Oposição manobra e governo não consegue quórum para leitura e votação do PPA
Depois de mais de uma hora de embate na Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização (CMO), o governo perdeu mais uma vez na tarde desta terça-feira (30) e não conseguiu que sequer fosse lido o parecer do senador Sibá Machado (PT-AC) sobre o Plano Plurianual (PPA), que reúne os investimentos que o governo federal fará até o final de 2007.
Houve quórum para abertura da reunião, mas o PFL pediu prioridade de votação para um requerimento de convocação do ministro chefe da Casa Civil, José Dirceu, para falar sobre o caso Waldomiro Diniz. Percebendo que uma parte dos deputados e senadores havia assinado a lista de presença e se retirado, o deputado Rodrigo Maia (PFL-RJ) pediu verificação de quórum. Um a um, foram chamados todos os deputados titulares e suplentes da comissão e, na falta de apenas três deputados, a reunião for encerrada.
A chamada para votação, feita pelo deputado Gilmar Machado (PT-MG), foi lenta, o que motivou protestos do PFL e do PSDB, partidos de oposição. Houve tempo para que muitos deles fossem chamados e chegassem correndo para a votação. Alguns chegaram quando o deputado Pauderney Avelino (PFL-AM), na presidência dos trabalhos, já havia encerrado a votação e insistiram em dar voto.
- Desse jeito, a gente não pode nem ir ao banheiro - protestou o deputado Humberto Michiles (PL-AM).
Nova reunião foi convocada para as 10h desta quinta-feira (1º).
- O governo é como o contribuinte do Imposto de Renda. Deixa tudo para a última hora. Mas o Congresso ainda tem 15 dias para votar o PPA - afirmou em entrevista o vice-líder do governo no Congresso, deputado Virgílio Guimarães (PT-MG).
Já Pauderney Avelino sustentou que o PFL votará a favor do PPA, mas quer que o governo coloque sua base na Comissão de Orçamento.
- Se o governo quiser votar, que mobilize seus deputados e senadores - sustentou.
Na quinta-feira (1º), o requerimento de convocação do ministro José Dirceu ainda estará na pauta e, para que o PPA seja lido e votado, os partidos da base do governo têm que derrubá-lo antes.
30/03/2004
Agência Senado
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