Olívio Dutra tenta evitar desgaste para o PT







Olívio Dutra tenta evitar desgaste para o PT
A ausência do governador do Rio Grande do Sul, Olívio Dutra (PT), no Encontro Nacional do PT foi um dos assuntos mais comentados no Centro de Convenções. A polêmica ganhou fôlego quando Dutra colocou “uma agenda de compromissos importantes” como justificativa pela sua falta. Ao deixar uma cadeira vazia, ele contribuiu para as especulações. A ausência do petista - acusado de ter recebido dinheiro do jogo do bicho para financiar parte de sua campanha ao Governo, em 1998 - foi associada por correligionários à conduta “discreta e reservada” que ele passou a adotar após a exposição às denúncias.

O vice-governador gaúcho, Miguel Rosseto (PT), representou Dutra no encontro. Ao mesmo tempo em que explicava a ausência do governador, Rosseto apontava a “falta de fundamento” nas denúncias - que estão sendo apuradas pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul. Apresentando números positivos da administração, ele frisou a “força e a representatividade” do PT gaúcho e afirmou que o episódio não trará desgaste ao candidato petista à Presidência nem à campanha de Dutra à reeleição.

Ao final do encontro, ontem, o próprio Lula alertou para campanhas difamatórias contra o PT, citando o episódio do Governo gaúcho. “Cabe de nossa parte muita solidariedade a Olívio. Toda vez que sair denúncia contra companheiros nossos, na dúvida, sejamos solidários. Devemos estar com moral alto na nossa tropa”, disse.


Jarbas debate violência em reunião com a equipe
Pesquisa que avalia o desempenho de cada área do Governo será apresentada hoje, durante a última reunião do secretariado no ano. Na amostragem, a segurança pública é apontada como o setor mais problemático

O alto índice de violência no Estado será um dos principais pontos da pauta da última reunião do ano, que acontece hoje, no Centro de Convenções, em Olinda, entre o governador Jarbas Vasconcelos (PMDB) e a equipe do primeiro escalão. Uma pesquisa encomendada para avaliar o trabalho do Governo e das suas secretarias será apresentada no encontro e, segundo informações, mostrará que mais de 60% dos entrevistados avaliam a falta de segurança como o calcanhar de Aquiles do Governo Jarbas.

Depois de apresentar os resultados da pesquisa, os secretários terão a oportunidade de justificar os resultados. No caso da Defesa Social, o modelo de segurança adotado nos três últimos anos não tem rendido os resultados esperados pelo Governo, apesar dos altos investimentos: R$ 70 milhões nos primeiros 15 meses de administração e mais R$ 88 milhões previstos até 2002. Mas os avanços e deficiências das outras secretarias também estarão em discussão.

A reunião deverá demorar todo o dia e, apesar de os auxiliares mais diretos do governador negarem, o fato de 2002 ser um ano eleitoral certamente será levado em consideração nas discussões. A expectativa é que Jarbas Vasconcelos, que ainda não decidiu se será candidato à reeleição ou ao Senado, alerte aos secretários para que evitem que o clima de campanha, que deverá se tornar mais evidente a partir de janeiro, prejudique a administração.

Um problema sobre o qual o governador já está debruçado é que, no primeiro escalão do Governo, vários auxiliares são potenciais candidatos às eleições do próximo ano. Estão na lista Sérgio Guerra (PSDB), secretário de Desenvolvimento Urbano e Projetos Especiais; André de Paula (PFL), Produção Rural; Cyro Coelho (PFL), Recursos Hídricos; e os peemedebistas Carlos Eduardo Cadoca Pereira, Turismo e Desenvolvimento Econômico; Guilherme Robalinho, Saúde, e Raul Henry, Educação e Cultura.

O desafio de Jarbas Vasconcelos será remontar a equipe e contemplar todas as forças políticas que integram o seu Governo (principalmente PFL e PSDB, além do PMDB), sem que as alterações tragam problemas em um ano eleitoral.

As mudanças devem ocorrer em abril, prazo fixado pela Justiça Eleitoral para que os candidatos deixem a administração pública (a exceção dos detentores de cargos executivos). Entretanto alguns apostam que as substituições ocorram antes do prazo estabelecido pelo Tribunal Superior Eleitoral.


