Líder do PSDB condena o que chama de "operação abafa" da denúncia contra ex-assessor de José Dirceu
O líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM), ao comentar as denúncias contra o ex-subchefe da Casa Civil para Assuntos Parlamentares, Waldomiro Diniz, afirmou ser estranho que o governo e o PT queiram seguir a mesma receita dos tempos da ditadura e coloquem em marcha a "operação abafa" do caso. Para o líder, o governo e o PT se esquecem de que o país vive outros tempos, "que já não permitem camuflagens como essa".
Segundo Arthur Virgílio, para evitar uma investigação, pelo Parlamento, "desse que é um dos maiores escândalos da República", o Palácio do Planalto "armou-se até os dentes" e mandou que o próprio ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, fosse ao Congresso, instalasse um palanque no Salão Negro do Senado e ali dissesse: "o caso está encerrado".
O líder do PSDB acrescentou que os novos tempos exigem uma investigação ampla em torno do escândalo "que tem no epicentro a figura mais influente do governo Lula, o ministro José Dirceu". O senador pediu a transcrição, nos Anais do Senado, de editorial de O Estado de S. Paulo , edição do último dia 17, em que o jornal adverte o governo de que é preciso apurar as denúncias.
Arthur Virgílio pediu também a transcrição do artigo intitulado "Cumpre fazer-se justiça", do presidente do Conselho Consultivo do Condomínio dos Associados, Hindemburgo Pereira-Diniz, publicado no último dia 15 no jornal Estado de Minas e que destaca o arquivamento do procedimento investigatório aberto no Ministério Público estadual sobre as privatizações do Banco do Estado de Minas Gerais (Bemge) e do Credireal, feitas durante o governo do hoje senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), pela inexistência de ilicitudes nas duas operações.
O senador pediu ainda a transcrição, nos Anais do Senado, de matéria publicada no jornal O Estado de São Paulo intitulada "Privatização da Embrapa assusta cientistas". Segundo ele, a área de maior êxito da economia brasileira, a agropecuária, está ameaçada de sucateamento e de perder a relevância conquistada pelo trabalho de seus cientistas, já que, de acordo com a matéria, ocorre na empresa a nomeação de sindicalistas e petistas sem nenhum conhecimento do setor para cargos técnicos.
Outros três textos que devem constar dos Anais do Senado, a pedido de Arthur Virgílio, são o artigo do senador Jorge Bornhausen (PFL-SC) intitulado "Gafanhoto, o petista", publicado no jornal Folha de S. Paulo e no qual Bornhausen afirma que "só mesmo o gafanhoto para definir o que significa essa política de inchaço eleitoralista"; o depoimento do ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso, publicado no mesmo jornal, sobre a reforma universitária; e o artigo do ex-ministro da Educação Paulo Renato Souza, publicado no jornal O Estado de S. Paulo, sob o título "Política Social e Democracia", que contém a preocupação do autor com a possibilidade de uma reestatização federal na implementação das políticas sociais no Brasil.
20/02/2004
Agência Senado
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