FRANCELINO DEFENDE DIMINUIÇÃO DA CONCENTRAÇÃO DE RENDA NO PAÍS



Ao informar que o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) divulgou em seu Relatório 2000 sobre a Pobreza que o Brasil ocupa o último lugar entre todas as nações do mundo em termos de participação dos pobres no consumo e na riqueza nacional, o senador Francelino Pereira (PFL-MG) convocou deputados, senadores, líderes sindicais e a sociedade a encontrar formas de reduzir a concentração de renda e melhorar a qualidade dos gastos sociais. Ele disse que só assim a população mais pobre poderá se beneficiar do progresso do país.
De acordo com o senador por Minas Gerais, o relatório informa que no Brasil os 20% mais pobres ficam com apenas 2,5% da renda e do consumo nacional. O documento aponta ainda que o nível de pobreza do país é de 16% de sua população, em comparação com 11% da Colômbia e 5% do Chile. Por outro lado, disse Francelino, o PNUD assinalou que o nível de pobreza nacional caiu de 21% da população em 1994 para 15% em 1997, em virtude do Plano Real.
- Como naquele ano éramos 160 milhões, significa que pelo menos 24 milhões de irmãos nossos viviam na miséria. Hoje, certamente, com o agravamento da recessão em 1998 e 1999, os pobres são muito mais numerosos - estimou Francelino Pereira.
O relatório do PNUD, segundo o senador, mesmo reconhecendo que o Brasil tem um dos maiores gastos da América Latina com educação, saúde e previdência, menciona que a distribuição destes gastos sociais terminam beneficiando prioritariamente a classe média e os ricos. O documento também sinaliza que as desigualdades são também raciais e regionais, já que a pobreza se concentra sobretudo entre os negros e os trabalhadores rurais. "Embora o Nordeste tenha apenas 30% da população brasileira, é naquela região que se encontram 62% dos pobres brasileiros", acrescentou.
Francelino Pereira também referiu-se ao dilema que o país vive hoje entre manter a estabilidade para evitar a volta da inflação ou adotar políticas que conduzam a uma melhoria da distribuição de renda. Ele disse que o debate sobre o salário mínimo é um exemplo do dilema: "elevá-lo a limites razoáveis representaria um aumento tal no déficit da previdência que resultaria em aumento do déficit público, que teria de ser financiado pela via inflacionária", opinou.

07/04/2000

Agência Senado


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