dar ao partido que lidera", diz Ciro, em tom de rompimento.
Ele reclama ainda de ter sido deixado em "posição de apoio". Segundo Ciro, Brizola, mesmo depois que Itamar disse que ficaria no PMDB, exortou-o a ir para o PDT, "caso contrário, marcharia com Ciro Gomes". "Isso nunca foi propriamente honroso para mim, meu caro governador." E diz que esperou um gesto do pedetista de apoio à sua candidatura, o que não ocorreu.
Ainda na noite de segunda-feira, Brizola respondeu, também por fax, e em tom igualmente duro. Afirma que as queixas de Ciro não procedem e, indiretamente, o critica. "Ao contrário, louvei-lhe sempre a coragem de, tendo sido um dos responsáveis por este plano econômico neoliberal, ter passado a combatê-lo ao perceber seus efeitos nefastos sobre o povo brasileiro", ironiza. E nega preferência a Itamar.
Freire - O pedetista acusou o presidente nacional do PPS, senador Roberto Freire (PE), de "andar com uma carrocinha" arrebanhando apoios de todo tipo, e não descartou a possibilidade de o PDT lançar candidato próprio. Freire, por sua vez, disse que Brizola é incoerente ao vetar Britto por causa das privatizações se apóia Itamar, que vendeu a Companhia Siderúrgica Nacional. "As pessoas confundem uma posição a favor de privatização com ser neoliberal.", afirmou.
Artigos
Seminário da caridade
DOM CLÁUDIO HUMMES
O início do terceiro milênio e do século 21 ofereceu um momento oportuno para a Arquidiocese de São Paulo decidir revisar sua presença ativa, solidária e evangelizadora na situação de pobreza e miséria de grande parte da população paulistana. Mas, por se tratar da realidade de todo o Município de São Paulo, a arquidiocese convidou as outras três dioceses que ocupam o território do Município, ou seja, as Dioceses de Santo Amaro, São Miguel Paulista e Campo Limpo, a assumirem conosco este projeto. Elas aceitaram e, assim, estamos juntos e entendemos que isto dará maior unidade de ação à Igreja nesta cidade, bem como teremos maior expressão e força para exigir adequadas políticas públicas da parte do poder municipal para combater a miséria e a pobreza.
Visando a esse objetivo, estamos realizando um abrangente Seminário da Caridade, em que procuramos, primeiro, fazer uma pesquisa exploratória sobre todas as obras assistenciais, sociais, transformadoras e de promoção humana, que direta ou indiretamente a Igreja criou e administra hoje.
Numa segunda etapa, estamos levantando os mapas da miséria e pobreza da cidade, com o auxílio dos dados da Prefeitura Municipal e do governo do Estado, bem como das pesquisas das universidades. A estas pedimos também, e várias delas já aceitaram, o qualificado serviço de dar, numa terceira etapa, a interpretação sociológica e científica a este quadro e de destacar os apelos principais e urgentes que a realidade da fome, da miséria e da pobreza na cidade de São Paulo dirige à Igreja.
Enfim, orientada por este seminário, a Igreja Católica no Município de São Paulo procurará revisar sua presença e sua atuação na realidade social de pobreza e miséria da cidade, tomando, se necessário, novas iniciativas e reformulando, se for o caso, obras e serviços já existentes.
Este seminário não se resumirá, portanto, a reuniões e conferências de um fim de semana, num determinado lugar. Mas deverá estender-se no tempo até o final deste ano e talvez mesmo entrar pelos primeiros meses do próximo ano.
Deverá também realizar-se em diferentes espaços espalhados pela arquidiocese e pelas três dioceses que o realizam em conjunto. Haverá atividades nas paróquias e associações, em certos momentos, em que o próprio povo participará mais diretamente.
Ao denominarmos este seminário com a palavra caridade, queremos assinalar desde o início o amplo horizonte cristão em que pretendemos trabalhar junto à população excluída e pobre.
