Papaléo Paes diz que julgamento de Renan não deve ser objeto de negociação política



Após representar o presidente do Senado na solenidade realizada na rampa do Congresso nesta segunda-feira (19) para celebrar o Dia da Bandeira, o senador Papaléo Paes (PSDB-AP) falou com os jornalistas para dizer que o julgamento de Renan Calheiros (PMDB-AL) pelo Plenário deve ser focado nos autos e não envolver negociação política.

- Não vejo possibilidade de negociar o mérito desse processo com a renúncia dele à Presidência do Senado. Nesse caso, um julgamento que deveria ser de mérito passaria a ser político - observou.

O Plenário poderá decidir nesta quinta-feira (22) sobre a representação em que o senador Renan Calheiros é acusado de ter utilizado laranjas para comprar, em sociedade com o empresário João Lyra, duas emissoras de rádio e um jornal em Alagoas. Na quarta-feira passada (14), a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) aprovou o parecer do senador Jefferson Péres (PDT-AM) pedindo a cassação de Renan por entender que houve quebra de decoro no caso.

Papaléo recomendou que aqueles que acharem, com base nos autos, que não há comprovação de que Renan faltou com o decoro parlamentar, votem em favor de sua inocência. Indagado por um jornalista sobre a possibilidade de muitos senadores optarem pela abstenção por entenderem que não há elementos suficientes para a incriminação, Papaléo disse ser contrário a essa posição.

- Creio que nessa votação não deveria haver abstenção. Se abster é inocentar indiretamente. Esse processo resulta de denúncia feita pelo PSDB e pelo DEM. O julgamento vai acontecer. E se o governo se mobilizar, terá os votos da base a favor da absolvição, assim como também haverá em Plenário votos a favor da cassação. Se formos fazer matemática, acho que Renan deverá ser absolvido pelos votos que o governo tem. Seria 'desinteligente' para o governo não aconselhar seus aliados a votar a favor de Renan - acredita Papaléo Paes.

Na mesma entrevista, Papaléo reconheceu que Renan será beneficiado se seu julgamento acontecer antes da votação da proposta de emenda à Constituição (PEC) que prorroga a vigência da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). E expressou sua expectativa de que esse julgamento aconteça logo, seja aberto e capaz de fazer justiça.

- Não há mal maior que a injustiça - ressaltou.

19/11/2007

Agência Senado


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