´Os terroristas vão nos ouvir logo`



´Os terroristas vão nos ouvir logo` Em serviço religioso em memória dos milhares de vítimas dos atentados de terça-feira em Nova York, Washington e Pensilvânia, o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, começou ontem a preparar os norte-americanos para o que chamou de "novo tipo de guerra". Logo depois, ao visitar os escombros do World Trade Center, em Nova York, avisou que a guerra não deve demorar. Ao falar às equipes de resgate, ele pegou um alto-falante e disse: "Eu posso ouvir vocês, e as pessoas que derrubaram estas torres vão nos ouvir logo". O vice-ministro da Defesa, Paul D. Wolfowitz, descreveu assim os objetivos do país nessa nova guerra: "Não se trata apenas de capturar pessoas, julgá-las e puni-las, mas também eliminar os santuários (dos terroristas), remover seus sistemas de apoio e acabar com Estados que apóiam o terrorismo". Wolfowitz mostrou que a estratégia incluirá, se necessário, invasão e ocupação de nações. A movimentação militar começou ontem, com a convocação de 35 mil reservistas e a colocação de bases militares em prontidão. O Senado autorizou Bush a "usar toda a força necessária e apropriada contra as nações, organizações e pessoas" que tenham participado do ataque. O Congresso também liberou uma verba de emergência de US$ 40 bilhões - o dobro do que o Executivo havia pedido - para resgate de corpos, recuperação das áreas e negócios destruídos e assistência às famílias atingidas pela catástrofe, bem como para a mobilização inicial de forças. (pág. 1 e cad. Especial) * O FMI confirmou ontem a aprovação do pedido do Brasil de um empréstimo "stand-by" de US$ 15,58 bilhões, com prazo de 15 meses, para apoiar o programa econômico brasileiro até dezembro de 2002. A aprovação faz parte do acordo fechado com o FMI em 3 de agosto. A nova vice-diretora-gerente do Fundo, Anne Krueger, disse que o País conseguiu progressos expressivos, recuperando-se da crise financeira internacional. (pág. 1 e B10) * Os 18.928 presos provisórios no estado de São Paulo poderão ser libertados antes de serem julgados, por causa da greve dos funcionários do Poder Judiciário. Os prazos judiciais não têm sido cumpridos. A paralisação, iniciada dia 27, agrava o problema da segurança pública. De acordo com a lei, até quem cometeu crime hediondo pode ser libertado. Os distritos policiais da capital já voltaram a ficar lotados. (pág. 1 e C3) * A Justiça Federal decretou ontem a quebra do sigilo bancário do ex-prefeito Paulo Maluf (PPB) e de seus familiares em todo o território nacional. Já havia sido determinada a devassa das contas do ex-prefeito em São Paulo. O juiz Fernando Moreira Gonçalves, da 8ª Vara Criminal Federal, também quer saber do Citibank se a família usou a instituição para fazer investimentos no exterior por meio de empresas ligadas a paraísos fiscais. (pág. 1 e A7) Editorial "Coesão contra o terrorismo" Brasileiros foram mortos na explosão em Nova York. O combate ao terrorismo não é, portanto, problema exclusivo dos EUA. É de todo país que se diz civilizado e não admite viver em constante sobressalto pela ameaça difusa de ataques aleatórios à população. (pág. 1 e A3) Topo da página

09/15/2001


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