Papaléo denuncia manobras do governo para impedir instalação da CPI das ONGs



Dizendo estar inconformado, o senador Papaléo Paes (PSDB-AP) denunciou nesta terça-feira (18) manobras do governo Luiz Inácio Lula da Silva para impedir a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito das Organizações Não-Governamentais (CPI das ONGs). Ele lembrou que três tentativas de instalação da CPI foram frustradas.

- Mais uma CPI que, aprovada pelos integrantes desta Casa, não consegue ser instalada no Senado da República por obra e graça do governo 'ético', que se deve investigar - protestou.

Papaléo disse que o governo não pode se esconder da prestação de contas permanente que deve à sociedade brasileira, frisando que o volume de recursos repassado às ONGs é "extraordinário e cresce quase exponencialmente". Apenas nos três primeiros anos do governo Luiz Inácio Lula da Silva, observou o senador, foram repassados mais de R$ 60 milhões a entidades de trabalhadores, de sem-terra e de estudantes. Ele citou levantamento feito no ano passado pelo jornal Folha de S. Paulo, segundo o qual as ONGs ligadas a essas entidades foram as que mais ganharam.

O senador salientou que a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a União Nacional dos Estudantes (UNE) e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) foram as entidades que se mobilizaram para reagir a um eventual pedido de impeachment do presidente Lula, quando ficou sob suspeita devido ao "mensalão" e outros escândalos de corrupção.

- Os números então apurados não consideram os aportes garantidos às entidades pelas estatais, que conseguem escapar ao controle do sistema de acompanhamento de gastos federais, o Siafi. As ONGs são freguesas de caderno dos Correios, da Petrobras e da Caixa Econômica Federal. Estes são os grandes vertedouros de recursos para as não-governamentais, especialmente para aquelas que simpatizam com o governo - disse.

Papaléo acrescentou que os recursos repassados pelo governo às ONGs vêm, em grande parte, da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) e que a única contrapartida é garantir simpatia, apoio e silêncio público diante dos escândalos que "são a marca registrada do governo do PT".

O senador Mão Santa (PMDB-PI) disse, em aparte, que as coisas de que o governo deveria tomar conta estão abandonadas, enquanto as ONGs prosperam com dinheiro público. O senador Sibá Machado (PT-AC) disse que o dinheiro da CPMF serve para financiar os mais pobres. Para Papaléo, o Bolsa-Família é compra de votos e o seu valor é uma indignidade.

- Se o governo quer dinheiro para pagar o Bolsa-Família, que economize, em vezde criar o Ministério da Mãe Dinah [Secretaria de Planejamento de Longo Prazo] e dar cargos à vontade - concluiu.



18/09/2007

Agência Senado


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