Papaléo Paes: "Jefferson Péres nunca cedeu às tentações do poder"
O senador Papaléo Paes (PSDB-AP), ao lamentar a morte do senador Jefferson Péres,no último dia 23, destacou sua defesa "incondicional da ética e suas posições firmes e decididas". Disse que Jefferson, apesar de terparticipado da base dos governos Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva, "jamais cedeu ao canto da sereia, às tentações pelos benefícios e em troca de favores ocultos".
Papaléo Paes citou o jornal Folha de S. Paulo, o qual afirmou que Jefferson Péres "atuou como governista crítico e como oposicionista duro". O parlamentar acrescentou que suas críticas "sempre foram bem fundamentadas e provocavam repercussão". Depois de lembrar que Jefferson Péres atuou de forma brilhante em várias comissões do Senado e no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, leu algumas frases de discursos pronunciados por ele em momentos políticos críticos.
No auge da crise do "mensalão", Jefferson afirmou, em discurso no Plenário, que estava "faltando ao Brasil - e sempre faltou - uma elite dirigente com o compromisso com a coisa pública de fazer neste país o que precisaria ser feito: investimento em capital humano".
Papaléo lembrou ainda que, em seu último discurso, na última quarta-feira (21), Jefferson disse não temer uma internacionalização da Amazônia, mas, sim, a cobiça nacional sobre a região, representada pelos madeireiros, pecuaristas "e outros que podem provocar o holocausto ecológico" na Amazônia.
- Não podemos deixar morrer a chama, o exemplo e a correção desse homem público chamado Jefferson Péres. Que sua postura ética e democrática seja sempre um caminho a ser seguido por todos nós - disse o senador.
Em aparte, o senador Osmar Dias (PDT-PR) disse que perdia "um amigo", com quem se revezou nos últimos anos na liderança do PDT no Senado. Osmar Dias lamentou que o PDT tenha perdido, em dois anos, dois grande líderes - Leonel Brizola e Jefferson Péres.
O senador Papaléo Paes lamentou ainda a morte do cinegrafista Alíbio Vieira da Cruz, da TV Senado, ocorrida na noite de terça-feira (20), depois de ter trabalhado durante todo o dia no Plenário do Senado. Ele morreu de ataque cardíaco.
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26/05/2008
Agência Senado
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