Ney Suassuna culpa concentração de renda por fome no Brasil
- Os índices de mortalidade infantil e os indicadores de peso e altura de crianças de até 5 anos apontam o Nordeste brasileiro em uma situação inaceitável, principalmente em sua área rural - lamentou.
Suassuna citou dados do Mapa da Fome de 1993, que apontava alarmantes índices de indigência no Nordeste. Este quadro, sustentou o senador, passada quase uma década, pouco se alterou. "Testemunhamos a ineficácia e, na maioria das vezes, a quase ausência de políticas públicas consistentes para a erradicação da pobreza e da excessiva concentração de renda", afirmou.
O aumento da capacidade mundial de produção de alimentos mostrou-se insuficiente para resolver o problema da fome, avaliou Ney Suassuna. Estudos realizados nos últimos anos, informou o senador, não indicam falta absoluta de alimentos no país, mas dificuldades de acesso, causadas principalmente pela má distribuição da renda, e falta de políticas sociais voltadas para a segurança alimentar. Ele salientou que a falta de informação torna a população carente mais vulnerável à fome e à desnutrição e defendeu a adoção de programas de atendimento à população com renda zero.
- Se considerarmos a persistente exclusão social e as dificuldades orçamentárias indispensáveis à garantia dos programas de cestas-básicas, carros-pipas, frentes de trabalho, renda mínima, bolsa-escola e merenda escolar, os brasileiros continuam tendo pouco a comemorar - frisou Suassuna.
16/10/2001
Agência Senado
Artigos Relacionados
Augusto diz que reforma tributária não acaba com a concentração de renda
FRANCELINO DEFENDE DIMINUIÇÃO DA CONCENTRAÇÃO DE RENDA NO PAÍS
Valdir Raupp manifesta preocupação com concentração de renda no campo
EMÍLIA: CONCENTRAÇÃO DE RENDA AGRAVA QUESTÃO DE DIREITOS HUMANOS
Suassuna aplaude Fome Zero mas aponta falhas
Saturnino quer debate sobre concentração de renda no segundo turno da eleição presidencial