NABOR JÚNIOR É CONTRA REGIONALIZAÇÃO DO MÍNIMO
O senador Nabor Júnior (PMDB-AC) criticou a idéia de regionalizar o salário mínimo, sustentando que o custo de vida é mais alto nas regiões mais distantes dos grandes centros, particularmente na Amazônia. A proposta, que estaria em estudo por técnicos do governo federal, criaria um valor nacional e vários estaduais ou regionais para o salário mínimo. Nabor qualificou a proposta como insana e antifederativa e afirmou que, "se os tecnocratas do governo insistirem, enfrentarão condições políticas muito mais hostis do que podem supor".- Ao contrário do que foi noticiado, é exatamente nos estados mais pobres e mais distantes que o custo de vida é mais alto. Além disso, a iniciativa é anticonstitucional, pois criaria cidadãos de primeira e segunda classe, cristalizando as desigualdades regionais de renda - afirmou o senador. Nabor Júnior citou advertência do economista Márcio Pochman, da Universidade de Campinas, segundo o qual a regionalização do salário mínimo provocará uma corrida para as metrópoles, particularmente as que estiverem pagando mais aos trabalhadores de baixa qualificação. O senador alertou para a possibilidade desse incremento migratório provocar um inchaço nas grandes metrópoles, agravando problemas como a violência urbana.Na opinião do senador, com a regionalização, "a intenção é dar a São Paulo um salário mínimo bem superior ao da Amazônia". Esta, pela distância dos pólos desenvolvidos do país e pelos altos custos de transporte impostos pela política de regionalização dos preços dos combustíveis e derivados, enfrenta permanente carestia da comida e de outros produtos de consumo, disse. Romero Jucá (PSDB-RR), em aparte, também afirmou que, caso seja adotada a regionalização do salário mínimo, a Amazônia será condenada a ser ainda mais pobre, perspectiva que, a seu ver, não terá o apoio dos senadores que representam a região.
21/02/2000
Agência Senado
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