OSMAR DIAS LÊ NOTA DA EXECUTIVA DO PSDB EM DEFESA DO PRESIDENTE



O senador Osmar Dias (PSDB-PR) saiu em defesa do presidente da República, nesta terça-feira (dia 25), diante da denúncia publicada pelo jornal Folha de São Paulo segundo a qual o governo teria interferido no processo de privatização do sistema Telebrás. "A matéria da Folha de São Paulo limpou qualquer dúvida que eu tinha a respeito da interferência do presidente da República no processo de privatização. Não tenho dúvida em defender o presidente", afirmou Dias. O senador também leu nota da Comissão Executiva Nacional do PSDB em defesa do presidente.Osmar Dias criticou o apoio do senador Maguito Vilela (PMDB-GO) ao requerimento do senador Eduardo Suplicy (PT-SP), de criação de uma CPI para investigar o caso, dizendo que não se deve misturar assuntos nacionais com assuntos de Goiás e até pessoais para não "tornar medíocre esse debate". Para Osmar Dias, a reportagem não traz nenhum indício de que houve vício no processo de privatização da Telebrás. "Criar esta CPI é querer tumultuar demais, é procurar chifre em cabeça de cavalo para desviar a atenção de outras discussões mais importantes", avaliou o senador.Em aparte, o senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE) disse que não se trata de discutir se o leilão arrecadou mais ou menos, mas sim a preferência que foi demonstrada pelo próprio presidente da República para alijar uma empresa do leilão. "No mínimo, o edital foi mal feito, pois permitiu que uma empresa que o governo entendia não ter o requisitos necessários estivesse participando do leilão", sentenciou o senador.O senador Amir Lando (PMDB-RO) disse ter estudado a metodologia de apuração dos preços mínimos e verificado que o processo "é uma farsa". Segundo o senador, montam-se cenários para aviltar os preços mínimos estipulados para empresas a serem privatizadas. Lando defendeu a criação de uma CPI para investigar quem estabeleceu os preços mínimos nas privatizações na área de telecomunicações. "É um crime contra o patrimônio público. Não houve licitação. Houve uma negociata", afirmou.O senador Pedro Piva (PSDB-SP) disse estar estupefato com "a ignorância muito grande" que encontrou no Senado sobre os processos de licitação, avaliação e apuração de preços. "Uma companhia vale pelo o que ela rende. É assim no mundo inteiro", observou. Para o senador, a gravação de conversas entre o presidente da República e seus auxiliares é um jornal de ontem, coisa do passado. O senador disse que o presidente está isento de qualquer acusação.O senador Sebastião Rocha (PDT-AP) cobrou uma declaração imediata do presidente da República em resposta à sociedade brasileira. "Que o presidente venha de público dizer se a participação dele no processo foi positiva ou não para o Brasil", sugeriu. Para Rocha, a gravação de telefonemas de autoridades e a entrega das fitas à imprensa não tem nada a ver com a oposição, e a iniciativa talvez tenha partido de setores da base governista descontentes com o ressurgimento de Mendonça de Barros, eleito para a Executiva Nacional do PSDB.A senadora Heloísa Helena (PT-AL) discordou da afirmação de Pedro Piva de que o assunto é "jornal de ontem". Para a senadora, esse tipo de atitude de não querer apurar denúncias é que leva os jovens à idéia de que o crime compensa, e dizer que não existem fatos graves é desmerecer o Ministério Público. "O grampo é indecente, imoral e ilegal, mas o grampo não verbaliza opiniões", destacou a senadora.O senador Luiz Estevão (PMDB-DF) elogiou o trabalho feito pela Folha de São Paulo e disse não acreditar que tenha havido fraude no leilão da Telebrás. Para ele, fraude seria o vazamento de informações privilegiadas ou a retirada de suporte financeiro para impedir a participação de algumas empresas. "O presidente da República não participou do critério de avaliação das empresas. O presidente valorizou o patrimônio público", afirmou.O senador José Fogaça (PMDB-RS) ter lido a reportagem da Folha de São Paulo e não ter encontrado nenhuma palavra sequer contra o presidente da República. Para ele, o governo garantiu e estimulou a concorrência. "Seria digno da oposição que, ao invés de preferir o denuncismo e o oposicionismo gratuito, se unisse aos homens de bem para lutar contra o tubaronato que se acostumou a lesar o patrimônio público utilizando ardis e facilidades", sugeriu o senador.

25/05/1999

Agência Senado


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