Lula pede apoio de prefeitos do PT
Discursando como candidato, líder petista encerra encontro nacional revelando preocupação com Roseana Sarney (PFL) e conclamando prefeitos a “mostrar serviço”

Com um discurso de candidato, o presidente de honra do PT, Luis Inácio Lula da Silva, encerrou ontem o 12º Encontro Nacional do partido, no Centro de Convenções de Pernambuco, mandando um recado político ao Governo Fernando Henrique Cardoso e fazendo um alerta – em tom de convocação – aos prefeitos petistas sobre a responsabilidade que terão para o bom resultado eleitoral do PT em 2002. O presidenciável pediu que os prefeitos percorram seus Estados e o País divulgando suas administrações e o modo petista de governar. “Vai depender de vocês grande parte do sucesso do PT. Vocês precisam saber que são agentes políticos do partido. Não podem dizer que são prefeitos, por isso não podem participar. Dêem mais cinco ou seis horas às suas agendas, para dedicar parte à divulgação de suas gestões”, conclamou.

Inscrito por 80% dos membros do Diretório Nacional para disputar com o senador Eduardo Suplicy as prévias que vão escolher o candidato do PT ao Planalto, Lula reconheceu que a governadora do Maranhão, Roseana Sarney, pré-candidata do PFL que tem obtido bons índices nas pesquisas, “é um dado novo para 2002”, e admitiu que o PT “não tinha previsto” a possibilidade de sua ascensão.

“Precisamos discutir o seu aparecimento (de Roseana)”, disse Lula, ao discursar, para depois conclamar as mulheres petistas a entrarem em ação. “Não basta ser mulher, precisa ter compromisso com o povo brasileiro”, disse, numa indireta à Roseana. O pré-candidato petista ressaltou, porém, que Roseana é, hoje, “um problema do José Serra” – ministro da Saúde e nome preferido de FHC para disputar a sucessão pelo PSDB – e uma preocupação do Governo. “A partir da escolha do candidato do PT, no próximo ano, a Roseana poderá começar a ter problemas”, previu.

CARAPUÇA – Lula destacou que o PT tem sido e precisa continuar a ser generoso com os aliados da esquerda, referindo-se a constantes críticas que o partido tem recebido de outras legendas, sem se levar pelo impulso da resposta. “Temos apanhado como nunca da direita do PDT, e sido complacentes”, salientou. A carapuça coube direto na cabeça do líder maior dos pedetistas, o ex-governador Leonel Brizola. “Um homem como Brizola não pode, no final de sua vida, bater em quem deveria elogiar, fazendo críticas sobre coisas menores”, disse Lula. O lamento foi motivado pela crise entre o PT e o PDT, em conseqüência da aproximação de um dos filhos de Brizola do PT no Rio Grande do Sul. “É preciso dizer a Brizola que a relação dele como filho é biológica e não ideológica, e que o filho tem direito de escolher outro partido”, disparou.


Regras das prévias só serão definidas em 2002
O Diretório Nacional do PT delegou à Executiva Nacional do partido a tarefa de organizar as prévias internas – marcadas, inicialmente, para o dia 3 de março de 2002, nas quais os militantes petistas vão escolher entre o presidente de honra do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, e o senador paulista Eduardo Suplicy quem será o candidato da legenda à Presidência da República. O Diretório Nacional – que no último sábado inscreveu a pré-candidatura de Lula nas prévias com o apoio de 80,2% dos seus membros – decidiu, porém, não definir agora se o líder petista participará de debates públicos, conforme prevê o estatuto do partido, com Suplicy.

“Essa questão nós ana lisaremos no próximo ano”, disse o presidente nacional do PT, deputado federal José Dirceu (SP), na entrevista coletiva de encerramento do encontro, no Centro de Convenções, em Olinda. Dirceu negou que dirigentes petistas tenham pressionado o prefeito de Belém do Pará, Edmilson Rodrigues, a desistir da pretensão de também se candidatar nas prévias presidenciais. “O Edmilson tem outro programa de governo, que não é o que foi aprovado pela maioria do partido”, lembrou o presidente.

Ligado aos setores mais à esquerda do PT, o prefeito de Belém reafirmou, em entrevista coletiva, que a aprovação antecipada de um programa com teses que não defende (manutenção do pagamento da dívida externa do País, não-revisão da dívida e não-reestatização de empresas públicas privatizadas) inviabilizou a colocação de seu nome, mas declarou o apoio imediato a quem ganhar a prévia. “A campanha será assumida por todas as lideranças e tendências da nossa chapa, Socialismo ou Barbárie”, afirmou. Rodrigues não quis anunciar, entretanto, se vai apoiar Lula ou Suplicy nas prévias petistas. “Vou discutir com todas as nossas tendências”.

