Olívio tenta reverter imagem negativa







Olívio tenta reverter imagem negativa
O governador Olívio Dutra participou ontem de uma maratona de entrevistas, em São Paulo, na tentativa de reverter a imagem negativa de seu governo e amenizar as possíveis conseqüências, nas eleições de 2002, das denúncias sobre as relações do PT com o jogo do bicho. Visivelmente constrangido, tergiversando em respostas longas, Olívio repetiu que seu governo combate a "banda podre" da polícia e que é vítima de uma "tentativa de 3º turno" feita pela oposição do Estado.

Nos poucos momentos em que reconheceu alguma lição no episódio do Clube de Seguros da Cidadania, criado para arrecadar fundos para as campanhas petistas, o governador defendeu o controle partidário mais rigoroso do financiamento eleitoral. "Houve descuido, frouxidão no registro", disse, ao lado do presidente de honra do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, e do presidente nacional do partido, José Dirceu.
Para o governador, o PT gaúcho "não precisa viver de favor". Ele defendeu "ampla campanha" entre os filiados para aquisição de uma sede própria. Em 1998, o PT passou a usar, em comodato, o prédio do Clube de Seguros. "Esse clube não pode continuar", observou.

Olívio afirmou que o ex-presidente do clube Diógenes de Oliveira "cometeu uma falta gravíssima" quando procurou o ex-chefe de Polícia Civil Luiz Tubino e, dizendo falar em nome do governador, pediu que a polícia não reprimisse o jogo do bicho. "Ele teve uma conversa atabalhoada, desautorizada; me senti ofendido."

Depois de questionado seis vezes se é a favor da legalização do jogo do bicho, Olívio respondeu que é "a favor da discussão" do tema pela sociedade. O governador disse, porém, que nunca jogou na zooteca. "Assim como não fumo." Olívio deu entrevistas às TVs "Cultura", "Record" e "Gazeta".


Brasil perde R$ 100 bi por ano só com corrupção
O Brasil perde por ano R$ 100 bilhões nas três esferas administrativas somente com corrupção. É o que mostra um estudo da Organização não-Governamental Transparência Internacional. Esse valor é onze vezes superior aos R$ 9 bilhões previstos para investimentos no Orçamento da União para o ano que vem. Esses dados foram apresentados durante o Seminário Fiscalização e Controle dos Recursos Públicos, que se iniciou ontem e será encerrado hoje. Nesses dois dias, serão ouvidos representantes dos três poderes e da sociedade.

Na abertura do seminário, o presidente da Câmara, deputado Aécio Neves (PSDB-MG), elogiou a iniciativa da Comissão de Fiscalização Financeira. Segundo ele, a Lei de Responsabilidade Fiscal deu mais transparência à gestão dos recursos públicos. Agora, chegou a hora de aperfeiçoar o controle e a fiscalização desses recursos.

O subcorregedor geral da União, Francisco Moreira Filho, e o secretário de controle interno do Ministério da Fazenda, Domingos Poubel, fizeram um balanço das ações do governo no combate à corrupção. Eles reclamaram da falta de recursos materiais e de pessoal para trabalhar. Para a juíza aposentada Denise Frossard, o Brasil, que hoje ocupa o quadragésimo sexto lugar em corrupção entre 90 países pesquisados pela ONG Transparência Brasil, está mal posicionado, mas esse quadro está se revertendo. "É uma percepção de como somos vistos. Eu acho que a tendência é melhorar. Os dados são referentes a 1999. Como o Brasil vem mantendo o equilíbrio, a tendência é melhorar até mecanismos de transparência".

Na opinião do procurador Luiz Francisco de Souza, o Congresso deve estabelecer punições mais duras para quem desvia recurso público. Ele também reclamou da falta de pessoal para fiscalizar e investigar as três esferas da administração. "Deveria haver mais concurso para procurador, auditor da Receita Federal para investigar".

De acordo com o deputado Wellington Dias (PT-PI), presidente da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle, os debates vão servir de subsídios para a criação de um sistema único de fiscalização para todo o País, que permitirá "maior transparência e menos corrupção" no uso do dinheiro público.


