Para alunos, falta de segurança é o pior problema das escolas



Estudantes do ensino médio e fundamental de escolas públicas do Distrito Federal que participaram de audiência na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH), nesta quinta-feira (11), apontaram a falta de segurança pública nos estabelecimentos de ensino como o maior problema vivenciado por alunos e educadores. Os estudantes também pediram mais atividades esportivas e culturais nos estabelecimentos de ensino e que as escolas passem a funcionar nos finais de semana para atender à demanda de crianças, jovens e comunidade em geral.

Yasmin Pereira da Silva, da 8ª série do Centro de Ensino Fundamental (CEF) do Paranoá, pediu aos senadores para garantirem a segurança dentro e fora das escolas, pois ocorrem "coisas desagradáveis" que, segundo ela, não chegam ao conhecimento dos parlamentares. A estudante contou que um menino foi assaltado numa escola ao lado da dela, apanhou dos bandidos e ainda foi deixado nu.

Washington Siqueira Brandão Filho, da 8ª série da CEF de Ceilândia, também falou sobre a falta de segurança nas escolas, particularmente no Distrito Federal, apontando a ocorrência de roubos de objetos de alunos e professores, uso e tráfico de drogas, briga entre gangues rivais, destruição das mobílias e dos próprios prédios dos estabelecimentos de ensino.

Estefhany Aimeé de França Pinheiro, da 7ª série do CEF do Gama, pediu que escolas públicas ofereçam, nos finais de semana e feriados, atividades de esporte, cultura e lazer, pois isso permitiria maior diversão e atividades para crianças e jovens e evitaria seu envolvimento nas infrações de rua. Ela pediu também a disponibilização de laboratórios de informática para alunos e pais, que poderiam funcionar com auxílio dos próprios alunos e da comunidade.

Natália Anastácia Fonseca Motta, da Escola Classe de Samambaia, defendeu a educação ambiental, sugerindo que as escolas poderiam promover a coleta seletiva do lixo, fazendo a separação em recipientes adequados, o que levaria os alunos a aprenderem sobre a importância do meio ambiente e ainda passarem esse conhecimento para as famílias. Já Lyliane Maros Sena, da CEF de Ceilândia, defendeu mudanças na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) para aumentar a segurança nas escolas, inclusive com a adoção de câmeras de circuito interno como uma das medidas de proteção aos estudantes e educadores.

Gleydson Bruno Viana Pinheiro, da escola do Paranoá, disse, que em sua escola, até há pouco tempo, havia venda de drogas dentro das salas de aula. A partir da intervenção da direção da escola, o problema foi sanado, mas, agora, informou o estudante, a venda de entorpecentes ocorre do lado de fora do estabelecimento.

Caio Lopes e Joseany Antônia Moreira da Silva, respectivamente das escolas do Paranoá e do Gama, apontaram a falta de quadras poliesportivas nas escolas e a dificuldade de acesso para deficientes físicos, bem como a inexistência de atividades culturais, que deveriam ser oferecidas para que os estudantes possam conhecer melhor a riqueza da cultura brasileira, com seus ritmos, danças e folclore de várias regiões.

11/10/2007

Agência Senado


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