ALIANÇAS – O deputado José Dirceu destacou que as teses aprovadas no encontro nacional do PT são as do campo majoritário do partido (moderados) e que admite alianças amplas, inclusive, com legendas que não sejam do campo das esquerdas, mas que aceitem o programa que vier a ser aprovado e estejam na oposição ao Governo FHC. Apesar de o partido ter ampliado seu leque de alianças, a decisão não agradou à unanimidade dos petistas. Durante o encontro, houve críticas de vários setores, minoritários, contra uma possível coligação com o PL.

José Dirceu garantiu que o PT não vai se mexer contra qualquer candidato dos partidos de oposição para que saiam da disputa e apóiem o candidato petista. “O PT está aberto a alianças. Existe um diálogo com o PL, mas nós não temos pressa. Muita coisa vai mudar até março do próximo ano. Não vamos acelerar a agenda de definições sem sabermos quem serão nossos adversários. Aqui, contamos com a presença de Miguel Arraes (PPS) e recebemos uma mensagem muito politizada do Roberto Freire (PPS), que nos pediu um encontro”, anunciou Dirceu.


Partido apóia suspensão do diálogo sobre a Alca
O Partido dos Trabalhadores aprovou por unanimidade do plenário, durante o 12º Encontro Nacional da legenda, no Centro de Convenções, em Olinda, a deflagração de uma campanha junto às assembléias legislativas estaduais e câmaras de vereadores do País em apoio à decisão da Câmara dos Deputados de suspender as negociações entre o Brasil e os Estados Unidos sobre a implantação da Área de Livre Comércio das Américas (Alca).

A decisão da Câmara dos Deputados foi tomada também por unanimidade, com 513 parlamentares, aprovando uma resolução proposta pelo deputado federal do PT de São Paulo, Aloizio Mercadante.

“A Câmara dos Deputados estabeleceu que o Governo brasileiro deve se retirar das negociações da Alca, caso o Senado norte-americano confirme as medidas de restrições, por dez anos, à importação de suco de laranja e açúcar, entre outros, que o Parlamento dos Estados Unidos impôs através de resolução. Eles decidiram até que a questão não pode ser negociada”, destacou Mercadante.

TAXAS – Os parlamentares norte-americanos decidiram, também, taxar com uma tarifa média de 43% 15 produtos que os Estados Unidos importam do Brasil. Ao mesmo tempo, estabeleceram taxas de em média 13,5% para 15 produtos que os Estados Unidos exportam para o Brasil.
“Eles dizem que não discutem a lei anti-dumping e as salva-guardas para produtos como calçados e têxtil”, acrescentou Mercadante.

Por conta disso, os petistas decidiram, então, lançar uma manifestação de apoio à decisão da Câmara dos Deputados do Brasil e deflagrar uma campanha nacional nos parlamentos estaduais e municipais e entre a opinião pública.


Petista cobra “sacrifícios” e moderação no discurso
O pré-candidato a presidente da República pelo PT, Luiz Inácio Lula da Silva, revelou – no encerramento do encontro nacional – que não quer ser candidato apenas por ser “vontade do partido”. Lula disse que, pela primeira vez, está colocada a possibilidade real do PT eleger um presidente e grandes bancadas de governadores, senadores e deputados federais e estaduais, e pediu o sacrifício de quem já tiver eleição quase garantida ou postula uma majoritária. “Talvez seja preciso abrir mão, para disputar uma eleição mais difícil ou deixar o lugar para outro”, assinalou. O recado teve objetivo: as alianças estaduais. “Precisamos abrir o coração e a mente para não colocarmos pre-disposição contra qualquer coisa. O PT é o mais importante partido da América do Sul, precisa ter critérios nas alianças, mas também tem que ser aberto”.

Lula não disse se está disposto a participar de debates, antes da prévia de 3 de março de 2002, com o senador Eduardo Suplicy, como prevê o estatuto do partido. O Diretório Nacional decidiu que a questão somente será discutida a partir de janeiro. Lula, entretanto, salientou que se Suplicy vencer a prévia partidária, vai se dedicar com igual afinco na campanha. “Se o PT escolher o senador, não vou mover uma só agulha, moverei o palheiro inteiro”, falou. O líder petista avaliou que o Brasil vive o seu mais importante momento político. Declarou que o momento é de colheita, conversando com o PMDB de Itamar Franco (governador de Minas), o PPS, o PSB e o PDT e partidos na oposição. “Temos de lançar candidatos, nos Estados, quem tivermos de melhor”.


