ONU tem papel importante na nova ordem mundial, diz Alcântara



Uma nova ordem mundial, embora ainda indefinida, já começa a ser traçada, sendo foco de questionamentos e inquietações. Nesse contexto, é importante que a Organização das Nações Unidas (ONU) volte a desempenhar papel central na discussão dos principais problemas mundiais, afirmou o senador Lúcio Alcântara (PSDB-CE) em debate com estudantes no Colégio Lourenço Filho, em Fortaleza (CE), realizado no dia 19 deste mês e relatado em pronunciamento.

Alcântara fez uma análise histórica geral sobre o processo de expansão do sistema capitalista, passando pelas duas grandes guerras, o avanço da tecnologia e o desmonte do regime socialista na Europa Oriental, com a desintegração da União Soviética e o conseqüente fim da guerra fria, o que deixou os Estados Unidos na condição de única superpotência mundial. Ressalvou, no entanto, que esse cenário é bem mais complexo, porque, entre os próprios aliados dos EUA, há países que não se subordinam facilmente aos interesses daquele país, como França e Alemanha. Além disso, observou, a China tende a ampliar sua projeção internacional e a Rússia mantém intacto seu arsenal nuclear.

- A nova ordem mundial com a qual convivemos hoje é razoavelmente indefinida e, por isso mesmo, passível de questionamentos e foco de inquietações. Essa nova ordem, claramente em processo de gestação, cujo resultado final ninguém pode prever, fixa-se por sobre dois fenômenos, um de natureza fundamentalmente econômica, outro de indisfarçável conotação política - afirmou.

Para Alcântara, os recentes e trágicos acontecimentos que abalaram o mundo realçam novos aspectos "nesse confuso quadro mundial" e a violência terrorista mostrou que não há fortaleza inexpugnável, desencadeando, ao mesmo tempo, ataques militares em determinadas regiões. "Melhor seria trilharmos os caminhos do chamado multilateralismo, isto é, dar força a organismos coletivos de modo a transformá-los, efetivamente, em fóruns de debate e negociação política". O organismo a que o senador se referiu é a ONU.

A atual globalização, conforme frisou o senador aos estudantes, é decorrência natural de todo esse processo, "nada tendo de espantoso ou inexplicável".

26/10/2001

Agência Senado


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