De fato, caridade significa mais do que justiça. Por outro lado, a caridade sem a justiça seria uma caridade falsa e vazia. O papa João Paulo II, em sua carta apostólica No Início do Novo Milênio, de janeiro último, nos conduz a este significado amplo da caridade cristã.
Assim, ao traçar para a Igreja em todo o mundo um grande programa pastoral e evangelizador, brotado da profunda experiência religiosa do Jubileu do ano 2000, como impulso renovador no início do terceiro milênio da era cristã, o papa propõe algumas prioridades. Entre elas, insiste na essencial comunhão interna da Igreja, que deve ser uma fraternidade unida pelo amor, uma unidade na diversidade, em que o novo mandamento de Cristo, "amai-vos uns aos outros, como eu vos amei", seja uma realidade e como tal percebida pelo mundo. Portanto, uma Igreja em que a caridade fraterna caracterize seus membros em sua convivência eclesial cotidiana e diuturna. Uma Igreja que realiza esta outra palavra de Jesus: "É por isto que todos saberão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros" (Jo 13,35).
"A comunhão interna da Igreja deve ser elevada ao nível de princípio educativo em todos os lugares onde se plasmam o homem e o cristão, onde se educam os ministros do altar, os consagrados, os agentes de pastoral, onde se constroem as famílias e as comunidades", escreve João Paulo II. Uma comunhão que é fraternidade e unidade, que respeita a legítima diversidade dos membros e grupos, dos serviços, carismas e responsabilidades diferentes na comunidade e que promove a participação de todos. Um vínculo de amor, cuja origem e modelo é o próprio Deus, uno e trino.
Imbuída dessa espiritualidade e prática do amor fraterno na comunidade eclesial, a Igreja, segundo a citada carta apostólica do papa, deve ser também simultaneamente no mundo um testemunho de amor e caridade. Na sociedade hodierna, diz João Paulo II, é preciso que a Igreja aposte na caridade. E na caridade devem estar incluídas a defesa e a promoção da justiça social, dos direitos humanos, da liberdade e dignidade de todo ser humano, da paz entre os povos, da solidariedade com todos os pobres, contra toda exclusão, violência, discriminação e opressão. A caridade dos cristãos deve ser concreta, eficaz, inteligente e organizada, que inclua a assistência aos desvalidos, a promoção humana e a transformação das estruturas injustas da sociedade. Os cristãos fazem isso porque crêem em Jesus Cristo, que, com sua palavra e sua prática, os guia ao amor e ao respeito por todos os seres humanos e cada um.
Diante dos execráveis atentados recentes, levados a efeito pelo terrorismo, em Nova York e em Washington, damo-nos conta de quão grande é hoje a crise dos valores. Está na hora de os líderes políticos mundiais não mais discutirem apenas economia, mercado, finanças, competição industrial em nível global, discussões com as quais, ao lado das constantes notícias de violências, enchem diariamente os jornais do mundo e deformam a opinião pública, como se a vida humana e a História só recebessem sentido dessas questões. Ao contrário, é urgente que esses líderes promovam e prestigiem também os valores éticos na convivência humana, os valores espirituais e religiosos, que são inerentes a todo ser humano e o orientem para uma convivência pacífica, respeitadora de todas as diferenças legítimas e solidária com os mais fracos. Tudo isso está incluído na caridade.
Mestres espirituais
FREI BETTO
Por que o dalai-lama exerce tanto fascínio? Como tantos mestres espirituais, ele parece encarnar tudo aquilo que não somos e gostaríamos de ser. Transmite-nos uma imagem de paz, num mundo repleto de conflitos; de coerência, numa sociedade que não prima pela ética; de profundidade espiritual, numa civilização que se deixa hipnotizar pela superficialidade do consumismo.
Não somos capazes de imaginar o dalai-lama gritando com um de seus monges.
No entanto, erguemos a voz, irritados, com familiares e subalternos. Não imaginamos o mestre espiritual do Tibete sonegando o salário da cozinheira.
No entanto, custa-nos pagar aos empregados um valor que, um dia, lhe permita deixar de viver em função da sobrevivência imediata. Impossível supor que o dalai-lama fique irado com uma crítica pessoal. No entanto, sentimos a nossa auto-estima ferida quando temos a certeza de que as nossas fraquezas são percebidas pelos outros.
