ODACIR COBRA PROPOSTAS PARA DIMINUIR O DESEMPREGO
Para combater a tendência de aumento do desemprego, em função da evolução tecnológica e da globalização da economia, o senador Odacir Soares (PTB-RO) cobrou do governo a adoção de programas de capacitação de mão-de-obra e investimentos em atividades geradoras de emprego, como preservação do meio ambiente, turismo ou atividades culturais, notadamente a produção cinematográfica ou de vídeo.
"Precisamos descobrir novos caminhos, inventar soluções nossas, criativas, que nos possam garantir crescimento e competitividade no contexto das nações, sem que tenhamos de sacrificar uma mão-de-obra que tanto nos custou formar", disse Odacir, citando a França como um país que está buscando novas soluções para superar o desemprego.
Segundo o senador por Rondônia, não há, fora dos palanques eleitorais, programas de treinamento de mão-de-obra para recolocar trabalhadores expulsos de seus postos pela inovação tecnológica. "O grande público não tem conhecimento de nenhuma iniciativa de órgãos semi-oficiais como o Sebrae, Sesi, Senac e Sest. Essas entidades, apesar de contarem com recursos financeiros abundantes, não parecem se sentir comprometidas com o combate ao desemprego", reclamou.
Odacir citou dados sobre o setor de supermercados para exemplificar a tendência preocupante do desemprego no Brasil. "Nos últimos dez anos, o setor registrou um ganho surpreendente com forte enxugamento de pessoal. Houve uma redução de 21,5% do número de trabalhadores entre 1987 e 1996. Os 300 maiores supermercados eliminaram 70 mil empregos no período, enquanto o faturamento aumentou em 15% e a produtividade por funcionário em 46% ".
E concluiu: "A meu ver, de nada adianta nos acenarem com o mercado informal como um caminho. Quem aceita essa solução só pode desconhecer a crueldade desse mercado, com jornada desumana de 20 horas de trabalho, a falta de garantia e de instrumentos de defesa do trabalhador ante a concorrência desonesta e predatória, a voracidade fiscal do Estado e tudo o que rege esse mundo do mais legítimo capitalismo selvagem".
03/08/1998
Agência Senado
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