Ney Suassuna diz que cobrança de dívidas pode completar verba para salário mínimo no orçamento
Na proposta enviada aos parlamentares, a ser votada até 15 de dezembro, o Executivo prevê um reajuste salarial para todo o funcionalismo de 3,5% e de aproximadamente 5% para o salário mínimo - que passaria dos atuais R$ 180 para R$ 189 em 2002.
Ao lado dos baixos reajustes do mínimo e do funcionalismo, o senador Ney Suassuna aponta outro problema no projeto orçamentário: a previsão de que o governo poderá contar, no próximo ano, com a cobrança de previdência dos inativos federais, cuja arrecadação chegaria a R$ 1,4 bilhão.
- O Congresso já deu mostras de que não está disposto a aprovar esta cobrança agora. Por que insistir? - indagou o senador.
A inclusão da cobrança, na opinião de Suassuna, só piora a situação, pois o governo acabará sendo obrigado a cortar despesas neste mesmo valor. Esta é a segunda vez consecutiva que o Executivo coloca esta "verba condicionada" em sua proposta orçamentária, lembrou.
Ney Suassuna manifestou-se pessimista com a previsão de que o governo federal quer gastar 14% a mais (cerca de R$ 15 bilhões) em projetos sociais, em 2002, ano de eleições. Para ele, por se tratar de um projeto orçamentário apenas autorizativo, nada garante que, no final, o governo federal irá realmente aplicar tais valores em projetos da área social.
O Orçamento de 2002 deverá chegar nesta terça-feira à Comissão Mista de Orçamentos, que irá examiná-lo nos próximos três meses e meio. Por acordo partidário, a peça será relatada pelo deputado Sampaio Dória (PSDB-SP). O deputado contará com a ajuda de um grupo de parlamentares para encontrar fórmulas de conceder um reajuste acima de 3,5% para o funcionalismo federal. O grupo foi encarregado do trabalho por indicação do presidente da comissão, senador Carlos Bezerra (PMDB-MT).
03/09/2001
Agência Senado
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