Novo embaixador buscará apoio croata a vaga no Conselho de Segurança da ONU



A busca da consolidação do apoio da Croácia à aspiração brasileira de um assento permanente no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) e a cooperação no trabalho de reconstrução do Haiti estão entre as prioridades do novo embaixador brasileiro em Zagreb, o ministro de primeira classe Luiz Fernando Gouvêa de Athayde. A mensagem presidencial contendo a sua indicação para o posto, que teve como relator o senador Flávio Torres (PDT-CE), recebeu nesta quinta-feira (10) parecer favorável da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE).

Segundo o embaixador, as relações bilaterais são marcadas pela cordialidade e pela "convergência de interesses". Ele recordou que o Brasil reconheceu a independência da Croácia em 1992 - após a guerra civil que se sucedeu à divisão da antiga Iugoslávia - e que cinco anos depois foi aberta a embaixada croata em Brasília. O Brasil, por sua vez, abriu embaixada em Zagreb em 2006.

Athayde defendeu maior aproximação política e cultural com a Croácia. Segundo informou aos senadores, já existe um acordo cultural pronto para ser assinado pelos governos dos dois países. Com isso, ele pretende intensificar a presença brasileira naquele país, por meio de exposições de arte e mostras de cinema.

Em resposta a uma questão apresentada pelo presidente da comissão, senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), o embaixador anunciou a intenção de estimular a utilização do porto de Rijeka como porta de entrada de produtos brasileiros para toda a região sudeste da Europa, seguindo caminho já adotado pelos exportadores chilenos. Além disso, quer diversificar a pauta de exportações brasileiras. Atualmente, o Brasil vende para a Croácia principalmente soja, açúcar, café e carnes.

Durante o debate, o senador Flávio Torres (PDT-CE) perguntou se o país já se encontrava totalmente pacificado, depois da guerra civil que envolveu a região da antiga Iugoslávia. Segundo o embaixador, já não há mais tropas da ONU na Croácia, e os líderes croatas e da Sérvia "estão tentando se entender".

O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) lembrou viagem que fez a Zagreb na década de 60 e perguntou se ainda havia resquícios na Croácia do sistema de auto-gestão das empresas, implantado durante o regime socialista. Athayde respondeu que, apesar de o país ter adotado a economia de mercado, ainda existem influências do passado socialista, como por exemplo no sistema jurídico.

O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) manifestou preocupação com os efeitos da guerra civil sobre as universidades do país e defendeu a busca de possíveis áreas de cooperação acadêmica entre os dois países.

Jobim

A comissão aprovou requerimento do senador Renato Casagrande (PSB-ES) para a realização de uma audiência pública - marcada para a próxima quarta-feira (16) - com o ministro da Defesa, Nelson Jobim. Ele deverá falar aos senadores sobre o processo de compra de 36 aviões franceses Rafale pelo governo brasileiro, anunciada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante as comemorações do Dia da Independência.

Outro requerimento aprovado, este de autoria do senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA), determina que a audiência pública em que será discutida a renegociação com o Paraguai dos contratos de fornecimento de energia da hidrelétrica de Itaipu seja promovida conjuntamente com as comissões de Serviços de Infraestrutura (CI) e de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ). Foi também aprovado requerimento para a realização de uma audiência conjunta da CRE e de mais cinco comissões para celebrar o Dia Mundial da Ciência pela Paz e pelo Desenvolvimento.

10/09/2009

Agência Senado


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