Siderúrgicas enfrentarão protecionismo
As exportações de aço deverão enfrentar uma onda mundial de protecionismo, alertou a presidente do Instituto Brasileiro de Siderurgia (IBS) e da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), Maria Sílvia Bastos Marques. Ela explicou que os Estados Unidos estão em vias de adotar pesada sobretaxação sobre o produto importado não só do Brasil, mas sobre todos os exportadores, exceto o Canadá.
Temendo uma superoferta de aço no mercado mundial em decorrência do fechamento do mercado americano, outros países também preparam medidas de proteção. "Há um ambiente de fechamento preventivo", afirmou Maria Sílvia.

Segundo ela, as barreiras à exportação impedem o crescimento das siderúrgicas brasileiras. "Vamos terminar engolidos pelos grandes", alertou. "É uma pena, pois esse é um setor extremamente competitivo." Ela foi convidada a dar esclarecimentos sobre o setor aos integrantes da Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados.

Segundo o diretor do IBS Rudolf Bühler, o México já elevou sua tarifa sobre o aço, que era de cerca de 10%, para 25%. Ele informou que também os governos da Venezuela, Colômbia e Equador analisam a possibilidade de dobrar suas alíquotas de importação sobre o aço, que atualmente variam entre 8% e 15%. Chile e Argentina estudam aumentar a proteção. "E, dependendo da decisão dos EUA, é de se esperar que esse movimento atinja outros mercados do aço brasileiro", disse Bühler.

Maria Sílvia explicou aos deputados que a International Trade Comission (ITC) analisa a imposição de sobretaxas ao aço porque concluiu, após investigação, ser procedente a reclamação das siderúrgicas americanas de que sofriam condições desiguais de concorrência com o aço importado, que seria subsidiado.
Preliminarmente, foi recomendada uma sobretaxação de 40% a 50% sobre um preço mínimo de US$ 100,00 a tonelada. Atualmente, a tarifa é da ordem de 1,5%, mas sobre ela são aplicados diferentes níveis de compensação antidumping. As receitas com a sobretaxa serão destinadas a modernizar o setor. "Isso é totalmente ilegal pelas regras da Organização Mundial do Comércio (OMC)", disse.


Governo ameaça retirar incentivos da Refap
O governo do Estado estuda a possibilidade de retirar os incentivos fiscais para as reformas da refinaria Alberto Pasqualini (Refap) se a Petrobras não permitir a participação de empresas gaúchas na licitação. O custo das obras está estimado em US$ 650 milhões.

Através do Fundopem, o governo estadual oferece 15% de isenção no acréscimo do ICMS gerado com a conclusão das obras, até o limite de 20% do total do investimento, o que corresponde a um incentivo de cerca de US$ 130 milhões. "Há interesse do governo que as empresas gaúchas participem desse projeto. Caso contrário, os incentivos poderão ser revistos" revela o coordenador da Rede Petro-RS, Marcelo Lopes. A Rede Petro-RS - uma articulação entre governo estadual e cerca de 120 empresas do setor petroquímico - negocia a utilização do serviço de empresas do Estado nas obras. O investimento no detalhamento e na aquisição de equipamentos está orçado em US$ 350 milhões, informa Lopes.

O gerente da obra de ampliação, Francisco Ramos, explica que independente do estado de origem das empresas, elas devem estar cadastradas no grupo A da Petrobras, o segmento composto pelas companhias mais experientes e de maior capacidade técnica e econômica. Ele lamenta que não há nenhuma empresa do Rio Grande do Sul nesse grupo. A Petrobras recebe no dia sete de dezembro as propostas para as obras de construção civil que iniciam a ampliação da Refap. Segundo o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Cons trução (CBIC), Luis Roberto Ponte, a companhia está contrariando a Lei de Licitações (nº 8.666) nos quesitos da legalidade e publicidade.

