Olívio faz maratona para reverter desgaste







Olívio faz maratona para reverter desgaste
O governador do Rio Grande do Sul, Olívio Dutra, participou ontem de uma maratona de entrevistas, em São Paulo, na tentativa de reverter a imagem negativa de seu governo e amenizar as possíveis conseqüências, nas eleições de 2002, das denúncias sobre as relações do PT com o jogo do bicho. Visivelmente constrangido, tergiversando em respostas longas, Olívio repetiu que seu governo combate a "banda podre" da polícia e que é vítima de uma "tentativa de 3.º turno" feita pela oposição do Estado.

Nos poucos momentos em que reconheceu alguma lição no episódio do Clube de Seguros da Cidadania, criado para arrecadar fundos para as campanhas petistas, o governador defendeu o controle partidário mais rigoroso do financiamento eleitoral. "Houve descuido, frouxidão no registro", disse, ao lado do presidente de honra do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, e do presidente nacional do partido, José Dirceu.

Para o governador, o PT gaúcho "não precisa viver de favor". Ele defendeu "ampla campanha" entre os filiados para aquisição de uma sede própria. Em 1998, o PT passou a usar, em comodato, o prédio do Clube de Seguros. "Esse clube não pode continuar", observou.
Olívio afirmou que o ex-presidente do clube Diógenes de Oliveira "cometeu uma falta gravíssima" quando procurou o ex-chefe de Polícia Civil Luiz Tubino e, dizendo falar em nome do governador, pediu que a polícia não reprimisse o jogo do bicho. "Ele teve uma conversa atabalhoada, desautorizada; me senti ofendido."

Depois de questionado seis vezes se é a favor da legalização do jogo do bicho, Olívio respondeu que é "a favor da discussão" do tema pela sociedade.
O governador disse, porém, que nunca jogou na zooteca. "Assim como não fumo." Olívio deu entrevistas às TVs Cultura, Record e Gazeta.


Candidato aliado pode não ser tucano, diz FHC
Segundo presidente, seu apoio irá para quem tiver melhor condição de juntar forças e vencer

O presidente Fernando Henrique Cardoso reafirmou ontem, em entrevista à TV Bandeirantes, que não existe uma exigência prévia de que o cabeça-de-chapa governista seja do PSDB. "Como presidente, sou chefe de uma coalizão grande. Se eu disser que tem de ser esse, não posso ser chefe da coalizão", respondeu. A declaração poderia ser interpretada como uma aceitação de uma candidatura à Presidência fora do PSDB, mas Fernando Henrique admitiu, também, que a aliança pode não se manter. "Pode ser que se chegue a um ponto em que a coalizão seja inviável, mas ainda não chegamos a isso."

Até lá, segundo o presidente, ele tentará construir uma candidatura incluindo PSDB, PMDB e PFL. "Meu candidato é aquele que tiver as melhores condições de juntar forças para ganhar a eleição, dentro de um programa da aliança", declarou. Embora tenha resistido em comentar a divisão do PMDB, Fernando Henrique deixou escapar uma referência ao governador de Minas, Itamar Franco. "O problema deles (peemedebistas) é o Itamar. Eles querem saber se o Itamar é PMDB ou se Itamar é Itamar."
Sobre o governador, aliás, Fernando Henrique disse não entender suas críticas. "Nunca respondi nada ao Itamar, sempre o tratei bem. Gosto dele."

Do mesmo modo, o presidente estranhou as acusações do ex-ministro Ciro Gomes, que teria atribuído a Fernando Henrique uma inconfidência sobre o seu relacionamento com a atriz Patrícia Pillar. "Ele não tem intimidade comigo.
Como é que ele ia me contar uma inconfidência dessas?"
Segundo o presidente, a sua última "conversa séria" com o Ciro foi após as eleições de 1998: "Quando o convidei para ser ministro da Saúde e ele não aceitou." Em relação a uma possível vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2002, ele disse que não teme a hipótese: "Vai assustar os brasileiros se ele não dirigir bem o Brasil, mas por antecipação não me assusta." Ele disse também não estar impressionado com o desempenho de Lula nas pesquisas (30% pelo último levantamento do Ibope). "Em outras eleições, o Lula já teve 42%", lembrou. "Acho que o teto ainda está muito baixo."

