Número de obras com indícios de irregularidades graves é o menor em nove anos



Com 41 obras citadas, o relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre as obras que apresentam indícios de irregularidades graves, nesse momento em exame na Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização (CMO), foi o mais enxuto dos últimos nove anos. Em 2002, a lista chegou a incluir mais de 160 obras executadas com recursos do Orçamento da União marcadas por problemas dos mais variados tipos, desde alterações nos projetos a preços superfaturados.

Os dados foram apresentados pelo titular da Secretaria de Fiscalização de Obras do TCU, André Luiz Mendes, aos participantes de audiência realizada pela CMO, nesta terça-feira (1º). A audiência foi a primeira de uma série de quatro, destinadas a debater com dirigentes de empresas e órgãos públicos os problemas existentes em suas áreas. Nesta terça-feira, foram ouvidos representantes da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero) e da Petrobras.

Na continuidade dos trabalhos, nesta quarta-feira (2), pela manhã, a CMO receberá esclarecimentos sobre obras rodoviárias do Departamento Nacional de Infraestrutura Terrestre (Dnit). A partir das 14h30min, serão ouvidos representantes dos Ministérios das Cidades e da Integração Nacional.

Depois de analisar as informações anualmente encaminhadas pelo TCU, a CMO poderá manter ou retirar da lista os contratos lançados pelo tribunal no relatório. Aprovado pelo plenário da comissão, o documento se transformará no Anexo de Obras com Indícios Irregularidades Graves, um dos documentos incorporados ao substitutivo da CMO ao projeto da Lei Orçamentária Anual (LOA). Aprovado o Orçamento, essas obras só receberão recursos no exercício orçamentário seguinte depois de sanadas as irregularidades.

Obras do PAC

O TCU auditou 99 das 2.446 obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). A amostra corresponde a 3,9% do total, em número de obras, mas corresponde a títulos orçamentários que concentram mais de 80% das despesas do programa, conforme esclarecimentos do secretário da área de fiscalização do TCU. Como destacou, o principal critério para as auditorias é "relevância e materialidade" dos contratos.

Sobre as obras aeroportuárias, André Luiz Mendes disse que os problemas mais comuns são projetos básicos deficientes, orçamentos sem fundamentação legal ou técnica e alterações dos serviços, muitas vezes pelo fato de terem sido iniciadas sem o projeto executivo com o detalhamento necessário. O secretário da área de fiscalização apontou ainda problemas de pagamento por "química", gíria que se refere a medições fictícias de serviços para justificar pagamentos.



01/12/2009

Agência Senado


Artigos Relacionados


CMO discute agora situação de obras com indícios de irregularidades graves

CMO ouvirá gestores de obras com indícios de irregularidades graves apontados pelo TCU

Presidente do TCU entrega a Sarney lista de obras públicas com indícios de irregularidades graves

TCU diz que 34% das obras do Dnit apresentam indícios de irregularidades

COMITÊ IRÁ ACOMPANHAR OBRAS COM INDÍCIOS DE IRREGULARIDADES

CMO discute indícios de irregularidades em obras da Petrobras