OSMAR DIAS PEDE REVISÃO DA POLÍTICA DE PEDÁGIOS NO PARANÁ



Ao informar que a cobrança de pedágio feita em várias rodovias está prejudicando a população e setores produtivos do Paraná, o senador Osmar Dias (PSDB-PR) fez um apelo ao governador do estado, Jaime Lerner, para que reveja a política de cobrança de pedágio nas principais rodovias estaduais. O senador informou que liminar concedida na semana passada pela Justiça poderá significar um aumento em até 116% nos preços cobrados atualmente.
Osmar Dias explicou que a liminar concedida pela Justiça, a pedido das concessionárias responsáveis por algumas das estradas do Paraná, permite que os preços dos pedágios voltem a ser os cobrados antes das eleições do ano passado, quando foram reduzidos pela metade pelo governo do estado. Além disso, a medida judicial possibilita ainda a correção da inflação do período, que, segundo o senador, poderá chegar a 16%.
O senador pelo Paraná lembrou que, às vésperas da campanha eleitoral de 1998, o governador Jaime Lerner, que concorria à reeleição, atendeu a reclamações dos eleitores, que consideravam altas as taxas cobradas nos pedágios, e reduziu pela metade os valores cobrados. Osmar Dias disse que, naquela época, já sabia que passado o período eleitoral algo seria feito para que os preços fossem restabelecidos. E foi o que aconteceu, quando as concessionárias entraram na Justiça tentando recuperar o preço anterior.
Lembrando que as rodovias estaduais privatizadas do Paraná, que formam o Anel de Integração, servem como via para o escoamento de quase toda a produção do estado, Osmar Dias disse que a cobrança do pedágio poderá levar a agricultura a uma situação difícil. O senador exemplificou que uma carreta de cinco eixos, saindo de Cascavel para Paranaguá, por exemplo, levando 27 toneladas de carga, deixaria nos pedágios R$ 267,84 como custo adicional ao frete.
- Se considerarmos que o preço médio pago no pedágio é de R$ 225,00 por carreta, e supondo que cada carreta faz 12 viagens por mês, isto significa que cada uma destas carretas pagará R$ 2.700,00 por mês, ou R$ 32.400,00 por ano. Levando-se em conta que uma carreta custa R$ 130 mil, em média, ao término de quatro anos, o proprietário do veículo terá deixado o equivalente ao valor de sua carreta para as concessionárias das rodovias privatizadas do Paraná - comparou Osmar Dias.
Em aparte, o senador Ney Susssuna (PMDB-PB) disse que no bairro de Três Córregos, em Teresópolis (RJ), algumas mães estavam pagando mais em pedágio para levar e trazer seus filhos em uma escola pública do que o que pagariam se as tivessem matriculado em escola particular. Já o senador Lauro Campos (PT-DF) registrou que no ano passado apresentou projeto defendendo a isenção do pagamento de pedágio para caminhões e táxis, por acreditar que os que ganham a vida na estrada não deveriam ser penalizados com mais uma taxa.
O senador Roberto Requião (PMDB-PR) registrou que a concorrência feita pelo governador Jaime Lerner para privatizar algumas estradas já estabelecia o preço a ser cobrado no pedágio. Por este motivo, mesmo concordando que os preços cobrados nos pedágios do Paraná são caros, ele considerou que a liminar concedida pela Justiça não atentou contra a economia do estado, mas apenas corrigiu uma medida "absurda" tomada pelo governador, que durante a eleição reduziu pela metade o preço que havia estipulado anteriormente.

18/01/2000

Agência Senado


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