Colunistas

CENA POLÍTICA - Ciro Carlos Rocha

PSB de alto astral
Personagem central de uma operação que reforçou uma das mais ferrenhas brigas políticas de Pernambuco, o deputado Eduardo Campos está leve, sereno, de bem com a vida. Embora a operação dos precatórios tenha provocado forte desgaste e ainda encontre-se sub judice no STF, Campos entra em 2002, sem trocadilhos, em alto astral.

Não só pelo aval que a Assembléia Legislativa, finalmente, deu ao aprovar as polêmicas contas de 96 do Governo Arraes, no qual foi o secretário de Fazenda que alinhavou a polêmica operação, mas também do ponto de vista eleitoral. Em 98, só para lembrar, Campos foi um candidato-trator e, por isso mesmo, foi acusado até por corregilionários de invadir bases e prejudicar amigos. Sabia-se que seria eleito com grande votação, como de fato foi. Mas previu-se que era um “político morto”, com pouco gás, acabado pelos precatórios.

Hoje, às vésperas de nova disputa estadual, Campos pode até não ter gás suficiente para enfrentar uma majoritária contra o rival Jarbas Vasconcelos (PMDB). Mas, certamente, o poder de fogo do seu PSB terá que ser levado em consideração quando se falar em chapa de oposição. O PT de Humberto Costa já demonstra saber disso.

Derrota no campo
Eufóricos com o momento atual, políticos do PSB amargaram um feito inimaginável na festa de confraternização de Eduardo Campos, sábado, em uma granja de Aldeia. Perderam feio para uma equipe de jornalistas peladeiros: 8 a 4, somando-se o placar de dois jogos. Mas os socialistas tiveram a atração do jogo: o deputado federal Djalma Paes, que mesmo precisando de um regime brabo, destacou-se e fez até gols.

PT moderado
Nenhuma surpresa no 12º Encontro Nacional do PT, que chegou ao fim ontem, no Centro de Convenções. Há muito que a maioria dos petistas adota uma linha política bem mais ‘light’, na esperança de chegar ao Planalto. Resta ver o comportamento dos radicais na campanha.

Marketing do MST
O MST inaugurou uma lojinha na Rua do Sossego, Boa Vista. Vende livros de sociologia e de divulgação do pensamento de Che Guevara e Gramsci, entre outr os, além de produtos dos assentamentos. Um mel de abelha vindo do Rio Grande do Sul é um dos produtos mais procurados.

Brigas internas ameaçam aliança PMDB/PSDB/PFL
Com tanta confusão na aliança governista, onde só falta mesmo sair tapa, já andam dizendo que uma profecia de Arraes está perto de se concretizar: a de que a aliança vai se destruir pelas próprias mãos. Barbas de molho...

Romário Dias vê Legislativo independente
O presidente da Assembléia afirma, com razão, que o Legislativo mostrou autonomia na votação das contas de Arraes. Ele acha que não deveriam procurar “culpados” na aliança pela aprovação. Vá dizer isso a José Mendonça...

Projetos
Já à frente do diretório municipal do PFL, o vereador Roberto Andrade faz planos para 2002. Quer atuar junto com o PFL Jovem, modernizar as ações do diretório, inclusive com o uso da Internet, e definir um ciclo de debates periódicos. O primeiro será sobre a legislação eleitoral.

Marta e o tititi
O 12º Encontro Nacional do PT terminou com a ofensiva de Lula, assumindo de vez a candidatura, e um forte tititi: o de que a prefeita Marta Suplicy e o namorado, o franco-argentino Luís Favre, andaram brigando pelos bastidores. São coisas da paixão...

Com uma sessão solene, hoje pela manhã, a Câmara Municipal encerra o período legislativo. O presidente Dilson Peixoto (PT) fará um balanço do ano. Já na Assembléia, onde a temperatura anda quente, o deputado evangélico Israel Guerra (PSDB) promete amenizar com um happy hour diferente.

Junto com a Cooperativa Mútua de Pastores e Igrejas Evangélicas de Pernambuco, Israel Guerra vai promover um debate sobre a parceria Estado/Igreja nas ações sociais. Estão sendo esperados mais de 300 ministros religiosos, entre pastores e líderes de igrejas. Com certeza, uma sessão boa para quem precisa acalmar os nervos...

