Paim considera o desemprego como o pior problema do Brasil de hoje
Ao analisar os números da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre Índices de Desenvolvimento Humano (IDH), em que o Brasil está em 65º lugar no mundo, o vice-presidente do Senado, Paulo Paim (PT-RS) considerou o desemprego e a concentração de renda os principais problemas do Brasil. Ele propôs a formação de uma Comissão Geral, no Senado, para identificar medidas que incrementem o nível de empregos no país.
- Essa falta de capacidade da economia brasileira de gerar empregos nos remete à questão dos juros praticados no mercado interno. Houve um tempo em que se afirmava: -ou o Brasil acaba com a saúva, ou a saúva acaba com o Brasil-. Ouso dizer que, se o país não acabar com essas elevadas taxas de juros, elas vão acabar com o país - argumentou.
Paim afirmou que as condições para uma redução significativa da taxa de juros já se configuram. A inflação está sob controle e se registra até deflação, o risco Brasil também apresenta os menores índices dos últimos 12 meses, possibilitando uma correção de rumos, disse.
O senador citou o exemplo da Argentina onde o novo governo, um mês depois de empossado, já tomou as primeiras medidas de combate ao desemprego, ao abrir milhares de postos de trabalho com a abertura de um programa de obras públicas para a construção de 20 mil casas populares.
Segundo Paim, uma das soluções para gerar emprego no Brasil é a reforma agrária que tem potencial para criar 10 milhões de empregos. Mas essa solução depende muito do crescimento econômico para absorver produção.
- E assim voltamos ao velho binômio: crescimento e emprego - concluiu.
Em aparte, os senadores Mão Santa (PMDB-PI) e Ney Suassuna (PMDB-PB) concordaram em que a reforma agrária pode reduzir o número de desempregados. Para Eurípedes Camargo (PT-DF), é preciso incentivar a criação de cooperativas agrícolas.
08/07/2003
Agência Senado
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