"As empresas gaúchas não tiveram acesso ao edital ficando alijadas da concorrência, o aviso de licitação foi publicado em apenas um jornal" lamenta. Segundo ele, deveria ter sido realizada uma licitação por concorrência e não por tomada de preços. Ponte afirma que o serviço para obra civil, que consiste principalmente em obras de pavimentação, estaria avaliado em mais de R$ 20 milhões.
A CBIC solicitou nessa semana à corregedora geral da União, ministra Anadyr Mendonça Rodrigues, e ao Tribunal de Contas que haja interferência junto à Petrobras para que se altere o edital. O presidente do Sinduscon, Pedro Tedesco Silber, lembra ainda que apenas 31 empresas podem participar do processo de licitação e nenhuma é gaúcha e reforça a obra civil trata-se de um empreendimento simples.

Obras estão previstas para iniciarem em fevereiro
As obras de ampliação da refinaria Alberto Pasqualini (Refap) devem começar em fevereiro do próximo ano. O custo do projeto está estimado em US$ 650 milhões e prevê a ampliação da capacidade de processamento do petróleo de 20 mil m3/dia para 30 mil m3/dia.
Segundo o gerente da obra, Francisco Ramos, essa ampliação irá permitir que a produção de Gás Liquefeito do Petróleo (GLP) passe de 1.260 m3/dia para 2.230 m3/dia, a de nafta de 5.730 m3/dia para 5.900 m3/dia, a de gasolina de 2.400 m3/dia para 5.500 m3/dia e a de óleo diesel de 7.440 m3/dia para 12 mil m3/dia. A Refap deve aumentar em 50% a sua tributação e espera o retorno do investimento em cinco anos.
As melhorias devem permitir que a refinaria utilize 80% de óleo nacional, diminuindo de 70% para 20% o emprego do óleo importado, gerando uma economia de US$ 400 milhões. Está previsto também a substituição gradual do emprego de óleo combustível por gás natural possibilitando o aumento da produção da gasolina, diesel e GLP.

A ampliação deve contar com a implantação de uma unidade de FCC, para tratamento de resíduos atmosféricos, uma unidade de HDT, para tratamento de óleo diesel e uma unidade de Croque, que transforma óleo pesado em destilados leves. A conclusão das obras deve ocorrer até outubro de 2003.
A expectativa é que a Refap, depois da reforma, consiga atender 100% de seu mercado de gasolina. Hoje, o fornecimento da quantidade de gasolina que falta para suprir a demanda é fornecida pelas outras refinarias da Petrobras.


Corredores Sanitários estão liberados
Depois do anúncio oficial da retomada das exportações de carne para a União Européia, o Rio Grande do Sul comemora a volta da saída de animais para outros estados do País. A notícia, divulgada ontem pelo ministro da Agricultura, Marcus Vinicius Pratini de Moraes, era esperada há sete meses pelos produtores, que embora tenham efetivado a comercialização de seus animais, não puderam retirá-los do Estado. A proibição do trânsito das reses aconteceu em função dos 30 focos de febre aftosa registrados em seis municípios gaúchos este ano.

A instrução normativa das regras para o trânsito dos animais e produtos (couro e pele tratados) deve ser publicada hoje no Diário Oficial da União. A liberação inclui os animais que estão fora do eixo de 25 quilômetros dos locais onde foram detectados focos da doença. A instrução normativa vai detalhar as regras de quarentena para os animais, que terão que ficar sob observação durante 30 dias na origem e 14 dias no destino, além de serem submetidos a duas sorologias.

A instrução de serviço também regula a passagem dos animais procedentes do Rio Grande do Sul por Santa
Catarina, estado considerado livre da aftosa sem vacinação. Tanto os animais quanto os produtos terão que ser transportados em caminhões com cargas lacradas pelo serviço oficial, com trajeto limitado a pontos sob controle das autoridades sanitárias de Santa Catarina.
Cerca de 660 animais comercializados durante a Expointer e as feiras de primavera serão submetidos à quarentena nas propriedades gaúchas. O destino desses exemplares inclui os estados de Bahia, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, São Paulo, Sergipe, Tocantins, e Distrito Federal. Todas essas regiões são consideradas áreas livres de febre aftosa com vacinação.