Por que esse fascínio que os mestres espirituais exercem sobre nós? A resposta não reside neles. Reside em nós. Tanto mais os admiramos, quanto mais temos consciência de nossas dificuldades para abraçar as mesmas sendas.
O que nos atrai em Jesus, Buda ou Francisco de Assis é que foram capazes de uma opção radical pela felicidade. Eis um bem que todos buscamos. Eles, porém, nos sinalizam que a felicidade é uma lagoa paradisíaca escondida dentro de uma floresta, à qual se tem acesso por trilhas inóspitas. É a terceira margem do rio, a que se refere o conto de Guimarães Rosa. Sonhamos com a lagoa, mas tememos empreender a caminhada. Não queremos perder de vista a primeira margem do rio. O resultado é essa tentativa sisifista de procurar conciliar o inconciliável, o apego aos bens materiais e o desprendimento espiritual, o horror aos pobres e o amor ao próximo, o medo de mudanças e a sedução da utopia.
As vias do neoliberalismo são contrárias às dos mestres espirituais. Estes acreditam que a felicidade se situa no mais íntimo de nós, nos bens infinitos, na experiência incondicional do amor. O sistema, contudo, apregoa que a felicidade reside nos bens finitos, na posse e na acumulação, e é o resultado da soma dos prazeres. É o que a publicidade sugere: vista esta roupa, coma naquela lanchonete, ande em tal carro, use este cartão de crédito... e você será feliz!
O valor dos mestres espirituais emana da vida interior. São pessoas que dispensam o olhar alheio. Fama e fortuna pouco lhes importam. Preferem uma hora de meditação a três de aplausos. São capazes de empatia com os anônimos. Sedentos de justiça, jamais se conformam com o mundo tal como ele se apresenta. Exalam compaixão, tolerância e esperança.
São militantes de causas aparentemente impossíveis, pelas quais dão a vida.
Não dialogam com a tentação nem se esforçam por manter o precário equilíbrio de quem insiste em ter uma perna na vaidade e outra no desprendimento, uma na sensualidade e outra na interioridade, uma na indiferença à desigualdade social e outra na utopia.
A cultura consumista adota como mandamentos os sete pecados capitais: a gula, a luxúria, a avareza, a ira, a inveja, a preguiça e o orgulho. A vida espiritual trafega pelo caminho inverso: desapego aos apetites, pudor, respeito ao outro, recato, serviço, gratuidade. Num mundo em que a competitividade é exaltada como valor supremo, como esperar que as pessoas pratiquem a solidariedade?
Os mestres espirituais só interessam ao consumismo na medida em que servem de pretexto para vender algum produto - seja a oposição ao regime chinês ou as mercadorias veiculadas por quem patrocina o espaço televisivo.
A vida espiritual não é um jogo de emoções que nos faz experimentar a vertigem do transcendente, mas uma atitude concreta e efetiva perante o próximo, de modo a vencermos o individualismo para criar vínculos de comunhão. O egoísmo é uma tendência natural em todos nós. O individualismo é uma cultura.
O critério evangélico para se saber quem está ou não no caminho ensinado por Jesus é simples: aqueles que são capazes de identificá-lo na face dos excluídos e lutam para que todos tenham vida e vida em plenitude. A vida espiritual não é um luxo narcísico. Ela é o reflexo, em nós, do amor que somos capazes de dar aos outros.
Colunistas
RACHEL DE QUEIROZ
A força da gravidade
Eu andava pelos 10 anos quando descobri ao mesmo tempo a matemática (aliás aritmética, por que os professores não falam mais em aritmética? Menino hoje, por mais analfabeto, só estuda "matemática"). Pois é, de repente descobri o mundo dos números e o mundo dos astros.
