OSMAR DIAS QUER ESCLARECER EMPRÉSTIMO NO PARANÁ



Com base numa nota técnica elaborada pela Consultoria do Senado, o senador Osmar Dias (PSDB-PR) afirmou hoje em plenário que o governo do Paraná tomou emprestado R$155 milhões da Companhia de Energia Elétrica daquele Estado (Copel), sem que a Assembléia Legislativa tomasse conhecimento da operação. Ele anunciou que acionará a Justiça paranaense para que esse empréstimo seja esclarecido.

Conforme o parlamentar, o Paraná está negociando com o Ministério da Fazenda e com o Banco Central a rolagem de sua dívida mobiliária, na tentativa de conseguir um acordo que lhe permita salvar o Banco do Estado, que está operando com R$1,7 bilhão a descoberto. Osmar Dias informou que esse banco foi entregue ao atual governo como o segundo em rentabilidade, encontrando-se agora numa situação inquietante para correntistas e funcionários.

Osmar Dias atribuiu essa crise à incapacidade administrativa e à gestão financeira do trio composto pelo governador e pelos secretários do Planejamento e da Fazenda. E disse que se somam a essa incapacidade "a corrupção denunciada e até agora não esclarecida". Lembrou também que o ministro da Fazenda, Pedro Malan, que no ano passado permitiu ao Paraná a contratação de novos empréstimos, está agora enfrentando a rolagem dessa dívida e a tentativa de salvar o banco.

Segundo o senador, o empréstimo da Copel para o governo do Paraná foi destinado ao pagamento do décimo terceiro salário e da folha de pessoal de dezembro do ano passado, o que não justifica a iniciativa governamental de sugar os recursos de uma empresa de energia elétrica economicamente equilibrada. Ele questionou também a venda de ações da Copel, dizendo que é preciso investigar para quem essas letras estão sendo vendidas.

Sustentando que, nesse contrato de empréstimo não se menciona a taxa de juros para o seu pagamento, Osmar Dias afirmou que houve "um assalto aos cofres da Copel com a concessão desse empréstimo sem lei autorizativa". Disse também que o governo do Paraná não é dono do Estado, e avisou: "É preciso que o Judiciário do Paraná seja acionado e eu acionarei".



26/03/1998

Agência Senado


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