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Senadores presentes à sessão do Congresso Nacional que formalizou a criação da Comissão Parlamentar de Inquérito do Cachoeira, nesta quinta-feira (19), desqualificaram comentários dos últimos dias que atribuem ao governo o interesse em uma “operação abafa”. Até opositores criticaram a idéia de que o governo quer evitar investigações que causem danos a si mesmo e a políticos aliados.

O líder do PSDB, senador Alvaro Dias (PR), rejeitou a hipótese de ações para “blindar” o governo e aliados. Alvaro Dias considera importante dar um “voto de confiança” e aguardar os primeiros movimentos dos adversários, para depois fazer uma avaliação das reais intenções dos que vão integrar a comissão de investigação. Segundo assinalou, o objetivo é trabalhar para revelar e assegurar a responsabilização civil e criminal dos envolvidos, seja de que partido for, seja agente público ou privado.

- Sabemos do poder de pressão da maioria, mas não podemos de antemão ver nossos adversários agindo de má-fé – disse.

No entender de Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), da ala dissidente do PMDB, a CPMI não poderá ser feita “contra o governo ou o PT, mas para apurar os fatos que estão sendo veiculados sobre o esquema criminoso comandado por Cachoeira”. Ele lembrou que, como sinal da boa intenção do governo e aliados, os governistas deram amplo apoio ao requerimento da CPMI.

- Tudo tem limite, inclusive a farsa – ironizou.

O líder do PT, senador Walter Pinheiro (BA), disse que o partido deve anunciar os nomes para as vagas a que terá direito na comissão, dentro das dez reservadas ao bloco governista, exatamente dentro do prazo: a próxima terça-feira (24). Para enfatizar o compromisso do PT com as investigações, ele lembrou que o partido contribuiu com 72 assinaturas para a convocação da CPMI, inclusive o nome de todos os senadores da legenda.

- Agora é trabalhar para montar a estrutura de trabalho, definir o cronograma e dizer por onde começar e qual a base material – afirmou.

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