Para o delegado do ministério da Agricultura no Rio Grande do Sul, Flávio Vaz Neto, o anúncio representa a consolidação de um compromisso assumido pelo ministro Pratini de Moraes. "O ministro prometeu, durante a Expointer, resolver essa situação o mais rápido possível". Vaz Neto informou que somente a partir de outubro do ano que vem, data em que completará um ano do último abate sanitário, o Rio Grande do Sul poderá dar início à contagem de 12 meses para encaminhar um novo pedido à Organização Internacional de Epizootias (OIE) para obter o título de área livre da aftosa com vacinação.

Na avaliação do presidente da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Carlos Sperotto, esse é mais um avanço alcançado pelos produtores na tentativa de minimizar os prejuízos causados pela febre aftosa. "A liberação do trânsito dos animais atende à ansiedade dos criadores e representa mais um passo importante para a pecuária gaúcha", afirma.


Artigos

O Brasil e a criação da Alca
Isar Marcelo Galbinski

A pretendida formação da Área de Livre Comércio das Américas, designada por Alca, tem suscitado, entre nós, inúmeras discussões. Há uma evidente tendência de ideologizar a discussão, no sentido de dizer que tratar-se-ia de um pacote de integração com cores neoliberais, como tem defendido, entre outros, o excelentíssimo senhor vice-governador do Estado do Rio Grande do Sul, Miguel Rossetto. Parece que, no nosso Estado, tudo está se resumindo entre esquerda ou direita, bom ou mau, rotulando-se como negativa qualquer idéia ou proposta que não tenha vinculação com o chamado governo democrático e popular. Este sectarismo não interessa mais à sociedade, além do que nada lhe acrescenta.

Enquanto cidadãos brasileiros queremos soluções às nossas mazelas, pouco importando a fonte ideológica de sua produção. Devemos acabar com a idéia reinante - e propagada massivamente pelo governo estadual - de que vindo a idéia da direita ela não prestaria aos interesses do povo. É igualmente correto que os setores mais tradicionais devem abandonar o preconceito inverso, com relação às propostas dos chamados progressistas. Será válida, ou não, determinada proposta, isto sim, quando ela atender, ou não, aos interesses gerais de uma coletividade, e não apenas aos de uma facção.

Posto isso, devemos redirecionar o foco de debate da formação da Alca para saber se, nos termos em que proposta, interessa ou não ao Brasil. É evidente que os Estados Unidos da América, enquanto líderes da economia mundial, irão querer exercer o mesmo poder em relação aos demais países da América. Não há que, simplesmente, criticá-los por tal conduta, que é inerente à condição humana. No mundo atual, forçoso reconhecer que o poder econômico prevalece em quase todas as relações.

Não devemos, portanto, rejeitar a Alca simplesmente por este fato, mas utilizar a oportunidade para impor a condição do Brasil como protagonista da América Latina. O Brasil, por suas condições naturais, deve impor-se com inteligência e diplomacia neste embate comercial, buscando, ao máximo, o melhor para si neste processo de integração que se apresenta quase inevitável. O Brasil, enfim, tem esta ótima oportunidade para firmar-se como um dos líderes do comércio das Américas, e nós enquanto cidadãos temos o dever de exigir de nossos interlocutores que alcem o nosso País à tal condição, não subme tendo à ruína a nossa economia interna em prol de interesses alienígenas.

Neste diapasão, não devemos esquecer nunca do Mercosul e da integração deste à União Européia. O fortalecimento de nossa posição na Alca dependerá, também, da convicção de que não estamos mundialmente isolados, mas abertos e integrados globalmente. A legitimidade de nossas renúncias fiscais, portanto, advirá das efetivas vantagens comerciais obtidas para o incremento de nossa economia, em benefício e para o real desenvolvimento de todos, e não em posições meramente ideológico-partidárias.


