ONGs vão receber senhas do Siafi para fiscalização de gastos



O presidente da Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização (CMO), deputado Gilmar Machado (PT-MG), informou que pretende distribuir nesta terça-feira (23) a organizações não-governamentais (ONGs) senhas de acesso ao Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (Siafi). As ONGs terão acesso a praticamente todos os passos do orçamento no Congresso e na execução, por parte do Executivo.

A idéia, conforme o deputado, é mostrar "que o Congresso não tem nada a esconder" e, em contrapartida, o Executivo deve informar a representantes da sociedade todos os gastos. As senhas das ONGs permitirão acesso até a liberação de verbas para prefeituras que recebem dinheiro do orçamento federal para obras ou serviços.

As duas primeiras senhas serão entregues ao Instituto de Estudos Sócio-Econômicos (Inesc) e à Associação Nacional de Transportes Públicos. Hoje, entidades que querem pesquisar gastos orçamentários atualizados têm de obter as senhas com algum parlamentar, como faz a ONG Contas Abertas, a qual divulga pela Internet suas informações.

O Senado também quer aumentar a transparência das contas públicas e pretende distribuir senhas de acesso ao Banco de Dados Siga Brasil para jornalistas e outros interessados. Este sistema permite a qualquer pessoa, por meio da Internet, acessar com facilidade informações sobre planos e orçamentos federais. O Siga Brasil também é alimentado por informações do Siafi.

A Comissão Mista de Orçamento realiza nesta terça-feira (23), a partir de 14h30, audiência pública sobre a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2007, com a presença de representantes do Executivo, parlamentares e de dirigentes de entidades civis. Estará presente o relator da LDO, senador Romero Jucá (PMDB-RR).

A LDO para 2007 foi muito criticada no Congresso por conter um artigo que permitirá o Executivo liberar normalmente os gastos do orçamento caso ele não seja aprovado até final de dezembro próximo. Para os parlamentares, este artigo poderia levar o Executivo a trabalhar pela não-votação do orçamento no Congresso, já que ele poderia executar sem qualquer constrangimento a proposta enviada aos deputados e senadores.

22/05/2006

Agência Senado


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