Natação masculina está no caminho certo para 2016



A natação masculina mostrou grande evolução em 2013 e o campeão olímpico Cesar Cielo brilhou no Mundial de Desportos Aquáticos de Barcelona, disputado entre julho e agosto. Recordista mundial dos 50m livre (20s91), o brasileiro conquistou o inédito tricampeonato mundial na prova, com direito à melhor marca de todos os tempos na era pós-maiôs (21s32). Além disso, ele se tornou bicampeão mundial dos 50m borboleta, prova não-olímpica.

Cielo, entretanto, não foi o único nadador a subir ao pódio em Barcelona. Os brasileiros conquistaram ainda três bronzes — dois com Thiago Pereira, nos 200m e nos 400m medley, e um de Felipe Lima, nos 100m peito (todas provas olímpicas). Com isso, a natação fechou o Mundial com cinco medalhas.

Mas foi a participação nas finais em Barcelona que traz boas perspectivas para que mais nadadores possam sonhar com medalhas nas próximas competições internacionais. Nicholas Santos foi quarto colocado nos 50m borboleta e João Gomes Júnior foi quinto nos 50m peito. Em sexto lugar chegaram Marcelo Chierighini, nos 100m livre, e Daniel Orzechowski, nos 50m costas. Leonardo de Deus foi oitavo nos 200m borboleta e o revezamento 4 x 100m foi sétimo, com Nicolas Oliveira, Fernando Ernesto, Vinícius Waked e Chierighini. No feminino, Etiene Medeiros foi finalista nos 50m costas e terminou a prova como a quarta colocada.

Melhor tempo do mundo no ano

Nicholas Santos, por exemplo, teve seu grande momento nas semifinais dos 50m borboleta, quando fez o melhor tempo do ano (em nível mundial). Ele terminou a prova em 22s81, à frente de Cielo (22s86) e com objetivo cumprido, que era quebrar a barreira dos 23s.

Na final, entretanto, Cielo terminou com o tempo de 23s01 e Nicholas acabou em quarto lugar, deixando por pouco escapar uma medalha ao bater em 23s21. O norte-americano Eugene Godsoe foi prata, com 23s05, e o francês Frédérick Bousquet ficou com o bronze, com 23s11.

Felipe Lima, bronze dos 100m livre em Barcelona, treina em Fort Lauderdale, nos Estados Unidos, com o técnico “cubano-brasileiro” Omar González. E se mostra ainda mais animado com a Bolsa Pódio que passa a receber do Ministério do Esporte, pois o benefício irá “ajudar muito na preparação de modo geral”.

Segundo o nadador, com a verba será possível acrescentar uma equipe de acompanhamento particular, com fisiologista, biomecânico e massagista, além dos profissionais da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) que servem à Seleção Brasileira como um todo.

Ano de mudanças

Leonardo de Deus classificou-se para a final dos 200m borboleta no Mundial de Barcelona. Chegou em oitavo, mas, aos 22 anos e contemplado com a Bolsa Pódio, também busca um trabalho mais personalizado para melhorar suas marcas. Ele planeja contar com psicólogo, fisioterapeuta e biomecânico (só pode “economizar” com a nutricionista, profissão da mãe, Jeane), que poderiam acompanhar o nadador em competições.

“Treino no Corinthians com o técnico Carlos Matheus e também temos uma equipe multidisciplinar de especialistas. Mas, agora, posso pensar em ter os meus”, diz Leonardo de Deus, para quem o ano foi de mudanças e de surpresas. Ele deixou o Flamengo, mudou de técnico, mudou de casa, para ficar mais perto do Corinthians, e foi finalista em um Mundial pela primeira vez.

Henrique Rodrigues, semifinalista dos 200m medley nos Jogos Olímpicos de Londres-2012, conseguiu em 2013 a segunda marca do mundo na sua prova (1min57s37). O tempo foi obtido durante o Troféu Maria Lenk. Aos 22 anos, ele disputou seu terceiro Campeonato Mundial.

Com 1,94m e 90kg, ele, agora, quer aproveitar a Bolsa Pódio para “nadar mais provas”. O plano é competir, além dos 200m medley, nos 100m medley, para “expandir o leque”, já visando também provas como os 100m borboleta e os 100m costas.

Nicolas Oliveira, que chegou às semifinais dos 200m livre no Mundial de Barcelona e foi finalista com o revezamento dos 4 x 100m livre, diz que o apoio do governo federal com a Bolsa Pódio e os Correios, no patrocínio da CBDA, ajudam a tirar a pressão de ter de pensar em verbas para seguir na carreira.

“E ainda podemos montar um projeto científico agregado, pensando em ir subindo aos poucos para chegar ao pódio olímpico do Rio 2016. Os Jogos Olímpicos começam agora. E os medalhistas não vão aparecer do nada. É uma escalada e já temos de mostrar a cara”, afirma o nadador.

Fonte:
Brasil 2016 



30/12/2013 11:14


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