Os jornalistas Evaldo Costa, Marcelo Mário Melo, Lêda Rivas, Christiane Alcântara e Eduardo Ferreira fecham, hoje, às 18h, na Assembléia, o ciclo de lançamentos dos “Perfis Parlamentares Século XX”. Eles escreveram sobre Andrade Lima Filho, David Capistrano, Gilberto Osório, Paulo Guerra e Ruy Ayres Bello.

O PPS decidiu, sábado, alterar o modelo partidário, abandonando uma forma mais centralizadora. As tarefas agora serão distribuídas entre o presidente (Elias Gomes) e três vice-presidentes (Fernando Bezerra Coelho, Eduardo Carvalho e Laércio Queiroz), além de oito secretários e de coordenadores regionais. Mais organização é impossível...


Editorial

Aeroporto e desenvolvimento

As obras de ampliação e modernização do Aeroporto Internacional dos Guararapes prosseguem dentro do cronograma estabelecido, segundo informam seus responsáveis. Isso é bom, diante da importância da iniciativa para o desenvolvimento do Estado. A impossibilidade de aterrisagem de aviões após a meia-noite, por exemplo, para que se possa trabalhar nas pistas, está causando transtornos e prejuízos a passageiros e companhias aéreas; pois os aviões têm que voltar para Salvador ou seguir até João Pessoa se chegarem aqui um minuto que seja depois das 24 horas. Não estamos defendendo que o aeroporto não feche de madrugada para obras, pois assim estaríamos favoráveis ao atraso dos trabalhos. Apenas, alertamos para que o bom ritmo do projeto observado até agora não seja alterado; e para que esse ritmo seja apressado, na medida do possível. Em caso de prosseguir o problema, propomos que as companhias aéreas façam um remanejamento dos horários de seus vôos, o que poderia evitar chegadas tardias ao Recife, com grave incômodo para os usuários do transporte aéreo.

Tem havido muitas queixas e reclamações sobre esse problema. Daí a nossa observação. O coordenador de comunicação da Infraero, jornalista Jorge Tadeu de Andrade, informa que encerrou desde o dia 10 o período em que o aeroporto esteve fechado para pousos e decolagens da meia-noite às 6h30 (que começou em outubro passado). Isso foi necessário para que se pudesse fazer obras de manutenção das pistas, um trabalho de rotina não ligado às obras de ampliação. Informou ele também que, no dia 2 de fevereiro do próximo ano, estarão funcionando sete das 11 pontes de embarque previstas e abertas ao público mil vagas na garagem, além de outros itens do projeto. Certamente haverá uma inauguração solene do novo aeroporto, quando todas as obras estiverem concluídas. Ënquanto isso, serão antecipadas para uso do público etapas do projeto, à medida que ficarem prontas.

A informação sobre o fim do fechamento chega em boa hora e esperamos que não haja novos fechamentos. Agora em dezembro, entramos na alta estação turística, quando se intensifica o movimento nos aeroportos. As agências de turismo, nessa época do ano, fretam muitos vôos, que partem do Sul-Sudeste para chegar ao Recife de madrugada. A expansão do negócio do turismo é uma das prioridades de Pernambuco, e o Aeroporto dos Guararapes é a principal porta de entrada do Recife, do Estado e de boa parte do Nordeste.

Como dissemos há pouco, a propósito das obras do Porto de Suape, a nossa federação sui generis trata desigualmente os diversos Estados. A execução do projeto daquele porto se arrasta há 30 anos. No caso da expansão do aeroporto, temos tido mais sorte. As liberações de verbas têm obedecido ao cronograma traçado e a União entra com parte substancial do dinheiro necessário. A previsão inicial é de um total de R$ 167 milhões, a serem aplicados até o final das obras, marcado para dezembro de 2003.

O desenvolvimento de Pernambuco, em que se insere o movimento de turistas, executivos de empresas e passageiros de rotina; o progresso a que aspiramos, mesmo sem as bênçãos dos que decidem a política nacional e liberam verbas de acordo com suas prioridades e caprichos; o pioneirismo de idéias e de empreendimentos, que caracterizam a nossa história e a nossa cultura; exigem que tenhamos uma infra-estrutura, inclusive a aeroportuária, à altura da importância de uma metrópole regional. No passado, brigamos pela república, pela federação; desenvolvemos pioneiramente indústrias como as de açúcar e tecidos. Não podemos parar. As liberações de verbas para as obras do aeroporto não podem atrasar.


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12/17/2001


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