Neuto de Conto apela ao governo pela renegociação das dívidas rurais
Ao destacar a importância da participação do agronegócio no crescimento da economia do país, o senador Neuto de Conto (PMDB-SC) fez um apelo ao governo federal para que avance nas renegociações das dívidas dos produtores rurais. Em discurso no Plenário, nesta sexta-feira (28), o parlamentar lembrou ainda que os agricultores não poderão manter os atuais níveis de produção se não superarem a situação de endividamento e as conseqüentes limitações de acesso a novos financiamentos.
- O agronegócio brasileiro hoje alimenta cento e oitenta milhões de brasileiros, alimenta trinta e seis por cento das exportações do país, é responsável por um terço do Produto Interno Bruto e por todo o superávit da balança comercial. É preciso capacidade e discernimento das autoridades para assegurar as condições para a continuidade do desenvolvimento do setor - destacou o senador.
Neuto de Conto, que preside a Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA), considerou positivo o encontro realizado no último dia 25 com os ministros da Fazenda, Guido Mantega; da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Reinhold Stephanes; e do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel. Na reunião, parlamentares das comissões de Agricultura da Câmara e do Senado e representantes da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) apresentaram as reivindicações do setor e receberam a proposta do Executivo.
Conforme explicou, os representantes do agronegócio defendem a concessão de bônus aos produtores, o alongamento dos prazos e a redução de juros. Na proposta do governo, está prevista a prorrogação, para junho, do prazo de pagamento dos contratos com vencimento em 31 de março das operações de crédito com risco do Tesouro Nacional. O Executivo propõe ainda a adoção do Índice de Preços ao Consumidor Amplo, que foi de 4,46% em 2007, mais 6% ao ano como indexador para operações de crédito em situação de inadimplência. A medida representará uma redução de juros, tendo em vista que hoje o indexador é a taxa média Selic (fixada em 11,25%) mais 1% ao ano.
O parlamentar se disse confiante no sucesso de reunião agendada para segunda-feira (31) no Ministério da Fazenda, com a participação de ministros, parlamentares, lideranças e técnicos do setor, quando será discutida uma contraproposta às medidas apresentadas pelo governo.
28/03/2008
Agência Senado
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