Osmar Dias denuncia manobra de moinhos argentinos para vender farinha ao Brasil



O senador Osmar Dias (PDT-PR) denunciou em discurso feito nesta quarta-feira (13) uma manobra dos moinhos argentinos para conseguir exportar para o Brasil farinha de trigo com taxa de apenas 5%, ao invés da alíquota de 20% acertada pelos governos do Mercado do Cone Sul (Mercosul). Eles estão adicionando 0,3% de sal à sua farinha e, assim, ela é considerada farinha -pré-misturada-, o que lhes dá a vantagem tributária.

- Essa manobra pode destruir a produção nacional de trigo, porque nenhum moinho nacional vai preferir comprar o trigo brasileiro para moer. Nos primeiros meses deste ano, a importação dessa farinha misturada com sal aumentou 1.600% - disse.

Osmar Dias informou que a indústria argentina -está agindo de má-fé-, pois não há qualquer regulamento que defina o que seja essa pré-mistura.

- No meu entendimento, farinha pré-misturada leva inclusive fermento - ponderou.

Ele fez um apelo ao governo para resolver a situação com urgência, pois existem moinhos no Nordeste que -simplesmente paralisaram sua moagem, porque fica mais barato importar a farinha pré-misturada-. O senador do Paraná sugeriu que o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) não conceda um centavo sequer de financiamento a empresas argentinas, como vem sendo negociado, enquanto o impasse da farinha não for superado.

- O produtor de trigo brasileiro, que dá 3 milhões de empregos, não consegue competir com o produto importado da Argentina com uma diferença irrisória dessas. Se o governo nada fizer, essa cultura pode desaparecer do mapa brasileiro - sustentou Osmar Dias.

O senador protestou contra a paralisação, no Senado, de projeto de sua autoria que coloca a alíquota interestadual de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) do trigo em 7%, evitando que haja grande diferença de preço de uma região para outra. Hoje, as alíquotas variam de 7% a 17%. O senador Eduardo Siqueira Campos (PSDB-TO), na presidência da sessão do Senado, esclareceu que os líderes do governo pediram que a Comissão de Assuntos Econômicos não vote o projeto à espera da reforma tributária, que também trata de alíquotas de ICMS.



13/08/2003

Agência Senado


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