Paim destaca acordo para recuperar empresa gaúcha



O senador Paulo Paim (PT-RS) registrou em Plenário, nesta quinta-feira (14), acordo destinado a garantir a recuperação de empresa do grupo Kepler Weber, do município de Panambi, em seu estado. Fabricante de sistemas de armazenagem, a indústria estava sob risco de falência. Entendimentos entre governo, trabalhadores e os dirigentes da empresa permitiram assegurar a concessão de empréstimo oficial para alongar o prazo para pagamento das dívidas junto a bancos privados e também a repactuação dos débitos com o Banco do Brasil.

- A cidade de Panambi vive em torno dessa empresa. Eu diria que, de forma direta e indireta, são mais de dois mil empregos gerados por ela - afirmou.

Paim disse que participou das negociações, a pedido de autoridades do município, trabalhadores e dirigentes do grupo. Acrescentou que finalmente pôde dormir tranqüilo, na véspera, depois de receber telefonema do presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, com a informação de que a instituição vai liberar empréstimo para cobrir a renegociação das dívidas com os credores privados da empresa.

O senador gaúcho voltou a manifestar preocupação com o setor exportador brasileiro, fragilizado pela desvalorização cambial. Observou que o câmbio também prejudica as empresas que atuam somente no mercado interno, pois favorece as importações, com aumento da concorrência às empresas nacionais, inclusive de forma desleal. Citou a China entre os países que, como afirmou, causam danos ao Brasil com a prática de dumping (preços abaixo do custo). O setor de máquinas agrícolas, em que atua o grupo Kepler Weber, seria um dos prejudicados.

Mudando de tema, o senador aproveitou para recomendar a leitura de artigo publicado na imprensa, de autoria de Sueli Carneiro, em que a militante do movimento negro defende a opinião de que o racismo no Brasil é definido pela cor da pele. Com o título de Velhas teses, novas estratégias, o artigo critica argumentos levantados contra as políticas afirmativas com base em recente pesquisa baseada em testes de DNA com negros brasileiros, cujos resultados indicaram haver, em alguns casos, maior peso genético da ascendência européia.

- Não venham com essa de que não pode ter políticas afirmativas porque, pelo DNA, dizem que os negros são alemães, europeus. Isso é brincar com a nossa inteligência. A pobreza no país tem cor e essa cor é preta -criticou Paim.

14/06/2007

Agência Senado


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