Colunistas

Cenário político - Carlos Bastos

Olívio demonstra força na adversidade
Olívio Dutra deu uma demonstração de força na adversidade. Não se pode minimizar o significado do ato de solidariedade de mais de 200 artistas, intelectuais, escritores, jornalistas, cartunistas, músicos, compositores e cineastas, deixando patente a liderança, o carisma, e a credibilidade do governador. Hique Gomes ao saudar Olívio afirmou que os intelectuais não são burros e sabem distinguir o que está certo e o que está sendo montado. Já o governador sustentou que "às vezes é preciso nadar de guarda-chuva aberto e de poncho contra a correnteza". E acrescentou: "A principal lição é não afrouxar o garrão, pois estamos sendo testados". Olívio foi calejado e curtido nas lutas sindicais, e é aquele tipo do político em quem quanto mais se bate, mais ele cresce na luta.

Diversas

Personalidades da área cultural estiveram no Palácio Piratini. Entre outros, o poeta Armindo Trevisan, patrono da última Feira do Livro, Paulo Ledur, presidente da Câmara Riograndense do Livro, Eva Sopher, presidente da Fundação do Teatro São Pedro, o escultor Xico Stockinger, o ator José Victor Castiel, o escritor Alcy Cheuiche, o cantor Bebeto Alves.

A presença de cartunistas no ato também chamou a atenção de todos: Santiago, Eugenio Neves (Corvo), Luciano Vargas, Augusto Bier e Rodmério Rosa.

14 intelectuais enviaram mensagens: Luiz Fernando Veríssimo, Moacyr Scliar, Luiz Antonio Assis Brasil, Paulo Hecker Filho e João Gilberto Noll.

Ontem, Olívio foi para a frente nacional, em São Paulo. Participou do Programa em Questão na TV Gazeta. Teve um encontro com a imprensa nacional na sede do PT. Visitou a direção do jornal Folha de São Paulo. Participou do programa Opinião Brasil na TV Cultura. E gravou o programa "Passando a Limpo" de Boris Casoy para domingo na TV Recorde.

PCdoB realiza hoje e amanhã a primeira reunião do Comitê Estadual, que vai eleger a nova Executiva do partido.

O Diretório Regional do PDT realiza hoje, às 11h30 panfletagem na esquina democrática contra o projeto do governo federal que pretende reduzir as conquistas da CLT.

O candidato a governador José Fortunati e o presidente do PDT gaúcho, deputado Airton Dipp, estarão hoje em Silveira Martins e amanhã em Iraí e depois irão a Erexim.

O vereador Gilberto Brum, eleito pelo PT de Dilermando de Auguiar, oficializa hoje seu ingresso no PFL. Terá sua ficha abonada pelo presidente regional, deputado Germano Bonow, e pelo prefeito Gabriel Balconi.

Última

Deputados e vereadores do PMDB estão se pronunciando de forma veemente contra a redução do colégio eleitoral das prévias para a escolha do candidato a presidência da República do partido. O vereador Sebastião Melo e os deputados João Osório e Elmar Schneider vão questionar o presidente regional César Schirmer, que é vice-presidente nacional, e não votou contra a redução do colégio na reunião da Executiva Nacional. Schirmer bateu-se pela inclusão ao menos dos vereadores.


Começo de conversa - Fernando Albrecht

O Ovo do Unibanco I
O Unibanco revelou ontem o seu Programa de Segurança Bancária, um ovo de Colombo que conseguiu a proeza de zerar os assaltos (R$ 6 milhões em 2000) e diminuir os custos com segurança em 30%. Na realidade é um conjunto de medidas, entre as quais pontifica o Teller Assist. É uma versão melhorada do tesoureiro eletrônico usado no exterior, só que a versão brasileira, fabricada por uma empresa de Gravataí, a Perto, é radical: os caixas literalmente não tem dinheiro, no máximo moedinhas. Sem dinheiro não há ladrão.

O Ovo do Unibanco II

O cofre parece um bebedouro de água, é usado por caixas em dupla tanto para saques, quanto para depósitos ou pagamentos. A caixa efetua a operação via cartão, cheque ou dinheiro, e deposita/recebe da boca do cofre, inclusive com especificação de cédulas/troco. O bicho é interligado on line com uma central e sensores informam quanto de dinheiro existe ou falta, sem que algum funcionário disso tenha conhecimento ou acesso. A economia vem com a racionalização administrativa, do movimento e do transporte do dinheiro.

