Ordem do dia é adiada por falta de definição sobre as comissões



Por falta de acordo entre os líderes partidários, o vice-presidente da Mesa, senador Marconi Perillo, transferiu para esta quarta-feira (11) a deliberação sobre todos os itens que estavam previstos para a ordem do dia desta terça-feira (10). Pelo PSDB, o senador Alvaro Dias (PR) foi o primeiro a anunciar que o seu partido não concordava em votar. A alegação foi a falta de uma reunião do Colégio de Líderes para definir a pauta das primeiras sessões e também a composição das mesas das comissões permanentes.

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Estava prevista para esta terça-feira reunião dos líderes partidários no Senado, para discussão dos critérios de escolha dos presidentes das comissões permanentes, mas o encontro acabou não sendo realizado.Havia a expectativa de que a reunião seria convocada pelo presidente do Senado, José Sarney, que à tarde participou da abertura de um encontro em Brasília que reuniu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os novos prefeitos municipais, empossados em janeiro deste ano.

Em nome da liderança da Minoria, o senador Mário Couto (PSDB-PA) considerou imprudente o Plenário do Senado começar a deliberar sem que os presidentes e vice-presidentes das comissões tenham sido escolhidos. Ele cobrou a convocação de uma reunião dos líderes para resolver a questão das comissões. Na mesma linha, o senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA) pediu o adiamento da ordem do dia por não haver acordo.

O líder do PDT, senador Osmar Dias (PR), sugeriu ao senador Perillo, que presidia a sessão, que convocasse ele próprio - já que o presidente José Sarney participava, naquele instante, de uma solenidade no Palácio do Planalto - a reunião do Colégio de Líderes para definir a composição das comissões e a indicação de suas respectivas mesas. Marconi Perillo preferiu aguardar a volta do presidente.

Falando pelos integrantes do Democratas, o líder José Agripino (RN) - outro defensor do adiamento das votações - lembrou que o presidente Sarney conseguiu, em meia hora de reunião, costurar um acordo entre os líderes para definir a composição da Mesa da Casa.

- Ele tem legitimidade e habilidade política suficiente para concluir esse processo conduzindo uma reunião para definir a questão das comissões - opinou.

O senador Valter Pereira (PMDB-MS) foi o primeiro a se posicionar pela necessidade de o Plenário começar a votar ainda nesta terça-feira. Ele observou que a inatividade da Casa "deslustra a sua imagem". Na sua avaliação, a Mesa deveria estabelecer "um calendário implacável e rigoroso" que seja cumprindo independentemente das disputas internas.

Por sua vez, o líder do PSB, Renato Casagrande (ES), apesar de defender uma solução rápida para a eleição dos presidentes das comissões temáticas, considerou importante a realização da ordem do dia para que os senadores pudessem deliberar sobre a indicação de diversas autoridades e também sobre a medida provisória que tranca a pauta.

O líder do PT, Aloizio Mercadante (SP), posicionou-se no mesmo sentido. Ele disse que os senadores poderiam começar a votar as indicações das autoridades enquanto os líderes se reuniam com Sarney para buscar um acordo a respeito da composição das comissões e da eleição de suas mesas. O líder Marcelo Crivella (PRB-RJ), em nome do seu partido, apelou para que as autoridades fossem aprovadas.

- Elas precisam manter o trabalho que prestam ao país - argumentou.

Como o líder Romero Jucá (PMDB-RR) estava ausente do Plenário, o vice-líder Antônio Carlos Valadares (PSB-SE) falou em nome do governo. Depois de observar que dificilmente seria obtido o quórum necessário para deliberação - já que DEM e PSDB se posicionaram contra o início da ordem do dia -, ele concordou em adiar as votações para a quarta-feira.

Para a quinta-feira (12), está prevista a realização de uma reunião da Mesa às 10h, de acordo com informação da Secretaria Geral do órgão.

Roberto Homem e Paulo Sérgio Vasco / Agência Senado



10/02/2009

Agência Senado


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