Nos 50 anos de morte de Kennedy, Sarney destaca legado democrático do ex-presidente dos EUA
O senador José Sarney (PMDB-AP) lembrou, em pronunciamento no Plenário nesta segunda-feira (25), os 50 anos do assassinato do ex-presidente norte-americano John Kennedy, no dia 22 de novembro de 1963.
- Kennedy influenciou profundamente a minha geração, a nossa geração, e jamais, da minha memória, desapareceu aquela tarde indelével em que, deputado federal, aqui na Câmara, recebíamos, com grande impacto, a notícia do seu assassinato em Dallas. Foi uma comoção, porque realmente Kennedy conseguiu imprimir em todo o mundo uma chama de esperança sobre o futuro da humanidade - afirmou o senador.
Ele ressaltou o papel de Kennedy na defesa da igualdade social e racial, do combate à pobreza e dos direitos dos trabalhadores e das pessoas com deficiência; no lançamento do programa espacial, após a recusa da União Soviética em desenvolver projetos conjuntos nessa área; e no lançamento do Peace Corps, "uma espécie de Projeto Rondon, em que ele motivou a juventude universitária americana a participar de ações voluntárias para ajudar os países mais pobres".
'Chama' maior que as realizações
Sarney acrescentou que John Kennedy "é considerado, nos Estados Unidos, como o maior presidente que já teve esse país", fato destacado pelo senador:
- É uma coisa que chama atenção porque ele deixou muito mais por fazer; os seus planos não foram construídos. E ele deixou muito mais a chama da esperança do que ele podia realizar do que realmente o que ele tinha podido realizar. Mas esse espírito dele era justamente o espírito que construiu a sua imagem ao longo do tempo - comentou.
José Sarney citou artigo recente do jornal The New York Times segundo o qual já foram publicadas "cerca de 40 mil obras sobre John Kennedy".
- Para nós, que damos muito pouca importância ao passado, é um número quase inacreditável, mas, mesmo num país apaixonado por livros e por figuras públicas como são os Estados Unidos, esse número é espantoso - disse.
A admiração pelo ex-presidente americano, prosseguiu, se dá a despeito de sua passagem pelo poder em pleno período da guerra fria, quando os Estados Unidos buscavam o confronto "com todo lugar onde existisse o comunismo" e Kennedy demonstrava "um grande espírito de coragem" ao afirmar que "não buscava a paz americana pelas armas americanas".
Mesmo observando que por vezes os interesses dos EUA e do Brasil se chocaram, inclusive durante o tempo em que ele próprio ocupou a Presidência da República, Sarney enfatizou que Kennedy contribuiu para a difusão dos "ideais de liberdade", "espalhando pelo mundo inteiro a ideologia, quase a mitologia, da democracia":
- Ao falar aqui dos Estados Unidos, eu devo fazer uma grande justiça a esse país, que se transformou num país líder do mundo inteiro, com a força que ele teve. Calculem se um país como os Estados Unidos tivesse, com a força que eles têm no mundo, a visão de dominar o mundo que teve Hitler, da Alemanha, ou que teve o fascismo do Mussolini ou que teve Stalin, na União Soviética. Não, ao contrário, foi um país que difundiu e que procura difundir no mundo inteiro os ideais de liberdade e de democracia.
25/11/2013
Agência Senado
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