PARA GERALDO CÂNDIDO, PROGRAMA DO GOVERNO FRAGILIZA AINDA MAIS SERVIDORES
O senador Geraldo Cândido (PT-RJ) afirmou nesta quinta-feira (dia 5) que o Programa de Gestão de Pessoal (PGP) apresentado pelo governo no último dia 29 de julho é uma prova de que a atual administração "insiste erradamente em eleger o servidor público como o bode expiatório das contas públicas".De acordo com o senador, o resultado do PGP é " a intranqüilidade de 509.437 servidores da União, apesar do objetivo declarado deste novo pacote ser a redução dos gastos com pessoal". Para isso, segundo Cândido, as armas do PGP são o Programa de Demissão Voluntária (PDV), a colocação do servidor em disponibilidade com salários proporcionais, a concessão de licença sem vencimentos e, se isso tudo não for suficiente, a demissão pura e simples.Em sua crítica, o senador destacou que a tese defendida pelo governo de que o Brasil tem excesso de servidores públicos "é uma falácia". Cândido entende que o que pode existir é "incompetência gerencial".- Prova disso é que no Brasil existem 8 funcionários públicos para cada 1.000 habitantes, enquanto na França a relação é de 40 para 1.000, e na Itália de 91 para 1.000.A ineficiência da atual política econômica, que tem como características a privatização das estatais e a redução do Estado, mostrou-se "bastante" evidente no Rio de Janeiro, segundo Geraldo Cândido. O Rio concentra mais de 100 mil servidores e "como se não bastasse o desemprego estrutural, agora o Rio será a principal vítima desse genocídio trabalhista neoliberal" - protestou Geraldo Cândido. Outra demonstração da ineficiência dessa opção, disse o senador, é o fato de que, apesar de o governo Marcelo Alencar ter assumido o estado com uma dívida da ordem de R$ 5 bilhões, demitido cerca de 20 mil trabalhadores e privatizado a maioria das empresas estaduais, deixou para o seu sucessor, Antony Garotinho, mais de R$ 22 bilhões de endividamento. Geraldo Cândido também acusou o governo do presidente Fernando Henrique de estar "obedecendo" a recomendações do Fundo Monetário Internacional. Ele apelou para que o Legislativo, "que também é fiscal do Executivo", diga ao presidente da República que os credores internacionais, "que tanto têm, podem esperar". Mesmo porque, segundo o senador, "o povo brasileiro já começa a manifestar seu descontentamento e a exigir mudança da política do governo".- Nesse sentido, a palavra de ordem daqueles 1.180 brasileiros, militantes do MST e sindicalistas, que iniciaram, no dia 26 de julho A Marcha Popular pelo Brasil, do Rio de Janeiro até Brasília, não será apenas o grito desses lutadores, mas sim da maioria da população.
05/08/1999
Agência Senado
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