E por falar em segurança...

...o Unibanco já implantou o novo sistema em todas as agências gaúchas. Por que aqui? Simples. É que os assaltos a bancos no Rio Grande do Sul tiveram um crescimento vertiginoso, além de se caracterizarem por um uso anormal de violência de parte dos assaltantes.

Prato divino

Dia 4, na Dado Bier, será lançado o Cozinhando em Porto Alegre na Virada do Milênio, com receitas de 83 integrantes do União Cooks. A propósito, um esclarecimento: apesar das centenas pedidos para que este colunista elabore sua famosa paella, que fez tremendo sucesso na Festa dos Comunicadores, nossos patrocinadores internacionais exigem exclusividade absoluta. Nem para fins beneficentes este escriba pode cozinhar. A opção é a do Flávio. Mas depois não digam que não avisei...

Comunicação Social

Já que o publicitário gaúcho Luiz Macedo, um dos M da extinta MPM, desistiu de assumir a Secretaria de Comunicação Social do Palácio do Planalto, crescem muito as chances de o jornalista e radialista Adroaldo Streck ocupar o posto. Principalmente porque José Abraão, ex-deputado tucano por São Paulo, convidado por Fernando Henrique Cardoso, ainda não deu o ok.

Olívio 2002

Mesmo com o eventual desgaste de imagem com a CPI, o governador Olívio Dutra pode, por isso mesmo, ser o ungido pelo PT para disputar a reeleição. Por este raciocínio, que fazem muitos militantes do partido, se o PT optasse por outro nome que não o de Olívio - Tarso Genro, por exemplo - estaria passando recibo das supostas ilegalidades e envolvimento do governo com a contravenção. Daí que, salvo novos fatos, Olívio deve ser mesmo o nome indicado pelo PT.

Boa notícia

Merece aplauso a ação da Procuradoria-Geral do Município, que entregou ao Ministério Público Federal representação criminal contra os asiáticos e nacionais que já foram autuadas em flagrante pela prática ilegal do comércio em via pública. O trabalho da Smic na turma de coreanos (chineses?) do Parcão/Encol até agora era como enxugar gelo, apesar da apreensão das mercadorias.

Transporte escolar

É um país realmente esquisito. A bronca do pessoal do transporte escolar (matéria nesta edição) é inusitada: eles não querem estabelecer suas tarifas e acham que isso deve ser feito pela EPTC. Ou seja, pretendem cartelizar o setor com chancela oficial. Alegam que os clandestinos podem tomar conta do campinho. Teoricamente, deveriam é pedir mais fiscalização. Tudo tão estranho...

Briga nas alturas

O povo de Maringá não gostou de ver no programa Bibo Nunes Conversa, pela Rede Vida, que Porto Alegre terá a maior árvore de Natal do mundo, a que está em construção no Parcão pelo Sonae. Segundo e-mails recebidos por Bibo, Maringá tem, desde 1997, a maior árvore do mundo, com 124 metros de altura - a do Sonae terá 57 metros. Na realidade, a da cidade paranaense envolve em forma de cone a base da catedral Nossa Senhora da Glória, que realmente é uma das mai s altas do mundo. Aí fica posta a questão: para efeitos de recorde, vale mais uma árvore especificamente montada ou uma envolta em uma estrutura já existente? Em tese, a medalha é do Sonae.

Reclamação

Um leitor ficou espantando com a quantidade de fumantes nas salas de espera e saguão do Foro Central de Porto Alegre. Um dos guardas disse que ali não era proibido fumar porque a legislação federal que trata do assunto ainda não foi regulamentada.

Miúdas

Dia 27 a Paim Comunicação faz a festa comemorativa dos 10 anos da agência.

A convite da deputada Yeda Crusius (PSDB), dia 10 estará aqui o Presidente da Câmara, Aécio Neves.

