Osmar analisa mudança de opinião dos partidos sobre CPI dos Bingos



O senador Osmar Dias (PDT-PR) lembrou nesta segunda-feira (8) que esta não é a primeira vez que uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigar bingos consegue as assinaturas suficientes para sua instalação. Ele registrou que, em julho de 1999, requerimento de sua autoria foi protocolado na Mesa do Senado. A CPI só não foi instalada, explicou, porque, a pedido do governo da época, presidido por Fernando Henrique Cardoso, sete senadores retiraram seus nomes do requerimento.

De acordo com o senador pelo Paraná, todos os argumentos que o governo Luiz Inácio Lula da Silva está utilizando para impedir a instalação de uma CPI que investigue as denúncias envolvendo o ex-assessor parlamentar da Casa Civil, Waldomiro Diniz, foram utilizados pelo governo do presidente Fernando Henrique Cardoso.

Osmar Dias comparou que o mesmo PSDB que promoveu a retirada de assinaturas do requerimento propondo a CPI dos Bingos em 1999 agora defende a CPI em nome da moralidade. Já o PT, cujos membros assinaram o requerimento de CPI e trabalharam para sua instalação, hoje trabalha para que o Senado não investigue o caso.

- Estou tonto diante dos últimos acontecimentos. A confusão está tão grande que a gente até se perde. No passado, eu pedi a CPI com o apoio do PT e vi o PSDB trabalhar contra. Agora estou apoiando a CPI proposta pelo PSDB e o PT não quer. As pessoas não podem ficar mudando de opinião dessa forma. Depois não adianta ficar reclamando quando o Congresso é considerado a instituição com menor índice de credibilidade junto à população. Para ser respeitado, é preciso ter coerência. E o que está acontecendo aqui não é coerência. Tem outro nome - afirmou Osmar Dias.

Enquanto governo e oposição prosseguem na disputa em torno da CPI dos Bingos, lamentou Osmar Dias, matérias importantes vão deixando de ser votadas. Ele citou como exemplo a falta de uma definição a respeito das regras que deverão ser cumpridas para a comercialização da próxima safra de soja. O senador acrescentou que também contribui para a paralisação das votações o grande número de medidas provisórias editadas pelo governo, que termina trancando a pauta da Câmara e do Senado.



08/03/2004

Agência Senado


Artigos Relacionados


Eduardo Azeredo comenta mudança de opinião de Chávez sobre Farc

TV Senado analisa influência de pesquisas de opinião sobre intenção de voto do eleitorado

COMISSÃO QUE ANALISA MP SOBRE BINGOS ELABORA AGENDA DE TRABALHO

COMISSÃO QUE ANALISA MP SOBRE BINGOS DISCUTE RELATÓRIO FINAL

Fim das doações a partidos divide opinião de internautas

COMISSÃO QUE ANALISA MP SOBRE BINGOS SE REÚNE NESTA QUINTA-FEIRA