Nabor pede providências para reduzir os preços do gás de cozinha
O senador Nabor Júnior (PMDB-AC) pediu, nesta quinta-feira (dia 1º), da tribuna do plenário, providências das autoridades para que seja reduzido o preço do gás de cozinha, que atingiu níveis insuportáveis para a grande maioria das famílias brasileiras, registrando aumentos de até 60% em diversos pontos do País nos últimos oito meses. Nas andanças que tem feito pelo interior do Acre, o senador disse que o preço do gás de cozinha representa a maior queixa feita pela população, superando até mesmo as reclamações contra o desemprego, o baixo nível dos salários e os problemas da segurança pública.
Nabor Júnior disse não fazer sentido alegar que os preços do Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) seguem as cotações internacionais. Cada país - explicou - forma os seus preços internos de derivados de petróleo segundo a sua própria estrutura de custo e de produção. Não fosse assim - acrescentou - haveria um preço único para todos os países, coisa que, em absoluto, não acontece.
Segundo o senador, o Brasil produz atualmente 70% do petróleo que consome e a maior parte dos custos de refino e transporte do combustível é paga em reais, e não em dólares. Esse fato deixaria, assim, de guardar qualquer vinculação com a alta ou baixa do câmbio.
É por levar em conta sua própria estrutura de custos, conforme observou, que o café no Brasil é mais barato que na Europa e, na Venezuela, a gasolina é mais barata que do lado da fronteira brasileira. "A banana aqui é vendida a um preço menor que nos Estados Unidos. E tem que ser assim", ressaltou Nabor Júnior, que não vê nenhum motivo, a não ser "a voracidade por maiores lucros das empresas do setor", para se agir de forma diferente com o gás de cozinha.
Citando dados da Agência Nacional de Petróleo (ANP), Nabor Júnior afirma que o botijão de gás de cozinha de 13 quilos vinha sendo vendido a R$ 20,01 em novembro de 2001 no Distrito Federal, sendo oferecido hoje a R$ 32,00, portanto, com um reajuste "absurdo" de 60%. Nabor ressalta que o gás comprado em Rio Branco, capital do seu estado, é o segundo mais caro do Brasil.
Baseando-se ainda nas estatísticas oficiais, Nabor Júnior diz que, em 20 de julho último, o preço bruto cobrado pelo gás, na refinaria, era de R$ 10,59 o botijão. Sobre esse valor incide R$ 3,92 de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) e em seguida, mais R$ 7,27 de margem bruta de distribuição. Sobre esse preço adiciona-se, então, a margem bruta de revenda, de R$ 4,53, e, assim, o consumidor nacional paga, em média, R$ 26,29 pelo gás que, inicialmente, custava R$ 10,59. Esses valores eram praticados há duas semanas, mas já receberam novos aumentos, comentou.
Para Nabor Júnior, toda a sociedade brasileira exige hoje, das autoridades, uma solução "firme e clara" no tocante aos preços do gás de cozinha, produto que provoca01/08/2002
Agência Senado
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