Jornalista Danilo Ucha embarca para a Alemanha. Acompanhará a reunião de formatação do novo governo afegão.

Luiz Carlos Contin inaugura dia 27 mais uma franquia da Móveis Florense, na Zona Sul.

Grupo Avipal/Elegê promove dia 24 a ação social Show de Bola, uma partida de futebol de salão entre mulheres.

Shopping Iguatemi Caxias promove hoje a segunda edição do Lojista do Ano.

Plaza lança uma novidade para a Ceia de Natal: o faisão, a R$ 95,00 pilas para duas pessoas.

Frölich/Fundação Semear (NH) lançaram a campanha Trabalho Voluntário e Solidariedade.

Está aqui o diretor executivo da Junior Achievement Internacional, Sam Taylor.


Conexão Brasília - Adão Oliveira

O governador Olívio Dutra iniciou, ontem, por São Paulo uma ofensiva nacional para se defender das denúncias contra o seu governo. Confortado por José Dirceu, na sede do PT, Olívio disse que não tem nada a temer. "Temos conduta e história para sair desse momento, ainda revigorado". Olívio disse que as acusações que fazem contra ele fazem parte da campanha eleitoral do ano que vem ". Num programa de televisão, no entanto, Olívio fez um apelo aos telespectadores para que continuem acreditando na ética e na transparência da ação política, que é, segundo ele, um patrimônio do PT. Está claro que as oposições assustam o PT quando dizem que a ética e a transparência da ação política não são patrimônio do PT.

Simon

Simon não tem nada a Temer. Parece um slogan da campanha do senador para as prévias do partido, mas não é. Simon está firme como candidato. Ele é a cara do novo PMDB. Simon, todos reconhecem, tem passado e biografia para isso. Sua candidatura não é um caso pessoal, é o esforço de um homem predestinado a moralizar a, hoje, tão mal-falada sigla. "Quero ajudar a refazer o velho PMDB, para que novos Tancredos, Teotônios e Ulisses apareçam. Com isso sumirão do cenário político algumas figuras controvertidas que só tiram proveito do PMDB", disse Simon, ontem à tarde.

Central

O ministro da Educação, em meio a toda essa turbulência, convocou ontem à tarde, ao seu gabinete os estudantes, Patrício Balcarse e Jerônimo Goergem. O ministro quer saber mais a respeito da recém criada Central dos Estudantes. Os dois disseram ao ministro que essa entidade, despartidarizada, pretende agregar todos os estudantes brasileiros. Uma coisa tipo a CUT dos Estudantes. O ministro - que não é bobo - gostou da idéia.

Proposta

O deputado Nelson Marchezan, relator do projeto do Poder Executivo que concede reajuste salarial aos professores das universidades federais deverá incluir no parecer, que apresentará até a próxima quarta-feira, a proposta da Andifes - Associação Nacional dos Dirigentes de Instituições Federais de Ensino Superior. A entidade propõe reajustes diferenciados aos professores, de acordo com os títulos e cursos de aperfeiçoamento.

Delegado

O delegado do ministério da Agricultura, no Rio Grande do Sul, Flávio Vaz Netto, inaugurou, ontem, em alto estilo a sala de imprensa da sede do órgão, aqui em Brasília. Vaz Netto deu uma entrevista coletiva sobre a suspensão da proibição de saída de animas susceptíveis à febre aftosa, de seus produtos e subprodutos, oriundos de propriedades do Rio Grande do Sul, localizadas fora do raio de 25 km dos focos de febre aftosa registrados no ano 2001.

Agências

Francisco Magalhães, um técnico que respira transportes, deve ser o diretor geral do Departamento Nacional de Infraestrutura, o órgão que vai substituir o DNER. Ainda este mês o DENIT e as duas agências reguladoras deverão ser criadas. O ex-ministro Eliseu Padilha, já encaminhou ao Palácio do Planalto os nomes dos titulares dos cargos. A criação dos órgãos só está dependendo da sabatina que o Senado fará nos candidatos aos cargos.


