Notícias do Portal do Mercosul
Na reunião anual do Banco Internacional de Desenvolvimento que ocorreu na cidade de Fortaleza, várias críticas foram feitas ao Mercosul por analistas de bancos de investimentos de Nova York. Segundo os analistas o Brasil deveria abandonar o Mercosul. Dois economistas de Wall Street, Paulo Leme, diretor-gerente para mercados emergentes da Goldman Sachs & Co., e Arturo Porzecanski, diretor-gerente da ABN Amro Securities, resumiram no encontro em Fortaleza, semana passada, o pensamento dominante no mercado financeiro: o Brasil deveria partir para um acordo de livre comércio com os EUA, como fez o México ao aderir ao NAFTA (Tratado de Livre Comércio da América do Norte), ou com outro país desenvolvido. Paulo Leme acredita que o Mercosul não fortalece o Brasil, e citou o México como exemplo a ser seguido. O NAFTA ajudou o México de forma impressionante, nota Mark Essle, presidente da consultoria ATKearney para a América Latina. Guillermo Calvo, economista-chefe do BID, considera a economia brasileira como uma das mais fechadas do mundo. Segundo ele, se o Brasil e a Argentina fossem mais abertos, seriam menos vulneráveis. O ex-diplomata e consultor internacional de mercado financeiro João Luiz de Medeiros disse que o Mercosul contribui para o isolamento do Brasil. Para muitos analistas a opção do Mercosul será integrar-se à Alca mais do que se manter como um agrupamento de comércio alternativo.
BARREIRAS DE IMPORTAÇÃO
Na visita de ontem do Ministro da Indústria, Sérgio Amaral, e empresários brasileiros, a Buenos Aires, ficou claro que o Brasil condiciona a abertura, fundamentalmente do setor de veículos, a medidas de reciprocidade, em que os argentinos derrubem, por exemplo, barreiras às importações de autopeças, frango, calçados e açúcar. O Brasil tem cerca de 20 produtos com restrições para ingressar em território vizinho, enquanto só o leite argentino sofre represálias comerciais brasileiras. Como trunfo nesta negociação, o governo brasileiro carrega o fato de a Argentina nunca ter vivido numa situação onde se encontra tão dependente do comércio bilateral como agora. O Ministro argentino De Mendiguren confirmou ter boa disposição de acabar com as barreiras comerciais, ao dizer que trata-se do momento ideal para buscar a integração comercial completa entre os dois países.
4º FÓRUM DE FRUTICULTURA DA METADE SUL
Ontem (21/03/02) foi abeto na cidade de Santana do Livramento o 4º Fórum de Fruticultura da Metade Sul. De acordo com Afonso Hamm, presidente do Comitê de Fruticultura da Metade Sul, o intercâmbio com os países vizinhos é um dos objetivos da entidade já que a Argentina e Uruguai possuem mais experiência com algumas frutas do que a região sul do estado. Outra intenção comum ao comitê é a produção em escala e o aumento da qualidade dos produtos dos países vizinhos para a entrada no mercado europeu. Paralelamente ao Fórum ocorre este ano, o 1º Encontro Internacional de Fruticultura, com a presença de produtores e painelistas da Argentina e do Uruguai.
COMBATE À POBREZA
Enquanto dirigentes de mais de 50 países discutiam ontem (21/03/02) em Monterrey no México, formas de combater a pobreza no mundo, um dos mais necessitados de ajuda externa no momento, a Argentina, não recebia mais do que declarações de solidariedade. Não há solução rápida para a crise da Argentina, disse Horst Köhler diretoe-gerente do FMI, destacando que é cedo para afirmar se haverá acordo, sobre ajuda de US$ 25 bilhões ao país. Eduardo Dhalde considerou lógico o comportamento do FMI. Segundo ele, a reação do organismo financeiro era de se esperar, já que a Argentina é um país que não cumpriu seus compromissos, e por isso não gera confiança.
FUTURO
O secretário do tesouro dos EUA, Paul O’Neill, fez ontem comentários mais otimistas sobre o futuro Argentino. O’Neill afirmou que saiu otimista depois de um encontro com o Ministro argentino da Economia, Jorge Remes Lenicov. Segundo o secretário, o país pode atingir as condições necessárias para um novo empréstimo dentro de semanas.
03/22/2002
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