PARA BERNARDO CABRAL, O BRASIL AINDA NÃO TEM UMA CONSCIÊNCIA SOBRE A ÁGUA
"Estamos ainda muito distantes, em nosso país, de uma autêntica consciência a respeito de questões ambientais relevantes, como a água", alertou nesta quarta-feira (dia 16) o senador Bernardo Cabral (PFL-AM). Ele disse que a opinião pública mal começou a despertar para essa preocupação, sendo necessário que o Brasil tome medidas mais amplas e eficazes para garantir a preservação desse bem no futuro.Referindo-se a previsões da Organização das Nações Unidas de que a disponibilidade de água potável vai constituir um dos mais graves problemas do próximo século, o senador afirmou que em aproximadamente 25 anos um terço da população mundial enfrentará graves problemas, caso não haja profundas mudanças nas políticas de utilização dos recursos hídricos. Também lembrou o alerta do vice-secretário da ONU, Hans Van Ginkel, segundo o qual guerras civis internacionais por causa de água podem tornar-se comum no panorama mundial do século 21. Conforme ainda Cabral, prevê-se aumento na quantidade de mortes por doenças decorrentes da má qualidade da água, que já são da ordem de 5,3 milhões a cada ano.Ele também citou estudo da Secretaria do Meio Ambiente de São Paulo, segundo o qual mananciais responsáveis pelo abastecimento de 50% da água da capital encontram-se contaminados por depósitos de lixo irregulares, sobretudo em 11 municípios que se estendem ao longo da rodovia Fernão Dias.Bernardo Cabral informou que a sobreutilização das águas dos rios, com efeitos ecológicos danosos, vem-se tornando cada vez mais comum e intensa no Brasil. Ele reconheceu que o poder público não está inerte diante da questão, mas conclamou os agricultores e as empresas em geral a encontrar formas de utilização da água mais econômicas e menos nocivas ao meio ambiente. Os senadores Djalma Bessa (PFL-BA) e Gilberto Mestrinho (PMDB-AM) o apartearam para dizer que sua preocupação é mundial.
16/06/1999
Agência Senado
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