Mulheres têm direito de viver sem violência, diz Fátima Cleide



A senadora Fátima Cleide (PT-RO) destacou nesta sexta-feira (26), em Plenário, a importância do slogan Uma vida sem violência é um direito das mulheres, referente à campanha do Dia Internacional para Eliminação da Violência contra a Mulher, ocorrido no dia 25 de novembro. Na sua opinião, já é hora de se dar um basta à violência doméstica e de gênero.

- Pensando a mulher como sujeito social que tem o direito a viver livre da violência chamo a atenção de todos nós, homens e mulheres, legítimos representantes do povo brasileiro, espalhados em cada uma das unidades da federação, e digo que não dá mais para continuarmos a assistir nos jornais de cada dia as estatísticas mostrarem o aumento gradativo da violência contra a mulher - afirmou.

De acordo com dados citados por ela de pesquisa da Fundação Perseu Abramo, realizada em 2001, 61,5 milhões de brasileiras foram agredidas ao menos uma vez. Entre as que admitiram o espancamento, relatou, 31% declararam que a última vez em que isso ocorreu foi no período dos 12 meses anteriores. Os pesquisadores acreditam que 2,1 milhões de brasileiras são espancadas por ano. Em 2001, isso representava 175 mil por mês, 5,8 mil por dia, 243 por hora, quatro por minuto e uma a cada 15 segundos.

Cleide destacou que há no mundo várias iniciativas governamentais no sentido de defender as mulheres, como a Plataforma por Ação Beijing, documento da Quarta Conferência Mundial da Mulher, que pede aos governos de todo mundo para "condenarem a violência contra a mulher e eliminarem ações baseadas em tradições, costumes e religião como forma de desculpas para se manterem afastados de suas obrigações com respeito à "Declaração da Eliminação da Violência contra a Mulher"

Fátima registrou avanços do governo no setor, como a instituição do Serviço de Notificação Compulsória na rede pública e privada de saúde dos casos de violência contra mulheres. Essa portaria, disse Cleide, é resultado também do esforço da bancada feminina do Congresso Nacional, e permitirá dimensionar melhor a magnitude do problema, caracterizar as circunstâncias da violência e retratar o perfil das vítimas e dos agressores.

- As mulheres são as principais vítimas do tráfico de seres humanos no Brasil, atingindo um índice de 80% - destacou.

A senadora adiantou que até o dia 10 de dezembro os movimentos de mulheres, feministas e todos que lutam em defesa dos direitos humanos se empenharão na campanha "16 dias de ativismo pelo fim da violência contra as mulheres". Fátima lembrou que o problema da violência contra as mulheres é universal e foi pior em determinadas épocas da história, como na Idade Média, quando milhões de mulheres foram queimadas vivas em fogueiras. "Em muitas culturas, há práticas violentas contra mulheres plenamente aceitas", destacou.

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26/11/2004

Agência Senado


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