Para Cristovam, políticos e governo se comportam como 'avestruz'
Em pronunciamento nesta sexta-feira (4), o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) comparou a atitude de políticos e do governo em relação a problemas nas áreas de educação, energia, transporte e saneamento básico a de um avestruz, que, segundo o imaginário popular, esconde a cabeça em um buraco quando se sente ameaçado. O parlamentar afirmou que assim como a ave, políticos enfiam a cabeça debaixo da terra para não enxergar as dificuldades que afligem o país.
Para Cristovam, a decisão do presidente do Senado, Renan Calheiros, de delegar à Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) a decisão sobre a criação de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) ampla para investigar Petrobras e outros negócios com recursos públicos é um exemplo dessa prática.
— O presidente de nossa Casa, senador Renan Calheiros, está sendo um político avestruz por não perceber que o povo quer saber a verdade sobre a Petrobras, usando esse artifício de dizer que o povo quer saber. E é verdade que o povo quer saber também o que aconteceu no metrô de São Paulo e nos outros metrôs, inclusive no de Brasília. Mas, juntar dois problemas em uma só CPI, é tão nítido, tão claro que isso é uma enrolação que só pode ser feita por alguém que ou despreza demais o povo ou esconde a cabeça debaixo do chão ou as duas coisas: esconde a cabeça por causa do desprezo; despreza tudo, aí esconde a cabeça para não ver a realidade – afirmou Cristovam.
Educação
Para Cristovam, outro exemplo desse tipo de comportamento de "avestruz", é a visão parcial do Ministério da Educação e do governo com relação aos avanços do setor. Na avaliação do senador, a falta de investimentos na educação pública também contribui para a criação de uma “brecha” maior entre os mais ricos e pobres.
— As autoridades brasileiras da educação se comportam como um avestruz. Em vez de dizerem: “Nós estamos em crise, temos que superar e precisamos do Congresso para isso”, dizem: “Nós estamos hoje melhor do que ontem” – avaliou.
Saneamento, transporte, energia
Segundo Cristovam, a atitude de avestruz se repete também na gestão do saneamento básico. Um exemplo dessa situação, de acordo com o senador, é a favela Sol Nascente, no Distrito Federal. Com 56 mil habitantes, apenas 6% das casas têm acesso à rede de esgoto.
O senador disse ainda que políticos são avestruzes ao não enfrentarem problemas do transporte público, como ônibus e metrôs superlotados, e ao “fechar os olhos” para fontes alternativas de energia como a eólica e a solar.
Eleitor
Para o senador, o eleitor brasileiro também se comporta como avestruz ao votar em políticos que ignoram os problemas do país e as demandas da população. Segundo Cristovam, esse tipo de atitude aumenta a distância entre o que quer a população e o que decidem os governantes.
— Para mim, é essa a imagem hoje do animal que se parece conosco, no sentido genérico, não no sentido individual. Estamos escondendo a cabeça para não ver a realidade do Brasil na sua perspectiva dos próximos anos – disse.
04/04/2014
Agência Senado
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