Meus avós e nós morávamos na Praça de São Sebastião, em Fortaleza: duas casas vizinhas, com um grande quintal em comum. E eu tinha dois tios - um mais velho do que eu cinco anos - Cícero, que a gente chamava de Cici, e o Felipe, um ano só mais velho do que eu. O Cici, que era meio fantasioso, começou a nos falar no céu exterior, Sol, planetas, Terra. E me revelou que a Terra levava um dia para girar em torno de si mesma e um ano inteiro para dar a volta ao redor do Sol. Foi o meu Copérnico! Até então ninguém tinha me ensinado nada, meus pais não acreditavam em educação formal, me deixavam ir lendo o que quisesse - e eu já lia até Julio Verne -, mas não sabia fazer contas, nem gramática nem nada. A total autodidata. E a revelação do Cici me fascinou: então a Terra rodava naquela velocidade toda? E por que a gente não caía no espaço? Ele explicou que era por causa da gravidade. E eu indaguei: "Gravidade não é esperar menino novo?" Eles riram: esperar menino é gravidez, sua boba. Gravidade é a força da atração da Terra, que segura a gente no chão. "Não entendi, mas não perguntei mais nada, fiquei aborrecida por me chamarem de boba. Depois, indaguei ao Felipe. "E quanto é o tamanho da Terra?" Eles aí embatucaram. Afinal, o Felipe, que era bom de contas, se lembrou: Eu só sei que a medida de um metro é a décima milionésima parte da distância do Equador ao pólo. "E daí? "Daí, é que essa distância representa um quarto da volta da Terra. Se a gente dividir por mil para ter um quilômetro, os 10 milhões de metros (basta cortar três zeros) dá 10 mil quilômetros. Multiplicando por quatro dá 40 mil quilômetros, que é a circunferência da Terra."
Era muita ciência para minha cabeça e eu mudei de tema. "E por que leva um ano para dar a volta em redor do Sol?" O Cici sabia. "Porque a volta do Sol é muitíssimo maior."
Fiquei numa grande confusão e cheguei a ter pesadelos: saía voando da face da Terra perdida de repente da força da "gravidez". A minha idéia anterior de que Sol, Lua, estrelas eram só um enfeite do céu, já não tinha sentido. Fui tomar satisfações a meu pai sobre esses assuntos de céu. "O povo diz que o céu é lá em cima e o inferno é lá embaixo. Mas se a Terra é redonda e tem céu em toda a volta, onde fica o inferno?" Meu pai, meio agnóstico, meio crente, me deu uma palmadinha carinhosa e se saiu: "O inferno é aqui mesmo.Vá brincar!" Fiquei remoendo muito tempo squela explicação "o inferno é aqui mesmo". Ainda hoje me belisca um pouco. Logo depois comecei a leitura de Vinte Mil Léguas Submarinas, Viagem à Lua, Viagem ao Centro da Terra e pelo menos acabei entendendo aquela história de décima milionésima parte. Às vezes me ocorria: como é que eles mediram? Então entrei no colégio, tive aulas de astronomia, tive melhor notícia do Universo. E, como todo pré-adolescente, passei a escrever meu endereço nestes termos: Rachel de Queiroz, Avenida Visconde de Cauípe, Benfica, Fortaleza, Ceará, Brasil, Planeta Terra, Sistema Solar, Universo. Acho que todo adolescente fez isso, um dia.
Tudo isso me veio à cabeça por causa das festas e comemorações que os homens inventaram. Por que o ano começa em janeiro ou por que janeiro começa o ano? Deve ser por causa da posição da Terra em relação ao Sol, começo do inverno no meridiano de Greenwich? Mas em cada continente o inverno começa num dado mês, e nas terras equatoriais o inverno não existe... E, afinal, qual é mesmo a extensão, em quilômetros, da órbita da Terra em redor do Sol? Isso ninguém me ensinou. Nunca. E teve um outro mistério - o que é um ano-luz ? Isso só fui aprender nas vésperas de me diplomar professora. A minha escolaridade foi mesmo muito insuficiente. Em remate de males, vale o lugar-comum: a vida é que é a Grande Mestra: entre tapas e beijos, feridas que sangram ou que cicatrizam, vai nos levando ao redor do Sol; um ano atrás do outro até que chegue o descanso e nos deponham sob os clássicos sete palmos, protegidos pela gravidade.
