OSMAR DIAS ELOGIA POLÍTICA AGRÍCOLA, MAS PEDE NOVAS MEDIDAS PARA O SETOR



O senador Osmar Dias (PSDB-PR) elogiou hoje (25), em discurso no Plenário, as medidas anunciadas pelo presidente Fernando Henrique Cardoso para incentivar a política agrícola. Para o senador, a concessão de crédito rural - uma das medidas do governo para incentivar a agricultura - é um instrumento importante dentro da política agrícola.

Mas o senador observou que, apesar das medidas anunciadas, ainda são necessárias outras decisões governamentais para modernizar a agricultura, incentivar o pequeno produtor e incrementar a política agrícola no país. Ele espera que essas medidas sejam tomadas, se não no decorrer deste governo, depois das eleições presidenciais de outubro.

- O presidente já adotou medidas que significam um avanço e um grande passo para a nossa agricultura ficar mais competitiva. Mas ainda faltam novas medidas, particularmente na área de infra-estrutura - afirmou.

Uma das mudanças pedidas pelo senador é a modernização dos portos brasileiros, que são inadequados e ineficientes, o que encarece o produto nacional. Segundo Dias, enquanto o embarque de uma tonelada custa US$ 9,00 no Porto de Paranaguá (PR), nos portos da Argentina cai para US$ 5,00 e nos americanos fica em US$ 3,00.

Ao lado da concessão de financiamentos, o senador disse que o governo também precisa baixar ainda mais as taxas de juros, que permanecem altas para a agricultura. Observou que a agricultura é um setor importante para a geração de emprego e, se incentivada, evita o êxodo rural, que agrava a situação do mercado de trabalho nos grandes centros urbanos.

Nos últimos dez anos, informou, um milhão de pessoas no país deixou o campo. Citando dados da FAO (Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação), o senador disse que a manutenção de uma família no campo custa ao governo US$ 2.400,00 por ano, enquanto na cidade custa US$ 8.400,00.

Outra medida importante como linha de crédito ao agricultor é o financiamento de R$ 1 bilhão para aquisição de máquinas. O senador disse que espera melhorias para os agricultores com essa medida do governo, como também que esse financiamento não se torne semelhante ao antigo Finame, que acabou necessitando do mecanismo da securitização para as dívidas agrícolas.

Além de gerar emprego e renda, a agricultura tem sido também importante para a redução do déficit da balança comercial e por isso o governo deveria ampliar os recursos para o setor, observou Dias. O senador se mostrou preocupado com a previsão de importação de alimentos para este ano. Segundo ele, o governo vai importar dois milhões de toneladas de arroz e 200 mil toneladas de feijão.

O senador defendeu também uma reforma tributária profunda depois da eleição e a redução do protecionismo no mercado internacional, para evitar altos índices de subsídios aos produtos agrícolas. Os blocos econômicos, acrescentou, deveriam levar em conta esse princípio, para que seja adotada uma globalização "mais ética".



25/06/1998

Agência Senado


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