Editorial

Argentina agoniza diante da inexorável moratória

Sem conseguir antecipar a liberação de US$ 1,3 bilhão, prevista pelo FMI para dezembro, a Argentina vê esvaírem-se as chances de honrar compromissos. A meta do déficit zero não foi obtida, a produção industrial caiu quase 8% em outubro e as reservas cambiais murcharam para US$ 18,87 bilhões. A renegociação forçada com os credores internos e externos tem resistências e o antes todo-poderoso ministro da Economia, Domingo Cavallo, admite que o país está à beira do precipício. Aliás, foi engolido por ele há meses, quando a paridade do peso com o dólar manteve-se, irrealisticamente. Como, se os dólares estão sumindo? Não que a conversibilidade em si seja um mal, pelo contrário.

Mas ela deve vir acompanhada justamente daquilo que só agora tentou-se colocar em prática, sem resultado, ou seja, um duro ajuste fiscal, como o Brasil vem fazendo há 38 meses, mesmo que às custas de pagar pouco o funcionalismo e não investir o necessário em diversos setores. Domingo Cavallo assiste desertarem do governo fiéis colaboradores, aumentando a desconfiança do mercado sobre a capacidade do país bancar suas contas. Citada como símbolo das privatizações e do neoliberalismo nos anos 90, a Argentina, se declarar moratória ou praticá-la de maneira camuflada, terá sido um retumbante fracasso do modelo. Afinal, Carlos Menem aplicou toda a cartilha, governou pelo manual, freqüentou e dançou tangos na Casa Branca, embevecido pelo poder, porém quebrou o país. Agora, suspira com um retorno triunfal, pouco recomendável. "El Turco es la solución", afirma, petulante. Nem FHC, Lagos ou Fox vão ajudar, desde a cúpula no Peru.

As mesmas regras neoliberais são frias tanto para quem as adota como, mais ainda, para aqueles que fracassam. A lógica consumo-mercadista é dura, só há lugar para o sucesso, o lucro, o balanço positivo. Errou, deveu, não faturou, cai fora, demite, descarta, troca, é o destino argentino. Argentina e Uruguai foram países diferenciados na América do Sul, até os anos 70. Costumes europeus, muita exportação de boas carnes, reservas cambiais polpudas, população pequena e estável, alto nível educacional, dois oásis no deserto socioeconômico latino. O Uruguai era a "Suíça sul-americana" e até Prêmio Nobel os "hermanos" argentinos produziram. Mais ainda sobressaíam na comparação com o gigante Brasil, cujos "macaquitos" estavam adormecidos em cima de riquezas, sem planejamento econômico, convulsionado, pouca democracia e instituições fracas.

A má situação atual do vizinho não serve de consolo, contrariamente, o Brasil só tem a perder com o estertor portenho, às vésperas do suspiro final. Aliás, ou a economia deles se apruma, o que parece impossível, pois a queda na arrecadação chegará a 15% em novembro, paga o que deve, mantém a conversibilidade, o sistema financeiro e obtém o déficit zero, ou que assuma a moratória. É melhor chegar logo ao fim do poço e começar subir, lenta mas irreversivelmente, à tona do que arrastar-se feito um morto-vivo, mendigando ajuda aqui e ali. Não faz bem à auto-estima dos argentinos, nem à nossa. Afinal, estamos todos ligados à economia mundial, ao Mercosul e o saldo positivo nas exportações brasileiras vem mais pe la queda nas importações do que pelas vendas.

Até setembro, por exemplo, os embarques para os EUA aumentavam 10%, agora diminuíram. Por mais que se brigue com o Tio Sam, ele consome 24% da nossa pauta de exportações. Apesar de uma leve tendência dos agentes financeiros em diferenciar Brasil e Argentina, a verdade é que um colapso desorganizado em Buenos Aires afetará todo o subcontinente. Afinal, recente pesquisa globalizada mostrou que o Brasil ainda é apenas sinônimo de praias, carnaval e futebol, no caso Pelé. Ou seja, nada mudou nos últimos 40 anos, mesmo com televisão via satélite, a internet e os jatos intercontinentais.


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11/23/2001


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