Editorial
Os novos números da crise argentina
A Argentina continua atolada na recessão, com as bênçãos do Fundo Monetário Internacional (FMI). No mês passado, a arrecadação tributária foi 13,8% menor que a de agosto e 14% mais baixa que a de setembro de 2000.
Apesar disso, o compromisso de déficit zero vem sendo cumprido, assegurou, numa entrevista, o ministro da Economia, Domingo Cavallo. Que fazer, perguntou um jornalista, se a economia continuar em recessão?
"Persevera e triunfarás", respondeu o ministro: "Não nos farão abandonar um caminho de reativação que, lamentavelmente, não está sendo fácil, mas que é preciso percorrer baixando impostos e normalizando a situação financeira."
Além disso, acrescentou Cavallo, "não há alternativa".
A menos de duas semanas da eleição legislativa, o governo pouco pode fazer, além de manter, com a firmeza possível, o rumo da política financeira e econômica. Qualquer alternativa, assunto que Domingo Cavallo tem preferido evitar, envolveria, no mínimo, rediscutir os termos do acordo com o FMI. O mero abandono das metas implicaria um rompimento com o Fundo. Isso envolveria riscos importantes. O país precisaria estar preparado, politicamente, para negociar a moratória, para enfrentar grandes dificuldades iniciais e para realizar grandes mudanças.
Por enquanto, a disposição do governo, aparentemente, é mesmo levar adiante o ajuste combinado. O irônico, nessa história, é que a meta mais complicada, o perfeito equilíbrio orçamentário, foi decidida antes do novo acordo e apenas aprovada, com entusiasmo, pelos técnicos do Fundo.
Mas o setor público estará, de fato, zerando o déficit? Há dúvidas. O governo central tem reduzido as transferências de fundos às Províncias. Além disso, adiou despesas para outubro. Ficou devendo, segundo o diário Clarín, pagamentos de aposentadorias.
A arrecadação, segundo Cavallo e seus principais auxiliares, caiu não apenas por causa da recessão, mas também por causa de facilidades fiscais destinadas a promover a competitividade. Isso inclui a devolução de tributos a exportadores e o "fator de convergência" cambial, que funciona como um subsídio à exportação. Além disso, as dificuldades econômicas, segundo o ministro, têm feito crescer a sonegação. Computados todos os descontos, a arrecadação de setembro, segundo o secretário de Política Tributária, José Maria Farré, teria sido apenas 5% menor que a de um ano antes.
Todo esse esforço para embelezar o quadro apenas deixa claro que nenhum estímulo está sendo suficiente para movimentar a economia. Parte da perda de arrecadação, segundo o próprio governo, resultou da queda de importações - mais um sinal da severa recessão. É significativo que a maior queda tenha ocorrido na arrecadação do Imposto sobre o Valor Agregado (IVA), um tributo que mede com razoável precisão o nível de atividade. A receita desse imposto, no mês passado, foi 31,4% menor que a de setembro de 2000. Isso resultou tanto da redução do consumo quanto da baixa da produção. Segundo a consultoria argentina Tendencias, houve demissões importantes, em setembro, nas indústrias automobilística, de autopeças, alimentícia, têxtil, construtora, metalúrgica e de couros.
Uma das mais conhecidas instituições de pesquisa econômica, a Fiel, estima que o Produto Interno Bruto argentino, em 2001, seja entre 2,5% e 3% menor que o do ano passado - e esse cálculo pressupõe uma pequena melhora no trimestre final.
A situação fiscal argentina, segundo todas essas indicações, continuará precária, enquanto a economia permanecer deprimida. Ganhos de competitividade não acontecem de um dia para outro. Dependem de investimentos importantes, que não estão ocorrendo e, além disso, o regime cambial permanece como um peso para os produtores argentinos.
O prolongamento dessa crise envolverá custos importantes também para o Brasil. Este é um dado relevante para qualquer formulação de política econômica para o final de 2001 e para o próximo ano.
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