Osmar Dias condena "barganha" para aprovação do mínimo e diz que não vota na proposta do governo
Ao comentar a aprovação, pela Câmara dos Deputados, da medida provisória sobre o salário mínimo, o senador Osmar Dias (PDT-PR) disse, nesta quinta-feira (3), ter ficado -triste- porque, no mesmo dia em que o governo conseguiu convencer os deputados a votarem a favor do valor de R$ 260,00 e -contra o trabalhador brasileiro-, o Executivo liberou R$ 200 milhões para atendimento a emendas parlamentares individuais.
- Essa barganha, que era tão condenada pelo PT, quando o partido ainda sustentava a bandeira da ética, essa mesma prática fisiológica, danosa ao país, vem sendo utilizada para conseguir aprovar matérias que contrariam completamente os interesses públicos. E o governo comemora a vitória - lamentou o senador.
Osmar Dias acrescentou que, se quiserem liberar recursos para as suas emendas, destacadas exclusivamente a projetos sociais, que o façam. -Mas o meu voto não vão levar a troco de emenda-, afirmou.
O senador esclareceu que votará contra o salário mínimo de R$ 260,00 proposto pelo Executivo por considerar que não há argumentos que o convençam de que o valor não pode ser maior. Osmar Dias disse que o governo deveria explicar onde está aplicando os recursos obtidos com o aumento da arrecadação. Segundo o representante do Paraná, o Congresso tem sido -comparsa do governo- ao votar o aumento da carga tributária que está inviabilizando o crescimento do país e a geração de empregos, e é preciso que se conheça a destinação desses recursos.
A notícia sobre a frase do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que a aprovação do salário mínimo foi uma grande vitória também mereceu comentário de Osmar Dias.
- Vitória de quem? É preciso que essa frase seja completada pelo presidente. Para mim, foi uma grande derrota para o governo, porque a população toda foi derrotada - observou.
O senador registrou que 23 milhões de brasileiros, entre trabalhadores da ativa e aposentados, ganham o salário mínimo. E destacou que um aumento de R$ 0,66 por dia -não dá pra comprar um litro de leite ou de água na mercearia, não dá pra comprar o pão do dia-.
Em apartes, manifestaram-se a senadora Heloísa Helena (sem partido-AL) e os senadores Juvêncio da Fonseca (PDT-MS), Augusto Botelho (PDT-RR) e Magno Malta (PL-ES).
03/06/2004
Agência Senado
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