Sobre a disputa interna do PSDB, o presidente foi mais cauteloso e negou que tivesse considerado o ministro da Saúde, José Serra, melhor presidente do que candidato. "Não disse isso nem poderia ter dito, porque seria uma injustiça. O Serrra teve uma grande votação para o Senado", lembrou.
Perguntado se Serra seria um bom candidato, o presidente desconversou: "Se eu disser que sim, vão logo dizer ele é o candidato do presidente. Se disser que não, vão dizer que 'queimei' o Serra."

Terrorismo - Com relação às queixas do governador do Ceará, Tasso Jereissati, de que Serra seria o candidato "do coração do presidente", ele preferiu brincar. "Falei para o Tasso: Fiquei decepcionado, porque era você o meu candidato do coração." Sempre cauteloso, Fernando Henrique não se pronunciou sobre a melhor data para a saída dos ministros candidatos. "Se eu achasse que era melhor sair agora, já teria tirado", respondeu. O mais importante, segundo ele, é que o PSDB defina o mecanismo de escolha do candidato e o cronograma desse processo.

Durante o programa, Fernando Henrique falou sobre economia e a situação internacional. Disse não ter conhecimento da existência de células terroristas no País e negou que pretenda concorrer à Secretaria-Geral da ONU. "Não posso e, se pudesse, não ia querer, porque é um cargo muito burocrático. Você consome um tempo imenso em receber pessoas de mais de cem países, com uma base de poder muito limitada. Não é o meu estilo."


'Presidenciável' petista volta a criticar Lula
BRASÍLIA - O prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues (PT), voltou ontem a criticar duramente seu colega e presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva, com quem diverge sobre o programa partidário para as eleições de 2002. Ele garantiu que vai pleitear a vaga de candidato à Presidência pelo PT. O prefeito teme que, se o partido lançar um programa eleitoral nos moldes defendidos por Lula, o PT não vai se "diferenciar" das legendas governistas.

Para ele, Lula e a cúpula do PT estão sendo "domesticados" pelo sistema político e econômico. "O ministro da Saúde, José Serra, e o governador do Ceará, Tasso Jereissati, já começaram a questionar até as privatizações e, por isso, se nós não adotarmos um discurso diferenciado, o eleitorado vai achar que Serra e Tasso são da oposição", disse, após um almoço com o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) no Congresso.
No encontro, Suplicy, que vai disputar a indicação do partido como candidato, defendeu uma prévia ampla.

Debates - Os dois querem que o partido promova debates nos meios de comunicação até março, quando ocorrerá a prévia. "Eu e Edmilson não queremos ser simplesmente sparrings do Lula", disse Suplicy. Ele respondia ao prefeito de Aracaju, Marcelo Déda (PT), para quem o senador e Edmilson não podiam usar a prévia para treinar socos ideológicos.
Ontem, os petistas saíram do encontro com o discurso afinado para a reunião do diretório nacional do fim de semana, que acertará as regras da prévia.

"Eu, Edmilson e Lula poderemos participar da vários debates e, quem sabe até, se Sílvio Santos concordar, poderemos criar mais um quadro na programação da emissora, a 'casa dos políticos', para que os três discutam suas propostas", brincou Suplicy, referindo-se ao programa Casa dos Artistas, de que seu filho Supla participa.


PSDB mineiro lança pré-candidatura de Tasso
Grande evento em Belo Horizonte reuniu Aécio, Pimenta da Veiga e 9 deputados federais

BELO HORIZONTE - O governador do Ceará, Tasso Jereissati, foi lançado ontem pré-candidato do PSDB pelos tucanos de Minas, em grande evento político em Belo Horizonte, que reuniu o presidente da C


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