Ornelas ressalta papel institucional do presidente do Senado



O senador Waldeck Ornelas (PFL-BA) disse que era preciso analisar o papel institucional do presidente do Senado. Segundo ele, essa condição teria levado o senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) a tomar a decisão de não realizar a apuração imediata e de negar a existência da lista até o momento em que o laudo da Unicamp confirmou não só a violação do painel, mas o fato de que o resultado da votação não havia sido alterado. "Só então teve a liberdade de revelar ter visto a lista", afirmou. Ornelas observou que a cassação do senador Luiz Estevão não se tratava de uma votação qualquer, era a primeira vez que se cassava um senador devido às investigações da CPI do Judiciário.

Para Ornelas, esse motivo refletiu sobre a "postura de estadista" que Antonio Carlos tomou naquela ocasião, até o momento em que se viu liberado do dever de manter o segredo. "A sua decisão me parece que foi correta, possibilitou que preservasse o resultado e a eficácia daquela decisão e agora podemos apurar os fatos", assinalou. Outro ponto destacado pelo senador foi que do conjunto dos depoimentos, ficou claro que em nenhum momento houve contato, ordem ou pedido de Antonio Carlos para o Prodasen violar o painel.

O relator, Roberto Saturnino (PSB-RJ) disse que, no dia seguinte à divulgação do laudo da Unicamp, Antonio Carlos deveria ter vindo a público revelar a violação e a existência da lista. Ele repreendeu Ornelas por estar tentando ser "mais realista que o rei" ao defender o correligionário baiano.

26/04/2001

Agência Senado


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