PARA DUTRA, EFEITOS DA REFORMA SÃO DISCUTÍVEIS



O senador José Eduardo Dutra (PT-SE) afirmou hoje (dia 29) que, no jogo para que o Senado não modifique a proposta de reforma administrativa e garanta sua vigência a curto prazo, não se sabe onde está a verdade: se a emenda permitirá às administrações públicas uma economia de R$ 9 bilhões, como alega o ministro Luís Carlos Bresser Pereira, do Ministério da Administração e Reforma do Estado; ou se, com a aprovação, será muito difícil demitir funcionários estáveis, como argumenta o relator da matéria, senador Romero Jucá (PFL-RR).

- Alguém está enganando alguém - disse.

Para Dutra, os setores responsáveis pela instituição e permanência de um modelo de Estado "patrimonialista, fisiológico e sob o império do compadrio" hoje colocam-se, ironicamente, como arautos da reforma. Ele citou o exemplo do PFL. Conforme o senador, o PT "quer uma reforma do Estado e uma reforma administrativa" e, através de sua bancada, apresentou emendas que, a seu ver, corrigem absurdos e incongruências da proposta, todas rejeitadas. Diante disso, o senador anunciou que votará contra a reforma e destacará, para votação em separado, algumas das emendas apresentadas à CCJ.

Em aparte, o senador Ramez Tebet (PMDB-MS) opinou que a reforma administrativa não terá o impacto positivo sobre os gastos públicos apregoado pelo ministro Bresser Pereira. Para tê-lo, aprofundaria drasticamente o desemprego no país, pois, por suas contas, a um salário médio de R$ 500,00 uma economia de R$ 9 bilhões significaria a demissão de 1,8 milhão de servidores.



29/01/1998

Agência Senado


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