Para Efraim, decisão da CCJ contra CPI instala impunidade no país
A decisão da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) contrária aos dois recursos para criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos significa, para o líder da Minoria, senador Efraim Morais (PFL-PB), a instalação da impunidade no país. Efraim afirmou em Plenário, nesta sexta-feira (12), que a decisão da CCJ firmará jurisprudência. Se a Maioria não quiser, observou, não haverá mais nenhuma CPI no Senado, na Câmara nos estados e nas prefeituras.
- O governo autorizou o roubo neste país, com a garantia da Maioria do Senado. Assegurou-se que neste país se pode tudo, pois ninguém mais será investigado por CPI porque a Maioria não deseja - disse Efraim, observando que isso ocorre justamente no governo do PT, partido que, segundo lembrou, sempre se pautou pela defesa da ética.
Para o líder da Minoria, "é balela" a defesa da "agenda positiva" por parte dos integrantes da base do governo e os argumentos de que a CPI vai acabar com a economia do país. Ele lembrou que o Congresso já cassou parlamentares e um presidente da República sem prejuízo para a economia. Efraim disse que a atitude em favor da impunidade é que afasta os investimentos.
Dirceu
O ministro da Casa Civil, José Dirceu, na opinião de Efraim, "gosta de viver perigosamente", e isso está evidente nas indicações para a composição da sua assessoria na Casa Civil. Segundo o senador, é de conhecimento público que todos os escândalos envolvendo o governo têm como ponto de partida a Casa Civil e que Dirceu não quer tomar providências.
Primeiro, lembrou o líder da Minoria, foi o caso do ex-subchefe de Assuntos Parlamentares da Casa Civil, Waldomiro Diniz, a quem o governo não quer investigar, no entendimento de Efraim. Depois, lembrou, foi a vez do subchefe de Assuntos Jurídicos da Casa Civil, José Antônio Dias Toffoli. Em seguida, continuou o senador, também surgiram denúncias sobre outro assessor de Dirceu, Marcelo Sereno, que teria sido alertado ainda no governo do Rio de Janeiro sobre as aventuras de Waldomiro Diniz à frente da Loterj. A assessora da Casa Civil, Miriam Belchior, disse ainda o senador, chegou às manchetes dos jornais quando ainda era secretária no município de Santo André (SP), onde os fatos ainda não estão devidamente esclarecidos.
- Pelo que estamos vendo, o staff do ministro é altamente especializado em jogo. Por isso que não se pode fazer a CPI dos Bingos - afirmou.
12/03/2004
Agência Senado
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